A INVENÇÃO DA CULTURA JOVEM

Republicação em homenagem a J. D Salinger, falecido hoje aos 91 anos.
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Quando falamos em cultura jovem lembramo-nos, de cara, das inúmeras tribos que existem pelo planeta afora. Sim, tudo isso faz parte da cultura jovem, mas reduzi-la a movimentos urbanos efêmeros de rebeldia, chega a ser um desrespeito. Até o inicio da década de cinquenta o “pensar” e o “agir”  dos jovens eram vistos como coisas pequenas e sem importância. Um dos marcos que ajudaram a mudar essa forma errônea de tratar o comportamento jovem foi, sem dúvida, o livro “O Apanhador No Campo de Centeio”, do escritor americano J.D Salinger. Escrito no final da década de 40, essa obra trata a adolescência como uma fase importante da vida, que merece atenção e respeito. Holden Caulfield, o personagem central da narrativa, virou um ícone e o livro do Salinger é, até hoje, obrigatório nas escolas americanas.
Eu li o Apanhador exatamente na minha adolescência. Cheguei a esse livro, não por razões literárias, mas porque está ligado a uma tragédia. Em 1980, no dia 08 de dezembro para ser mais preciso, Mark Chapman assassinou John Lennon, sentou-se na calçada do edifício Dakota e foi ler o “Apanhador No Campo de Centeio”. Curioso, fui conferir a obra.
A década de 60 (século XX) marcou, definitivamente, a explosão da cultura jovem. Os protestos, a rebeldia, a contracultura e o exagero. Na tevê esse processo foi mais lento. Veja o exemplo dos seriados: até o início da década de 70, o que se via eram produções que abordavam viagens ao espaço (tema em voga, na época), viagens no tempo, mágica, fantasia. Pouco se falava dos problemas enfrentados pela juventude. Até que em 1972, a CBS produziu a série “The Waltons”, um drama que abordava o cotidiano de uma família americana, do estado da Virgínia, na época da grande depressão. Por que é um marco? Bom, primeiro, porque tratava de assuntos reais, os dramas de uma família. Segundo, porque davam grande ênfase aos problemas da juventude: religião, sexualidade, questões políticas. Earl Hamner, Jr, o criador da série, inovou e entrou para a história da tevê.
A importância da cultura jovem, hoje em dia, é medida através de cifras. Mas, da mesma forma que os pioneiros que citei acima, fizeram história, podemos passar por cima dessa triste realidade e fazer a diferença. Segue abaixo a abertura original da série "The Waltons".

Comments

8 Responses to “A INVENÇÃO DA CULTURA JOVEM”

12 de abril de 2009 às 20:52

Olá, pando apenas pr te apresentar meus blogs.

http://aindamaisestorias.blogspot.com fala sobre livros.

http://estoriasmediocres1.blogspot.com fala sobre assustos afins, passa lá e confere.

Rubens Rodrigues disse...
14 de abril de 2009 às 08:44

Oi Ed,
eu não conheço este livro e muito menos a série, mas vou dar uma olhada no primeiro assim que possível.

Ótimo post =)

Anônimo disse...
17 de abril de 2009 às 22:30

não li esse livro...dizem que é muito bom...
acho que devemos sempre prestar atenção nas manifestações dos joves que refletirão as atitudes do futuro.

Diego Leal disse...
17 de abril de 2009 às 22:36

oi...
gostei muito de seu texto.
nos tempos de hoje tenho me interessado muito pelo comportamento e minha geração.
as tribos estão desaparecendo, nos não pretendemos mais mudar o mundo.
são mudanças importantes.
abraço.
------------------
visite meu blog: http://columnleal.wordpress.com/

blog disse...
17 de abril de 2009 às 23:11

Ed, caríssimo, vc me fez voltar no tempo. Nos anos 70, já no fim deles, acompanhei as aventuras da família Walton, que passava aos sábados, às 5 da tarde - ou era às 6? Enfim.
Bons tempos em que os Waltons eram os mesmos e eu era diferente. 16, 17 anos e pouca responsabilidade.

Quanto a Salinger, bem, ele é um dos meus ídolos. Li "Franny & Zooey" antes de ler "O Apanhador", que é da pesada. holden Caufield não se tornou meu ídolo porque eu já era adulto quando o conheci. Mas ainda prefiro Seymour Glass, de "O Dia Ideal para os Peixes-Banana".
Grande, grande.
Abraço, amigo.

Grijó

Salsa disse...
18 de abril de 2009 às 11:11

Boa crônica, Ed. Curti muito a família Walton. Salinger ainda está na estante.

Bete Meira disse...
23 de abril de 2009 às 00:12

Gostava muito!O final de cada episódio ficou na memória pra sempre!"Boa noite John Boy,boa noite Mary Ellen"...............
Boa noite ED!!!!

Bete Meira disse...
23 de abril de 2009 às 00:20

Quando Lennon foi morto, covardemente, eu estava de férias em Moçoró (escrevem Mossoró,mas por ser de origem indígena,o correto é Moçoró mesmo)na casa de uma colega de escola que estudava no Recife.Um colega do irmão dela (e nosso também,estudávamos juntos)também estava e era super fã de Lennon. Ficamos chocados e surpresos.Não me lembro dessa história do livro,mas o mesmo foi citado em alguns filmes que vi e desde então tenho curiosidade para lê-lo.Alguém mo emprestaria???

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