AVE SANGRIA, UMA ALQUIMIA DE SONS

Quando era garoto sonhava em ser dono de uma banca de revista especializada em Rock. Tinha verdadeiro fascínio pelos espaços alternativos que, heroicamente, mantinham-nos informados numa época em que as revistas eram as únicas fontes de informação. Nesse universo underground, a banda de rock rural “Ave Sangria”, é um mito. Foi na lendária “Banca do Elvis”, aqui no Recife, que descobri, tardiamente, o Ave Sangria em 1985. Elvis tinha exposto, como um troféu, o LP único da banda, gravado em 1974, como principal artigo para colecionadores, na sua banca.O que me atraiu, primeiramente, foi a belíssima capa. Pedi que ele pusesse para tocar fingindo ter dinheiro para comprar a relíquia. Lembro-me de que Elvis pôs a faixa “Dois Navegantes” e eu fiquei fascinado pela música. O fascínio aumentou quando descobri que a banda era pernambucana.

Formada em 1974, inicialmente com o nome de Tamarineira Village, a banda tinha a seguinte formação: Marco Polo (vocais), Ivson Wanderley (guitarra solo e violão), Paulo Raphael (guitarra base, sintetizador, violão, vocal), Almir de Oliveira (baixo), Israel Semente (bateria) e Juliano (percussão). O Ave Sangria gravou apenas um disco, “Ave Sangria”, em 1974, reeditado, ainda em LP, em 1990.

A banda teve uma participação importante no Movimento Armorial, liderado pelo escritor Ariano Suassuna. Por esse motivo, o som do Ave Sangria foi profundamente influenciado pelos ritmos pernambucanos. Essa alquimia de sons é cultuada até hoje e o Ave Sangria influenciou músicos como Zé Ramalho, Lenine, Geraldo Azevedo e Ney Matogrosso. Esse último acabou gravando uma das musicas do Ave Sangria, “Seu Valdir”.

A banda despediu-se do seu público com o show “Perfumes & Baratchos”, no lendário Teatro do Parque. O áudio dessa apresentação circula pela internet para quem quiser gravar. O certo é que eles marcaram época e foram pioneiros na fusão do rock com ritmos nordestinos.

Clique AQUI e ouça músicas do Ave Sangria. Confira no vídeo abaixo, uma entrevista com Marco Polo, vocalista e principal letrista do Ave Sangria

Comments

5 Responses to “AVE SANGRIA, UMA ALQUIMIA DE SONS”

Anônimo disse...
31 de maio de 2009 às 21:59

Templário, também sou do tempo das bancas de revista. Aliás, eu colecionava inúmeras e tinha muitas fitas k7. Vou procurar mais sobre essa banda. Abraço

catherinedejupiter.blogspot.com

Anônimo disse...
1 de junho de 2009 às 13:05

Conheci Ave Sangria através de uma amiga, hoje casada há 23 anos, que morava na rua Soares Moreno, Tamarineira, Casa Amarela. Ela dizia que tinha um bando de loucos na Vila dos Comerciários fazendo um om udigrudi. Não é que anos depois tive o privilégio de conhecer dois desees "MALUCOS". e que priovilégio. Primeiro foi DICINHO que gravou com Alceu o Antológico álbum Papagaio do Futuro. Depois veio Marco Polo com quem tive o prazer de pisar no msmo batente do JC. Valeu... tou emocionado.

ED CAVALCANTE disse...
1 de junho de 2009 às 15:58

Uma pena você não ter se identificado, caro anônimo. Olha, eu também conheci o Marco Polo. No final da década de 80 eu trabalhava no Espaço Cultural Arteviva como produtor de eventos. Lá nós realizamos uma exposição sobre a música pernambucana e um dos destaques foi o Ave Sangria. Tive dois encontros com o Marco Polo que, gentilmente, nos cedeu um vasto material do Ave Sangria para colocarmos na exposição. Isso foi em 1988, Exposição "De Cara Com o Rock".

Abraço e volte sempre!

Veiga disse...
2 de junho de 2009 às 11:22

vou conhecer mais...

interessante.

abraço

Anônimo disse...
3 de agosto de 2014 às 16:24

Os caras são show de bola, pena que duraram pouco.

if (myclass.test(classes)) { var container = elem[i]; for (var b = 0; b < container.childNodes.length; b++) { var item = container.childNodes[b].className; if (myTitleContainer.test(item)) { var link = container.childNodes[b].getElementsByTagName('a'); if (typeof(link[0]) != 'undefined') { var url = link[0].href; var title = link[0].innerHTML; } else { var url = document.url; var title = container.childNodes[b].innerHTML; } if (typeof(url) == 'undefined'|| url == 'undefined' ){ url = window.location.href; } var singleq = new RegExp("'", 'g'); var doubleq = new RegExp('"', 'g'); title = title.replace(singleq, ''', 'gi'); title = title.replace(doubleq, '"', 'gi'); } if (myPostContent.test(item)) { var footer = container.childNodes[b]; } } var addthis_tool_flag = true; var addthis_class = new RegExp('addthis_toolbox'); var div_tag = this.getElementsByTagName('div'); for (var j = 0; j < div_tag.length; j++) { var div_classes = div_tag[j].className; if (addthis_class.test(div_classes)) { if(div_tag[j].getAttribute("addthis:url") == encodeURI(url)) { addthis_tool_flag = false; } } } if(addthis_tool_flag) { var n = document.createElement('div'); var at = "
"; n.innerHTML = at; container.insertBefore(n , footer); } } } return true; }; document.doAT('hentry');