BREVE HISTÓRIA SOBRE O RADICALISMO

Há poucos dias, por mero acaso, andei discutindo com dois amigos sobre Josef Stalin. Falava eu sobre os exageros do sanguinário ditador e citei o Massacre de Katin- tema de um post recente – promovido contra oficiais e civis poloneses na Segunda Guerra. O amigo Maro (assim mesmo, sem 'i'), um velho barbeiro, comunista até a alma, contestou a veracidade da história contada pelos poloneses ignorando, inclusive, as evidências levantadas no local do massacre. Vale lembrar que em 1989, Mikhail Gorbachev reconheceu a responsabilidade russa e em 1992 o então presidente Boris Yeltsin entregou a Lech Walesa provas materiais do crime. Nada disso importa, para o materialista radical, o que vale é preservar a memória de Stalin.

Tive a mesma conversa com o amigo Hugo, professor de Física de uma das escolas onde trabalho. A reação foi a mesma: incredulidade diante dos fatos. Mesmo reconhecendo que nunca ouviu falar dos acontecimentos de Katin, radicalmente, disse que era tudo mentira. Tudo inventado para manchar a imagem do “grande líder”. Costumeiramente, os marxistas criticam os fanáticos religiosos pelo radicalismo e pela forma cega como depositam sua fé em Deus. Noto que o comportamento dos marxistas, que descrevi acima, é exatamente igual, só muda o deus.

Crentes ou não, os radicais são iguais e morrerão fiéis às suas convicções. Afinal, reconhecer o erro, ou o defeito do seu objeto de admiração, seria reconhecer o erro de uma opção de vida. Poucas pessoas têm grandeza para tanto.

Comments

2 Responses to “BREVE HISTÓRIA SOBRE O RADICALISMO”

Bete Meira disse...
22 de outubro de 2009 às 23:15

Perfeita a comparação entre a fé cega e o radicalismo dos marxistas e dos religiosos, mas você está sendo igualmente radical ao dizer que não reconhecer um erro é não ter grandeza. Pegou pesado,caro Ed! Falta de coragem pode ser,mas de grandeza não!

Anônimo disse...
6 de janeiro de 2012 às 14:58

Caro,
Concordo com a posição de que alguns Comunistas são tão fanáticos quanto as seitas religiosas, especialmente os stalinistas, que instituiu o "culto à personalidade". É emblemática a comoção popular após a morte do ditador norte coreano, cuidadosamente construída pela propaganda estatal.
Mas daí a generalizar para todo o marxismo é outra história. Marx, Lenin e Trotsky eram radicalmente contrarios às posturas dogmáticas e ao culto à personalidade. O marxismo não se sustenta em dogmas, mas em um trabalho científico sério, elaborado por várias décadas e que mesmo hoje, mais de um século e meio depois, é assunto obrigatório em qualquer curso de economia, filosofia ou ciências políticas que mereça consideração.
O Stalinismo não passa de uma caricatura, que tentou se apossar dos ícones do leninismo. O próprio Lênin, cujo corpo foi embalsamado por Stalin, desejava ser sepultado como uma pessoa qualquer ao invés de ser convertido em ícone da ditadura da burocracia soviética.

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