O MURO QUE CAIU E O MURO QUE AINDA RESISTE

O Muro Que Caiu

Há exatos vinte anos, na noite do dia 09 de novembro de 1989, um dos maiores símbolos da Guerra Fria começou a desmoronar. Durante vinte e oito anos o chamado “Muro da Vergonha”, dividiu a Alemanha e a vida de muita gente. Ironicamente, essa linha divisória de concreto foi construída pelo lado alemão que trazia a democracia no nome: República Democrática Alemã.

Durante as quase três décadas que ficou erguido, o muro provocou a morte de oitenta pessoas que foram devidamente identificadas e fazem parte, agora, dessa triste história. Muitos conseguiram transpor essa barreira física e saíram ilesos. A imagem do soldado da Alemanha comunista soltando o fuzil e correndo para o lado capitalista, virou um ícone da Guerra Fria e foi usada em diversos cartazes e propagandas contra o muro.

A Queda

Se a construção do muro foi considerada um equívoco, a queda também começou a partir de um FELIZ equívoco. Na tarde do dia 09 de Novembro de 1989, Günter Schabowski , porta-voz do Partido Socialista Unificado, anunciou na imprensa uma decisão do Conselho dos Ministros de abolir as restrições de trânsito entre as duas Alemanhas. A decisão passaria ainda pelos trâmites legais para que todas as agências de segurança tomassem conhecimento. Entretanto, depois da divulgação da notícia, a população da Alemanha Oriental entendeu que aquele já era o anúncio do fim do muro. A multidão marchou em direção a grande muralha e a história se consumou. Era o fim de um dos maiores símbolos da estupidez humana.

O Muro Que Ainda Resiste

Em 2002, o então primeiro ministro israelense Ariel Sharon, com a justificativa de barrar a entrada de terroristas palestinos em Israel, ordenou a construção de uma muralha que separava os territórios da Cisjordânia de Israel. A muralha israelense, diferentemente da alemã, que era política, é baseada na segregação. Na Alemanha, um povo de uma mesma etnia foi dividido. Na Cisjordânia, o muro divide etnias diferentes. A grande (e triste) ironia dessa história é que os israelenses estão usando um princípio nazista, o da superioridade de uma raça sobre outra.

O “muro da vergonha” israelense continua sendo erguido e avança sobre territórios que Israel julga ser de sua propriedade. Várias entidades de direitos humanos pelo mundo afora condenam essa obra e fazem relação com seu antecessor alemão. No último dia 06, manifestantes palestinos conseguiram deslocar um pedaço da muralha e fizeram um protesto relâmpago contra a obra e o governo de israel.

Esse modelo de segregação, infelizmente, já chegou ao Brasil. No Rio de Janeiro, o governador Sérgio Cabral ordenou a construção de muralhas para isolar onze favelas. A primeira foi erguida no morro Dona Marta (foto ao lado). Para exemplificar o que significa isso, termino esse post com uma frase de Salah Tamir, prefeito de Belém, uma das cidades isoladas pelo muro israelense: “esse muro está convertendo Belém em uma grande prisão ao impedir a livre circulação dos seus habitantes”.

Comments

One response to “O MURO QUE CAIU E O MURO QUE AINDA RESISTE”

Artur disse...
10 de novembro de 2009 às 09:10

Olá Ed Cavalcante, tudo bem?
Na verdade gostaria de fazer um comentário sobre o post do dia 30 de maio de 2009. No comentário do post vc afirmou ter realizado uma exposicao no Espaço Arte Viva, da qual um dos destaques teria sido o Ave Sangria. Eu estou escrevendo algumas coisas sobre o ave sangria e gostaria de saber se seria possivel conversar com voce sobre esta exposicao que voce organizou.
qualquer coisa pode me manda um email no arturonyaie@hotmail.com
agradeco desde já pela atencao dispensada.
Artur

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