GEOGRAFIA CIBERNÉTICA: O IPV6 E O ESGOTAMENTO DO ESPAÇO VIRTUAL


O grande público que se diverte ou trabalha via web não percebeu, mas a grande rede vive um momento importante de transição. Trata-se da substituição do antigo IP (protocolo de internet) implantado na década de noventa, o IPV4, cujo limite de endereços, cerca de quatro bilhões, já foi esgotado. O IPV6, versão atualizada do protocolo de internet, que vem sendo implantada gradativamente, suporta um volume de endereços superior a 3,4x1038 (340.282.366.920.938.463.463.374.607.431.768.211.456), número inimaginável. O mês de julho próximo foi o prazo estipulado para completar a transição entre as duas versões de IP.

O grande problema do esgotamento do espaço virtual  deve-se ao fato de que a internet não foi criada para fins comerciais, a rede nasceu direcionada para o mundo acadêmico. Rapidamente ganhou popularidade na década de noventa e hoje em dia é o maior meio de comunicação do planeta. Além do mais, todas as grandes corporações financeiras do mundo operam pela internet. A rede ganhou uma importância geopolítica tão grande que as grandes potências mundiais, encabeçadas pelos Estados Unidos, canalizaram recursos para viabilizar e dinamizar a implantação do novo protocolo de internet.

Já existe um número incontável de projeções, baseadas no volume atual de implantação de endereços, que tentam definir quando a nova versão de IP começará a caducar. A implantação do IPV6, entre outras coisas, resolverá o problema de espaço melhorando, consideravelmente, o trânsito na rede e aumentará a segurança já que muitos dos defeitos do antigo protocolo foram corrigidos. No Brasil, de 2003 até hoje, segundo o IPV6.br, mais de 300 sistemas autônomos já adotaram o novo protocolo.

A bem pouco tempo seria inimaginável discutir questões referentes a ocupação do espaço virtual. Lembro-me que quando entrei para o mundo acadêmico (meados da década de 90) uma polêmica agitava o Departamento de Geografia da UFPE. Numa aula inaugural, o chefe do Departamento de Ciência da Computação – não recordo o nome do indivíduo – encerrou sua fala alardeando: “A internet é uma realidade, a Geografia acabou”. Imagine como nós, recém-ingressos no curso, ficamos.

Quase duas décadas depois, ironicamente, a Geografia se renova invadindo os domínios da internet, território que, segundo o apocalíptico professor, seria a causa da sua derrocada. Como geógrafo, me especializei em ocupação desordenada do solo urbano. Vários aspectos abordados na minha pesquisa podem ser aplicados ao uso do espaço virtual. Taí um bom tema para ser desenvolvido: “A Ocupação Desordenada do Espaço Virtual”. A Geografia não morreu, está mudando de dimensão.

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