COMO É BOM PODER COMPRAR UM INSTRUMENTO

Num passado bem próximo, até o final da década de oitenta, comprar um instrumento musical de qualidade, aqui no Recife, era praticamente impossível. Cantei em bandas de baile e tive bandas de rock, entre 1985 e 1990, e amarguei as dificuldades na própria pele. Durante muitos anos a cidade teve apenas três lojas especializadas que, praticamente, só vendiam instrumentos nacionais. Eram elas: “Rei dos Violões”, localizada no Pátio de Santa Cruz, “Comércio Musical”, localizada bem próximo, na rua Barão de São Borja, e a “Musitec”, lá na rua Imperial, todas no coração do Recife.

Fui um frequentador assíduo desses três santuários. Era garoto pobre, sonhava com o que não podia ter. De tanto perambular pelas lojas ouvia conversas dos músicos que usavam da criatividade para vencer a escassez de instrumentos. Compravam guitarras nacionais e importavam captadores e braços de guitarras Fender. Montavam seu “frankenstein” e exibiam como se originais fossem. A primeira vez que toquei – falo  do exercício do tato e não da execução – num instrumento importado foi em 1988. Cantava numa banda de bailes e o dono do conjunto comprou uma “Ibanez Semi-Acústica". A guitarra era alvo de adoração. Por ser muito, muito pesada, era mais apropriada para ser usada em estúdio, em gravações esporádicas. No palco, depois de uma hora de baile, parecia pesar uns trezentos quilos.

Nos últimos dez anos, o Recife experimentou um "boom" no número de lojas especializadas em instrumentos musicais, quase todas concentradas da rua da Concórdia, coração da cidade. Comprei uma guitarra canhota e estou em vias de adquirir um violão com corte para canhoto. No passado, só se tinha acesso a esses instrumentos fora do país ou no eixo Rio-São Paulo. Mais: o grande número de lojas estimula a concorrência e isso, claro, contribui para a baixa dos preços. Esse é um ótimo momento para quem quer adquirir seu instrumento.

O mestre Caetano Veloso fala no final da canção “Tigresa”: “Como é bom poder tocar um instrumento”. Do alto da minha alegria em ver tantas boas lojas, reformulo a citação: Como é bom poder comprar um instrumento. Toquemos!

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