60 ANOS DA TELENOVELA BRASILEIRA


No dia 21 de dezembro de 1951, na extinta TV Tupi, estreava a primeira telenovela brasileira, “Sua Vida Me Pertence”, escrita e dirigida pelo ator Walter Foster. Todos que participaram desse empreendimento, não sabiam, mas começava ali uma trajetória de sucesso. A telenovela tornar-se-ia, anos mais tarde, um produto genuinamente brasileiro. O Brasil, sobretudo a partir da inauguração da TV Globo, viraria uma referência mundial no gênero.

O formato da primeira telenovela, obviamente, era bem diferente de hoje. Naquela época, a tevê brasileira também estava engatinhando. Foram produzidos apenas vinte capítulos, com duração média de quinze minutos, que eram apresentados duas vezes por semana. O grande diferencial, entretanto, era o fato dos capítulos serem exibidos ao vivo. Não existia o videotape, tudo funcionava como um teleteatro. Faziam parte do elenco: Vida Alves, Lia de Aguiar, Dionísio de Azevedo, Lima Duarte, além do próprio autor, Walter Forster. “Minha Vida Te Pertence” também é lembrada porque foi nessa novela que aconteceu o primeiro beijo da tevê brasileira. Walter Foster e Vida Alves protagonizaram a histórica cena.

O formato de exibição diária estreou com a telenovela "2-5499 Ocupado", uma produção da TV Excelcior protagonizada por Tarcísio Meira e Glória Menezes. Mas foi com a TV Tupi que o gênero se popularizou e ganhou força. A telenovela foi incorporada a vida do brasileiro como o futebol. Esse, talvez, seja também o grande problema do gênero. De tanto ser explorado, o formato ficou saturado e acabou tornando-se alvo de críticas. Muitos classificam a telenovela como veículo de alienação do povo, que precisa de “pão e circo” para suportar as agruras da vida. Como esse post não propõe fazer nenhuma análise filosófica ou social do gênero, apenas celebrar os 60 anos de história, segue abaixo alguns dos principais momentos das telenovelas brasileiras.


1- Sua vida Me Pertence (1951 - Walter Foster): não existem imagens, a novela era ao vivo, numa época em que não existia o videotape. Clique aqui e assista a um trecho do “Globo Reporter Especial” que relembrou a primeira novela.

2 – Beto Rockfeller ( 1968 – Cassiano Gabus Mende): um marco na teledramaturgia brasileira porque apresentou várias inovações: linguagem coloquial, incluindo gírias, trilha sonora com música pop e não peças sinfônicas. Inovou na fotografia usando tomadas aéreas e apresentou personagens intrigantes cujas identidades nunca foram reveladas. Clique aqui e assista a um trecho da novela.

3 – Selva de Pedra (1972 - Janete Clair): foi a única telenovela, até hoje, a alcançar os cem pontos de audiência e popularizou o gênero folhetim. Clique aqui e assista ao final da novela.

4 – Irmãos Coragem (1970 - Janete Clair): mais um grande de Janete Clair, um western a brasileira. Essa novela misturava futebol (um dos irmãos coragem era jogador, Duda), psicologia (a personagem Maria de Lara apresentava três personalidades: Lara, Diana e Márcia) e faroeste. Clique aqui e assista a clássica cena em que João Coragem quebra o diamante.

5 – O Rebu (1974 – Bráulio Pedroso): essa intrigante novela inovou no formato. Os 112 capítulos narravam uma história que se passava em apenas um dia. O formato seria, mais tarde, copiado pela série americana “24 Horas”. A trama girava em torno de uma assassinato que aconteceu durante uma festa. Clique aqui e assista ao especial “Almanaque Globo” que fez um resumo dessa inovadora telenovela.

6 – Saramandaia (1976 – Dias Gomes): foi a primeira novela a usar e abusar da realidade fantástica. Dias Gomes criou um universo bizarro em que vários fenômenos paranormais aconteciam. Uma mulher queimava roupas com sua febre, um coronel botava formiga pelo nariz, uma comilona explodiu, tinha até um homem pássaro, o João Gibão. Clique aqui e aqui e veja duas cenas clássicas dessa telenovela. A explosão de Dona Redonda e o voo de João Gibão.

7 – Pecado Capital (1975 – Janete Clair): a melhor novela do questionado galã Francisco Cuoco. Em 1998 essa clássica novela foi desrespeitada com um remake de quinta categoria assinado por Glória Perez. Da versão original, a cena mais marcante foi a morte de Carlão gravada no canteiro de obras do metrô de São Paulo. Clique aqui e assista.

8 – O Casarão (1976 – Lauro César Muniz): uma das mais belas novelas de época da tevê brasileira. O Casarão narrava três histórias em três épocas distintas: 1900, de 1926 a 1936 . O eixo da trama era o eterno amor de João Maciel e Carolina Galvão. Relembre a abertura e a cena final em que o casal se reencontra após 40 anos clicando aqui.

9 – Escrava Isaura (1976 – Gilberto Braga): foi a novela brasileira mais vista em todo mundo. Lucélia Santos que interpretou a escrava branca, Isaura, tornou-se mundialmente conhecida por esse papel. A novela é contestada por movimentos de cultura negra alegando conteúdo racista. Seja como for, é um marco da teledramaturgia brasileira. Clique aqui e relembre a abertura e o capítulo inicial.

10 – Vale Tudo (1988 – Gilberto Braga): foi uma novela inovadora. A partir dela, o quesito “sonoplastia” ganhou papel de destaque. Fora isso, teve o grande mistério do assassinato de Odete Roitiman e a banana do Marco Aurélio no final que chocou muita gente. Clique aqui e aqui e relembre. 


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Comments

2 Responses to “60 ANOS DA TELENOVELA BRASILEIRA”

31 de outubro de 2011 às 16:42

olá, ótimo post, eu amo novelas e gostei de ver tudo aqui, ah, o remake de Pecado Capital é de 1998. Abs...

ED CAVALCANTE disse...
31 de outubro de 2011 às 20:56

Mr. Tv, obrigado pelo toque, correção feita.

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