15 ANOS SEM RENATO RUSSO


Hoje faz 15 anos que Renato Russo morreu. Como ele é um dos meus mais representativos ídolos e contribuiu enormemente para minha formação, pensei em escrever um texto em sua homenagem. Vasculhando os arquivos do Jornália, encontrei um post que escrevi no dia do aniversário de 50 anos dele. De uma forma sucinta, disse tudo que sentia sobre Renato. Se tentasse escrever outro texto, certamente, seria repetitivo. Portanto, faço minha reverência republicando o post escrito em 27 de março do ano passado. Meus respeitos, Renato!

RENATO RUSSO, 50 ANOS HOJE

Legião Urbana foi uma das principais referências da minha juventude. Acompanhei o nascimento, a vida e o final da banda. Eu era um daqueles fãs xiitas que compravam os discos (vinil) e se apressavam para decorar todas as letras. Logo no primeiro LP, o álbum branco, todo mundo percebeu que aquela banda de Brasília tinha um diferencial: as letras do Renato. Os textos dele eram tão mais importantes que as músicas que, em alguns casos, a melodia parecia não encaixar. Diziam que Renato imitava o estilo do Caetano, que acelerava o cantar para a letra se encaixar na melodia. Na música “Eclipse Oculto” temos um exemplo clássico desse artifício no trecho “Mas bem que nós fomos muito felizes só durante o prelúdio...” Caetano acelera para a letra caber na melodia. Renato fazia muito isso. Um claro indício da maior importância da letra.
 
Por ter cara de nerd, Renato ganhou fama de intelectual e passou a ser ridicularizado por eles. Sim, como ele virou um artista popular, diminuir a sua importância ou tratá-lo como um “mero objeto de adoração da juventude” passou a ser diversão entre a turma dita “cabeça”. Mas esse breve texto não tem a pretensão de levantar nenhuma bandeira em favor do Renato, ele não precisa. Vi nos últimos dias que o culto à sua memória e às suas canções continua fortíssimo e isso é o que importa. 
 
Devo muito a esse artista. Numa época dificílima da minha vida – Entre 1989 e 1992 – em que me sentia absolutamente perdido no mundo, vivia recluso, quase nunca saia de casa, uma coisa que ajudou a me manter vivo foi a música da Legião Urbana, sobretudo por causa dos textos do Renato. Isso não é pouco. No disco “Legião Dois” (o meu preferido) passamos a conviver com as metáforas e as entrelinhas dos discursos dele. A inquietação dele devido a problemas com a sua sexualidade, produziu canções antológicas. 
 
Em 1990 estive no inesquecível show realizado aqui no Recife, com o Geraldão lotado. Lembro-me das palavras do Renato na abertura: “Nós somos a Legião Urbana e vamos cantar algumas canções para vocês”. Em seguida a banda tocou “Há Tempos” e Renato jogou flores para a imensa plateia.

A Legião Urbana acabou para mim no disco “A Tempestade”, de 1996. A Partir daí, a melancolia tomou conta das letras do Renato. Preferi não assistir a essa triste caminhada para o fim. Lembro-me da profunda tristeza que senti quando ouvi a canção “Via Láctea” em que Renato canta, já com a voz arrastada, sua tristeza por estar doente. Ali ele explicitou a sua falta de esperança e o pedido para que o deixassem sozinho. Eu fiz o que ele pedia na canção, não ouvi mais os discos lançados depois de 1993.

Comments

One response to “15 ANOS SEM RENATO RUSSO”

12 de outubro de 2011 às 08:04

Nossa Ed, você curtiu e entendeu Renato Russo.
Realmente, suas últimas músicas são mesmo muito melancólicas.
Porém eu aprendi a apreciar Renato Russo após sua morte. Acredite, antes eu não suportava ouvir nenhuma dele além de "Índios".
Bela homenagem.
Xeros

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