A ARTE NÃO SABE IMITAR A VIDA

Outro dia estava na Livraria Cultura, perambulando entre os devedês, quando, do meu lado, iniciou-se um diálogo entre uma atendente e um senhor que lhe perguntou algo sobre um programa de tevê. A mocinha, com um ar de soberba inacreditável, respondeu ao cliente: “Não sei, eu não vejo tevê aberta”. O Senhor insistiu: “Você não vê tevê?”. Ela foi mais clara: “Vejo sim, senhor, mas só tevê paga”. Os dois continuaram o diálogo e eu segui na minha busca por um filme clássico de infância. O danado é que eu continuei pensando na postura da atendente, notadamente, achando-se superior porque assistia apenas a tevê paga. Qualquer um – que esteja inserido na sociedade – pode ter tevê paga, esse serviço, por vias legais,  se popularizou há tempos.

Já em casa, vendo tevê – paga, mas sintonizada num canal aberto – deparei-me com outra realidade distorcida: a personagem Sarita (Sheron Menezzes), um advogada da novela “Aquele Beijo”, via pela tevê a notícia da prisão do seu namorado, o corrupto empresário Alberto. O que me chamou atenção foi o aparelho de tevê da moça (confira na foto que ilustra o post). Na casa de uma advogada de um grande escritório, uma tevê retrô daquelas. Que realidade é essa que a Globo está tentando imprimir? Esse é um exemplo claro de que a arte, muitas vezes, peca quando tenta imitar a vida. Na novela seguinte, a das nove, a Griselda ganha mais de 50 milhões na loteria e seu neto continua estudando na escolinha comunitária do bairro. Esse povo não tem medo de sequestro?

Tanto a mocinha da livraria, quanto os cenógrafos e autores de novelas, estão precisando atualizar seus conceitos sobre a vida real. Para piorar, lá vou eu me aventurar a assistir o inusitado triângulo (escaleno) musical composto por Caetano, Gil e Ivete, que herdou o lugar outrora ocupado por Gal. Bastou algumas canções para perceber que aquilo ali era uma festa privada. A Globo fez uma confraternização, convidou seus funcionários e o Talma resolveu gravar e transformar em especial. Se fosse só a Ivete cantando, passaria no horário nobre. Mas como tinha Caetano e Gil, jogaram pro fim de noite. Há quem aceite, passivamente, essas imposições. O chato, aqui, segue exercendo o sagrado direito de contestar.

Comments

One response to “A ARTE NÃO SABE IMITAR A VIDA”

elly disse...
26 de dezembro de 2011 às 07:38

Feliz Ano Novo!!
tudo de bom pra vc e sua familia!
te convido pro sorteio de um tablet lá no meu blog,ok
será um prazer!
bjinhos
www.coisasdeladdy.com

if (myclass.test(classes)) { var container = elem[i]; for (var b = 0; b < container.childNodes.length; b++) { var item = container.childNodes[b].className; if (myTitleContainer.test(item)) { var link = container.childNodes[b].getElementsByTagName('a'); if (typeof(link[0]) != 'undefined') { var url = link[0].href; var title = link[0].innerHTML; } else { var url = document.url; var title = container.childNodes[b].innerHTML; } if (typeof(url) == 'undefined'|| url == 'undefined' ){ url = window.location.href; } var singleq = new RegExp("'", 'g'); var doubleq = new RegExp('"', 'g'); title = title.replace(singleq, ''', 'gi'); title = title.replace(doubleq, '"', 'gi'); } if (myPostContent.test(item)) { var footer = container.childNodes[b]; } } var addthis_tool_flag = true; var addthis_class = new RegExp('addthis_toolbox'); var div_tag = this.getElementsByTagName('div'); for (var j = 0; j < div_tag.length; j++) { var div_classes = div_tag[j].className; if (addthis_class.test(div_classes)) { if(div_tag[j].getAttribute("addthis:url") == encodeURI(url)) { addthis_tool_flag = false; } } } if(addthis_tool_flag) { var n = document.createElement('div'); var at = "
"; n.innerHTML = at; container.insertBefore(n , footer); } } } return true; }; document.doAT('hentry');