“O QUE FOI QUE ACONTECEU COM A MÚSICA POPULAR BRASILEIRA?”

Hoje postei na minha página do Face, uma bizarra – no meu subjetivo julgamento, claro – lista de artistas que disputam a eleição de melhor música do ano feita por um importante site. A bisonha lista segue os ditames mercadológicos das rádios e das gravadoras. A música massificada tem um propósito: vender. Obviamente, se alguém levantar essa questão em algum site ou veículo importante de comunicação, vai aparecer um monte de gente dizendo que esses músicos estão sendo injustiçados et cetera e tal.

O fato é que o Brasil, definitivamente, se rendeu à música efêmera. Isso piorou com as facilidades técnicas de hoje. Qualquer um pode gravar, reproduzir e divulgar seus cedês. Os carrinhos de som que infestam os bairros das periferias das grandes cidades ajudaram a criar os astros suburbanos que deitam e rolam vendendo esses excrementos musicais. Enquanto as “novinhas” lotam o bailes e soltam seus gritinhos estridentes, os “astros” do subúrbio enchem os bolsos, mudam-se para bairros chiques e esperam a nova moda chegar para embarcarem em mais uma levada do momento.

Assim caminha a cultura pop brasileira. A música mais elaborada, aquela que não se preocupa com critérios mercadológicos, fica restrita a guetos, projetos culturais e são segregadas  pelos meios de comunicação. A prova disso é essa eleição patrocinada por esse importante site. Que critérios eles usaram para formular essa lista? Será que a música sertaneja tem essa representatividade toda? A quem interessa toda essa propaganda? São muitas perguntas que, certamente, serão ignoradas porque estão sendo formuladas num site pouco comentado. E, a bem da verdade, buscar respostas não é a intenção desse blogueiro que vos escreve. A função desse post é mostrar a indignação – minha e de muitos – contra esse estado de coisas. Essa música que eles estão celebrando, definitivamente, não me representa.

O outro lado da moeda

Quero deixar registrado aqui, que também sou contra esses movimentos de contracultura que vez ou outra aparecem  na cena pernambucana. Não é porque uma banda ou cantor faz parte do underground que ele tem qualidade. Alguns movimentos – que não vou citar os nomes, claro – levantam bandeiras apresentando artistas de qualidade, muitas vezes, inferior aos farofas que transitam no meio comercial. Não basta ser do contra, tem que ter talento. Algumas bandas que gozam do status de mega star do underground, jamais sairão do subterrâneo. Sigo ouvindo Chico Science, Spok Frevo Orquestra, Lenine, a boa música me mantém vivo.

Ao mestre Jackson do Pandeiro, cujo disco ilustra esse post, se vivo estivesse, lhe diria: “Tem jabaculê sim, Seu Jackson, a música brasileira vive disso”.

Comments

2 Responses to ““O QUE FOI QUE ACONTECEU COM A MÚSICA POPULAR BRASILEIRA?””

Sarah Tancredi disse...
11 de dezembro de 2011 às 23:14

Sensacional! Expressou tudo que penso a respeito dessa 'música' descartável que nos invadiu há um bom tempo. Para mim, é um lixo musical. Sinto-me envergonhada ao ser obrigada a ouvir (os sem noção põem volume máximo) baixarias ,dos DJ da vida, que desrespeitam as mulheres de uma forma inaceitável. Junto-me a você na indignação e afirmo que essa 'música' também não me representa. Parabéns pelo texto coerente e verdadeiro.

15 de dezembro de 2011 às 12:12

Ed, após visitar o site recomendado, me pergunto também a que estilo musical, se é que posso chamar aquilo tudo de estilo, foi inspirado?
Também fico indignada com tamanha falta de músicas de verdade.
Sua crítica está perfeita com tudo que penso.
A verdade seja dita.
Xeros

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