LIMINHA, O PRODUTOR MUTANTE

Parte da minha formação musical vem da contestada década de 80. Testemunhei o ressurgimento (para muitos, o nascimento) do rock brasileiro naquela efervescência de bandas e festivais. Consumíamos não só a música, mas as informações contidas nos discos. Álbuns com encartes eram sinônimo de produção elaborada. Até o início da década de 80, esse libreto de informações era um luxo conferido apenas aos grandes astros. O “Secos & Molhados” foi a primeiro grupo a lançar um disco com encarte contendo letras e informações técnicas, me dizia sempre o amigo fiel Hezinho Jr.

Pois bem, o que me intrigava, já na década de 80, era o fato de quase todos os discos que nós ouvíamos, traziam o nome de Liminha como produtor e também como músico. Não existia internet e só descobrimos detalhes da vida desse agitador cultural nas matérias publicadas na Bizz, que líamos mensalmente. Liminha era uma espécie de “marca registrada”. Sua contribuição no pop rock brasileiro começou nos “Mutantes”, banda da qual fez parte entre 1969 e 1974, tocando baixo e cantando.

Sua estreia na área de produção, em 1977,  foi como diretor de estúdio  num disco clássico da black music brasileira: “Maria Fumaça”, da Banda Black Rio. A partir de então transitou como produtor e músico em discos importantíssimos da emepebê e do pop rock. Produziu o disco de estreia das Frenéticas (1977), produziu também discos de Elis Regina, João Gilberto, Raul Seixas, todos os discos de Gilberto Gil , os três melhores discos de Lulu Santos -Tempos Modernos (1982), Ritmo Moderno (1983) e Tudo Azul (1984) – e ajudou a reescrever a história do rock brasileiro produzindo (e em muitos deles, tocando)  os principais discos dos Titãs, Paralamas do Sucesso, Ira, Ultraje a Rigor, O Rapa, Barão Vermelho, Gabriel o Pensador e Erasmo Carlos.

A música pernambucana não ficou de fora da veia criativa do músico e produtor Liminha. Foi ele o responsável pela produção do primeiro disco de Chico Science e Nação Zumbi. Segundo o próprio Chico, Liminha ficou fascinado com a musica dele e mostrava a gravação a vários artistas importantes dizendo que a música que Chico fazia era moderna, não usava bateria. Liminha tinha anos de estrada, mas, confessaria mais tarde, aprendeu com a música de Chico. Chico também aprendeu com Liminha e o resultado dessa simbiose seria verificado no disco “Afrociberdelia”.

Está em fase de produção, um documentário sobre a trajetória vitoriosa de Liminha como músico e, principalmente, como produtor. Histórias para contar ele tem muitas, certamente os nomes importantes com quem ele trabalhou ao longo da sua carreira contribuirão bastante para enriquecer esse registro de vida. Parabéns, Arnolpho Lima Filho, parabéns, Liminha!

Comments

One response to “LIMINHA, O PRODUTOR MUTANTE”

14 de fevereiro de 2013 às 13:48

O Liminha então não participou mesmo dos Secos e Molhador? Eu sempre fiquei na dúvida e não tinha fonte de informação...

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