O PRECONCEITO NAS ENTRELINHAS


No último dia 26, uma trágica notícia abalou a sociedade pernambucana, sobretudo aos que são ligados à Igreja Episcopal. O Bispo Dom Edward Robinson Cavalcanti e sua esposa foram brutalmente assassinados pelo filho do casal, Eduardo Olímpio. Mais que o fato trágico, chocou-me a forma como a maior parte da imprensa tratou o caso. Eduardo era adotivo e essa condição foi acentuada em grande parte das manchetes e na maioria dos textos.

Ouvir que um “filho adotivo” matou os pais soa bastante diferente de ouvir que “um filho” matou os pais. Minha amiga Vanessa Miranda fez um comentário pertinente no Facebook quando me pronunciei sobre o fato: Querem encontrar uma justificativa, e usam o fato do mesmo ser adotivo como desculpa. E esquecem que Suzane (Von Richthofen) era filha legítima, e mesma assim mandou matar os pais”. Pois então, quando o assassino é um filho legítimo ninguém acentua esse detalhe. Por que fazê-lo quando se trata de um adotado?

Eu mesmo, ao ouvir a notícia, comentei com uma amiga: “A pessoa adotar um filho para depois ser morto por ele”. Pouco depois percebi que estava me deixando induzir pelo preconceito de quem formulou a capciosa manchete. Muitas crianças sofrem à espera de uma família nas listas de adoção. Episódios como esse servem, apenas, para aumentar a espera e o preconceito contra a adoção de crianças.

Aos familiares de Dom Edward e da professora Mirian Nunes, sua esposa, meus sinceros pêsames.


Comments

One response to “O PRECONCEITO NAS ENTRELINHAS”

Sarah Tancredi disse...
29 de fevereiro de 2012 às 00:12

Não é preconceito seu, é você pensar que um filho adotivo é filho do coração, um filho escolhido, por isso choca tanto. Um filho biológico não se escolhe, ele vem. Acho tão bárbaro um filho biológico assassinar os pais quanto um filho adotivo. Pais são os que criam.
Mas no fundo, é a mesma coisa, filho é filho, seja do coração ou da barriga, a crueldade é a mesma.

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