Pois
então, na abertura do carnaval de Pernambuco, como vem acontecendo
nos últimos anos, um batalhão de artistas nacionais aportou no
Marco Zero para celebrar o homenageado da festa. Esse ano cantaram
para Alceu Valença. Dentre os tantos nomes que por ali passaram,
estava a baiana Pitty, linda como sempre. A menina realizou um belo show e
fez o público – de carnaval – delirar. Baiana cantando rock no
carnaval do Recife, pode, axé, felizmente, não.
Esse
show me lembrou um episódio de um carnaval do longínquo ano de
1985. Para quem não lembra – ou não era nascido – nessa época
o rock brasileiro mandava nas rádios, estava numa efervescência
total. Eu estava com minha turma perambulando pelo centro do Recife,
um bloco ali, um caboclinho acolá, mas não estávamos muito a fim.
Quando passávamos em frente ao AIP – um lendário edifício no
coração do Recife – vimos um sonzinho rolando num fiteiro
localizado na entrada da rua do Fogo. Estava tocando Ultraje A Rigor.
Ficamos por ali ouvindo aquele disco do periscópio que rolou
todinho. Não lembro ao certo, mas tocou um monte de bandas nacionais
e o nosso carnaval foi todo em frente ao pequeno estabelecimento comercial.
Hoje
em dia, quem frequenta o carnaval do Recife não precisa recorrer a
guetos. Depois do advento do chamado “Carnaval Multicultural”,
tem rítmos para todos os gostos. Tem até uma rave na beira do rio.
Imagino que os puristas devem torcer o nariz diante de “tamanha
blasfêmia”, macular uma festa tradicional com rítimos que não
são nativos. Mas o fato é que o carnaval do Recife assimilou bem
essa mudança e as pessoas aceitam até uma baiana cantando rock na
abertura da festa no palco mais tradicional. Evoé, its only rock n
roll!
Comments
6 Responses to “ROCK E CARNAVAL, TUDO A VER”
Seu texto me fez viajar pelos velhos carnavais do final dos anos 70 - 80!! Creio que sempre tivemos uma mistura de ritmos em nossos carnavais, portanto é bem vindo o CARNAVAL MULTICULTURAL... Mas nada em excesso, já diziam os antigos gregos!!
Leonardo Ramalho.
Ed Dionísio merece muito rock n' roll, ninguém lembra do dono da festa.
Isak, sem saber, as pessoas que vão a rua celebram Dionísio. Isso é um fato.
Lembro dos velhos carnavais, aliás, o carnaval multicultural tem um pólo só para os velhos carnavais. Isso é que é positivo.
claro que eu tava meu velho!afinal de contas a gente tava sempre junto.
Muito bom, gosto muito da Pitty, que está linda (magra!). O Recife estava com cara de Festival de Inverno de Garanhuns! Saudaaaaaaade!
Postar um comentário