VOCÊ CONHECE O GOTYE?

No final do ano passado, pouco antes do Natal, estava zapeando pela net e dei de cara com um curioso vídeo: a banda canadense “Walk Off the Earth” fazendo um cover de “Somebody That I Used to Know”, uma música do belga-australiano – na época, ainda desconhecido para mim – Gotye. O vídeo, originalíssimo, mostra os cinco integrantes do WOTE tocando um único violão. Isso mesmo, um violão tocado a cinco mãos produziu um belo cover. A brincadeira acabou virando hit no Youtube e o WOTE assinou contrato com uma grande gravadora. De quebra, o Gotye ganhou uma poderosa propaganda gratuita.

Não só o vídeo me chamou atenção, gostei tanto da música que fui pesquisar quem era (ou o que era) esse tal de Gotye. Descobri que se tratava de um belga-australiano (Que mistura!) classificado por muitos sites com um músico de eletro-pop. Seus dois primeiros álbum "Boardface" (2003) e "Like Drawing Blood" (2006) foram divulgado de forma independente. No seu terceiro disco, “Making Mirrors”, lançado em 2011, ele já era contratado da Universal, a maior gravadora do planeta.

Conferi as faixas do “Making Mirrors” uma a uma e me apaixonei pelo som. Corri para comprar o cedê e descobri que não havia sido lançado no Brasil. Recorri à Livraria Cultura que, enfim, encaminhou a importação. O vendedor ainda me informou: “Senhor, o cedê vai entrar no nosso catálogo por causa do seu pedido”. Que honra, ser uma ponte entre esse ótimo disco e o Brasil. Acabei de receber o cedê depois de dois longos meses.

Detalhes Disco (clique nos títulos para ouvir).

Making Mirrors experimenta sons mas não é cansativo. Gotye tem um pé fincado no pop e essa influência fica clara no álbum. Tem uma voz que no agudo lembra muito Sting e Peter Gabriel.

Faixa1 – Making Mirrors: a música que dá título ao disco, na verdade, é uma vinheta eletrônica baseada em samplers. É o "carpaccio" do disco.

Faixa2 – Easy Way Out: nessa música ele mistura rif's de guitarra distorcida com uma batida eletrônica. A música é cantada em tom baixo e tem o refrão em falsete. Pop eletrônico básico.

Faixa3 – Somebody That I Used to Know: é a melhor música do disco, na minha opinião. Brinca com sons e vocais. Essa faixa tem a participação da cantora neozelandesa Kimbra. Uma lindíssima voz duelando com os agudos de Gotye, parecidíssimos com os de Sting.

Faixa4 – Eyes Wide Open: é nessa canção que percebemos que Gotye é um ótimo cantor. Explora a voz e deixa um pouco de lado a brincadeira com sons. Clique no título da música e assista ao ótimo clipe.

Faixa5 – Smoken and Mirrors: essa é uma canção em que o destaque é a percussão. Gotye canta sem experimentar os agudos das faixas anteriores.

Faixa6 – I Feel Batter: essa canção começa com a introdução de “Aquarela do Brasil”, de Ary Barroso. Quando ouvi antes de receber o disco, pensei se tratar de plágio mas o encarte do cedê traz os devidos créditos. O uso de um standard da emepebê não quer dizer que Gotye tenha sido influenciado pela música brasileira. Usar um trecho de “Aquarela do Brasil”, inclusive, soa como lugar-comum. Mas “I Feel Better” é um dos destaques do disco. Gotye volta a experimentar os agudos e a música tem uma configuração diferente do resto do álbum, traz uma estrutura formal de baixo guitarra e bateria e poucos teclados. O resultado final é muito bom.

Faixa7 – In Your Light: essa é uma canção absolutamente anos 80. Tem um violãozinho igual ao de “Faith” (George Michael) e uma instrumental muito, muito parecido com o “The Cure”. Ainda tem a voz de Sting que não vou mais falar para não me tornar repetitivo. Essa colagem sonora teve um bom resultado final que traz, de quebra, um naipe de sopros bem encaixado: Scott Tinkler (trompete) e Adam Simmons (Sax).

Faixa8 – State of The Art: essa faixa traz uma levada reggae com a voz do Gotye digitalizada. Essa é uma influência dos primórdios do eletrônico, Giorgio Moroder usava bastante na década de 80. O resultado final é muito bom.

Nas faixa 9 (Don't Worry, We'll Be Watching You), 10 (Givin Me a Chance) e 12 (Bronte) Gotye experimenta e brica com samplers sussurrando a música. Não me agrada.

Faixa11 – Save Me: Essa é uma canção com cara de final de festa. Do começo ao fim a bateria tem a mesma batida. É o tipo de música que soa apenas como um complemento do disco.

A análise final é que “Makig Mirrors” é uma boa novidade nesse universo de mesmices dos últimos tempos. Ganhou um lugar na minha estante e no meu mp3 no meio de um monte de dinossauros. Recomendo.

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