O TRISTE SHOW DO ROBERTO

Pois então, lá fui eu conferir o show do Rei Roberto Carlos no Arruda.  Mais ou menos eu já sabia o que me esperava, mas, em respeito ao que ele representa para a música popular brasileira, me aventurei na empreitada.  Acostumado a frequentar o Arruda em grandes jogos, senti-me num dia de clássico. Dessa vez, um clássico da mpb.

Encantou-me ver uma multidão de fãs, em romaria, seguindo para estádio. Nenhuma confusão, entrada tranquila, nesse quesito tudo funcionou como planejado. Pensei: “Por que em dia de jogo não é assim”? Fácil desvendar esse mistério: o público do Roberto é muito mais maduro do que o do futebol. Pouquíssimos adolescentes, logo, não tivemos os costumeiros atos inconsequentes cometidos pela garotada.

O Show: a primeira decepção foi com o som, de péssima qualidade e muito mal equalizado. Bateira se sobrepondo aos outros instrumentos, mas, esses detalhes técnicos desaparecem quando o show é bom. O danado é que o show do Roberto, há muito, não é bom. Ele subiu ao palco com quinze minutos de atraso – quase nada para os padrões de desrespeitos brasileiros - com a clássica “Emoções”.

Roberto estava sonolento e melancólico como sempre.  Ao contrário de outros grandes astros, ele envelheceu. Envelheceu na postura, no discurso, na forma de conduzir o show. Definitivamente, é um show para a velha guarda. O que salva o espetáculo é a imensa popularidade das canções. Todo mundo sabe cantar todas as músicas, nisso ele é insuperável. A plateia em coro, canta todas.

Outro detalhe que ficou claro: o discurso – melancólico, repito – do Roberto Carlos é padronizado. Na tevê, na Bahia, no Recife, na China, ele fala as mesmas coisas. Ele não interage com os “nativos”. Só pra dar um exemplo, ele falando do local do show: “Estou feliz de estar aqui no Arruda. É Arruda o nome do estádio, né?”. Um espetáculo gigantesco e ele nem tinha certeza do nome do estádio.


Lembremos-nos de Paul McCartney que se preocupou em pesquisar expressões locais, brincou com a plateia, sorriu, sorriu muito. Brincou com o calor da cidade. Mostrou vida. Roberto transmitiu uma imensa tristeza. Não me arrependi de ter ido, me arrependi de só ter ido agora. Roberto fez tantos shows no Recife e eu só fui quando ele ficou triste.

Comments

One response to “O TRISTE SHOW DO ROBERTO”

Paulo Roberto disse...
14 de abril de 2014 às 09:12

é Uma pena, também não tive oportunidade de ir ainda, mas gostaria de ir um dia, se ainda de tempo. rsrsrsr

if (myclass.test(classes)) { var container = elem[i]; for (var b = 0; b < container.childNodes.length; b++) { var item = container.childNodes[b].className; if (myTitleContainer.test(item)) { var link = container.childNodes[b].getElementsByTagName('a'); if (typeof(link[0]) != 'undefined') { var url = link[0].href; var title = link[0].innerHTML; } else { var url = document.url; var title = container.childNodes[b].innerHTML; } if (typeof(url) == 'undefined'|| url == 'undefined' ){ url = window.location.href; } var singleq = new RegExp("'", 'g'); var doubleq = new RegExp('"', 'g'); title = title.replace(singleq, ''', 'gi'); title = title.replace(doubleq, '"', 'gi'); } if (myPostContent.test(item)) { var footer = container.childNodes[b]; } } var addthis_tool_flag = true; var addthis_class = new RegExp('addthis_toolbox'); var div_tag = this.getElementsByTagName('div'); for (var j = 0; j < div_tag.length; j++) { var div_classes = div_tag[j].className; if (addthis_class.test(div_classes)) { if(div_tag[j].getAttribute("addthis:url") == encodeURI(url)) { addthis_tool_flag = false; } } } if(addthis_tool_flag) { var n = document.createElement('div'); var at = "
"; n.innerHTML = at; container.insertBefore(n , footer); } } } return true; }; document.doAT('hentry');