Hoje
faz 15 anos que Renato Russo morreu. Como ele é um dos meus mais
representativos ídolos e contribuiu enormemente para minha formação,
pensei em escrever um texto em sua homenagem. Vasculhando os arquivos
do Jornália, encontrei um post que escrevi no dia do aniversário
de 50 anos dele. De uma forma sucinta, disse tudo que sentia sobre Renato. Se
tentasse escrever outro texto, certamente, seria repetitivo.
Portanto, faço minha reverência republicando o post escrito em
27 de março do ano passado. Meus respeitos, Renato!
RENATO RUSSO, 50 ANOS HOJE

Por
ter cara de nerd, Renato ganhou fama de intelectual e passou a ser
ridicularizado por eles. Sim, como ele virou um artista popular,
diminuir a sua importância ou tratá-lo como um “mero objeto de adoração
da juventude” passou a ser diversão entre a turma dita “cabeça”. Mas
esse breve texto não tem a pretensão de levantar nenhuma bandeira em
favor do Renato, ele não precisa. Vi nos últimos dias que o culto à sua
memória e às suas canções continua fortíssimo e isso é o que importa.
Devo
muito a esse artista. Numa época dificílima da minha vida – Entre 1989 e
1992 – em que me sentia absolutamente perdido no mundo, vivia recluso,
quase nunca saia de casa, uma coisa que ajudou a me manter vivo foi a
música da Legião Urbana, sobretudo por causa dos textos do Renato. Isso
não é pouco. No disco “Legião Dois”
(o meu preferido) passamos a conviver com as metáforas e as entrelinhas
dos discursos dele. A inquietação dele devido a problemas com a sua
sexualidade, produziu canções antológicas.
Em 1990 estive no inesquecível show realizado aqui no Recife, com o Geraldão lotado. Lembro-me das palavras do Renato na abertura: “Nós somos a Legião Urbana e vamos cantar algumas canções para vocês”. Em seguida a banda tocou “Há Tempos” e Renato jogou flores para a imensa plateia.
A Legião Urbana acabou para mim no disco “A Tempestade”,
de 1996. A Partir daí, a melancolia tomou conta das letras do Renato.
Preferi não assistir a essa triste caminhada para o fim. Lembro-me da
profunda tristeza que senti quando ouvi a canção “Via Láctea”
em que Renato canta, já com a voz arrastada, sua tristeza por estar
doente. Ali ele explicitou a sua falta de esperança e o pedido para que o
deixassem sozinho. Eu fiz o que ele pedia na canção, não ouvi mais os
discos lançados depois de 1993.
Comments
One response to “15 ANOS SEM RENATO RUSSO”
Nossa Ed, você curtiu e entendeu Renato Russo.
Realmente, suas últimas músicas são mesmo muito melancólicas.
Porém eu aprendi a apreciar Renato Russo após sua morte. Acredite, antes eu não suportava ouvir nenhuma dele além de "Índios".
Bela homenagem.
Xeros
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