
A ligação histórica entre o Recife e a cidade de Nova Iorque era conhecida desde os tempos mais remotos, entretanto, somente em 1999 com uma descoberta arqueológica cinematográfica, essa ponte foi revelada. No século XVII quando os holandeses chegaram ao Recife, chegaram junto com eles muitos judeus que se juntaram a um grupo já residente na capitania.
No período em que Maurício de Nassau dominou a cidade, esse grupo religioso teve a tão sonhada liberdade de culto, (que era cerceada pelos portugueses por razões óbvias) e construiu a primeira sinagoga das Américas, a Kahal Zur Israel, na rua dos Judeus, atual rua do Bom Jesus (ironia do destino).
Em 1654, os holandeses foram expulsos definitivamente do Recife. A comunidade judaica ficou em situação de risco e muitos foram embora. Dessa pequena diáspora, um grupo de 23 judeus migrou para o pequeno povoado de Nova Amsterdã. Ali, segundo os livros de história dos Estados Unidos, fundaram a cidade de Nova York. Acelerando a nossa máquina do tempo chegamos ao ano de 1999. Foi nesse ano que a Federação Israelita de Pernambuco solicitou a coordenação do Laboratório de Arqueologia da UFPE um projeto visando descobrir o local exato onde funcionou a sinagoga Kahal Zur Israel.
Depois de um minucioso estudo, os arqueólogos chegaram ao prédio localizado no nº 197 da Rua do Bom Jesus. Várias escavações foram feitas, depois de retirada a terceira camada de piso encontraram uma estrutura circular de tijolo. Depois da análise de um tribunal de rabinos do Brasil e da Argentina, ficou comprovado que se tratava de um Mikvê, uma espécie de piscina de purificação usada nas sinagogas. Hoje em dia, a Kahal Zur Israel é um ponto turístico do Recife, visitada por gente de todo o mundo, é história viva.