Uma
das imagens mais icônicas, dentre tantas clicadas nos protestos pela morte
brutal de George Floyd foi, sem dúvida, o tombamento da estátua do traficante
de escravos Edward Colston em Bristol, Inglaterra. Os manifestantes depredaram
o monumento, posaram para fotos com o joelho no pescoço de Colston – uma referência
a Floyd – e jogaram a estátua no fundo do rio Avon. De imediato, as imagens me remeteram a
lembrança de outro cruel escravocrata que, assim como Colston, tem estátua,
nome de rua e diversas deferências aqui no Recife. Falo de João
Fernandes Vieira, dito “Herói da Restauração”, um senhor de engenho que tinha no seu leque de
atividades, o hábito de torturar escravos. Ele fazia mais, ensinava como
deveriam ser as torturas. No livro “A Terra E O Homem do Nordeste”, do grande
geógrafo pernambucano Manuel Correia de Andrade, o autor destaca os
ensinamentos de João Fernandes Vieira: Clique na imagem para ampliar
No
campus da Universidade Federal de Pernambuco existe um monumento erguido em
homenagem a Fernandes vieira, no local existia um casarão que era residência
dele. O monumento mostra o escravocrata no
alto de um pedestal e, logo abaixo, um homem subjugado.
Na cidade de Olinda, na Rua de São Bento, nº 45,
uma frondosa placa indica que ali foi residência do “Herói da Restauração”.
Existe também uma importante avenida que traz o seu nome e uma escola no bairro
da Caxangá.
Pergunto: como um cruel torturador
de escravos tem tantas homenagens num estado que tem tradição de lutar pela
liberdade e pela igualdade? Deixe sua opinião nos comentários!
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