
Esse ano o Brasil comemora os trinta anos da anistia concedida aos exilados políticos. O processo foi lento e iniciou-se em 1974, quando o governo militar começou a se diluir. A pressão social aumentava a cada dia e o então presidente, Ernesto Geisel, começou a sinalizar positivamente para o processo que só se concretizaria em 1979.
Não vou perder tempo falando de um assunto que qualquer um pode acessar nos sites de busca. A minha lembrança mais marcante e mais revoltante, dessa época, refere-se ao meu total desconhecimento (na época) do que era realmente a tal da anistia. Em 1979 eu tinha 14 anos e não entendia o que se passava à minha volta. Meus pais, pessoas de pouca informação, não falavam sobre o assunto e eu descobri a realidade política do Brasil por interesse próprio.
O primeiro nome forte que ecoou nos meios de comunicação de Pernambuco, e depois do Brasil, foi o do ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes. O slogan “Arraes tá aí” virou marca registrada da volta e da retomada da carreira política dele, deposto pelos militares. Quando todo mundo começou a falar em anistia, quando os políticos e artistas começaram a voltar para o Brasil é que eu descobri que existia o tal do “exílio político”.
Esse meu exemplo serve de alerta para você que é jovem, tem acesso à informação (que eu não tive) e que ignora a realidade política que o Brasil vive hoje. Você que não se interessa pela bandalheira praticada no Senado, que não lembra o nome dos políticos em que votou na última eleição. Informe-se, discuta, faça valer seu direito. Informação é poder. Viva a anistia!