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PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DE FLORES

Foto: Catsmob

NA TERRA DE AMOR E ÓDIO - LEMBRANÇAS DE UM PASSADO RECENTE


Pois então, hoje à tarde, no descanso pós-almoço, assisti ao filme “Na Terra de Amor e Ódio” que retrata a guerra da Iugoslávia ocorrida há bem pouco tempo, na década de 90. O filme tem uma premissa bastante comum, mostra as atrocidades da guerra a pretexto de narrar uma historinha de amor envolvendo um casal, obviamente, composto por pessoas de lados opostos do conflito.

Lembro-me bem dessa época. Víamos pela tevê, perplexos, a reprodução dos horrores da Segunda Guerra – campos de concentração e genocídios – ocorrendo numa época em que, supúnhamos, seria impossível acontecer. Mais perplexidade causava a postura da comunidade internacional que deixava acontecer os massacres sem uma intervenção imediata. 
As críticas da época falavam, entre outras coisas, que a parcimônia da comunidade internacional – leia-se Estados Unidos – se dava porque os entreveros nos Bálcãs não envolviam nenhum grande interesse econômico. A vida humana, pura e simplesmente, aos olhos deles, não representava nada. A degradação humana na África descolonizada, bem antes, já provara isso.

O que é mais contraditório nessa sanguinária história, é o fato dos europeus terem sempre se colocado como centro da civilização humana mesmo tendo, em vários momentos,  protagonizado episódios tristes como esses. A guerra da Iugoslávia era, antes de tudo, um conflito étnico-religiosa. Os Sérvios, cristãos ortodoxos, tentavam reeditar na década de 90 do século XX, a sanha segregante de Adolf Hitler. Perseguiam os muçulmanos proclamando uma alegórica superioridade racial.

O que veio depois de todas as atrocidades cometidas nesse conflito também parecia uma reedição do rescaldo da Segunda Guerra. Os criminosos se escondendo do mundo e sendo capturados, uma a um (destaquei em um post de 2008), ao longo dos anos. O mais temido, Slobodan Milosevic inclusive, morreu na prisão. Para quem quiser conferir a reprodução dessa triste história recomendo o filme (que pode ser assistido online aqui) em questão que foi escrito e dirigido pela atriz Angelina Jolie. Tem que ter estômago! Segue o trailer oficial:

RELIGIÃO E FUTEBOL, TUDO A VER

Sempre ouvi dizer que “não se deve discutir religião e futebol”. Contraditoriamente, esses dois assuntos, por natureza, fomentam uma boa discussão. Na verdade, o recado embutido na frase quer dizer que “não é prudente discutir esses dois assuntos”. O porquê todo mundo sabe, tanto o futebol quanto a religião lidam com  sentimentos humanos: paixão, fé, devoção e, as vezes, a razão.

Há pouco, quando postava numa rede social umas fotos antigas da época da faculdade, dei de cara com a imagem de um adorável professor: Jorge Santana(de óculos) . Das suas complexas aulas sobre como elaborar um projeto baseado na lógica, guardei um importante recado. Apontando uma espécie de linha do tempo que ordenava as etapas de um projeto, ele explicou: “Até essa fase aqui a elaboração do projeto segue sem grandes atropelos, a partir dessa outra etapa aqui começam a surgir os grandes problemas, tudo porque entram no projeto os seres humanos. Você vai ter que lidar com vaidades, desejos particulares, é muito difícil administrar isso”.

O que o Professor Jorge  explicou há décadas é exatamente o que tento transmitir nesse post. No caso da religião o problema ganha uma dimensão incomensurável porque muitos dedicam a vida - na Terra e num suposto plano superior – a essa causa. Se a religião pudesse ser discutida apenas no âmbito da razão, quase tudo que está escrito nos livros sagrados seria facilmente refutado. Como explicar a “Arca de Noé” e o “Sopro do Barro” caminhando na inflexível linha da lógica? Pois bem, se o assunto não pode ser tratado com argumentos lógicos, não vale a pena discutir, no final prevalecerá o interesse e a crença de cada um.

Absolutamente tudo que foi dito no parágrafo anterior se aplica ao futebol. Tenho um amigo – vou preservar o nome, claro – que é formado em Física, se diz agnóstico mas, quando vai assistir a um jogo do Náutico, seu clube do coração, senta sempre no mesmo lugar. O argumento é dos mais esdrúxulos: “Da ultima vez que sentei num lugar diferente fui testemunha da triste Batalha dos Aflitos, culpo-me até hoje por isso”. O danado que ele fala sério, não é piada. Quando a paixão e a fé cega tomam conta da mente, o resultado é esse.

Mas, ao contrário do que imaginam meus desafetos – tenho alguns – eu acho a religião um negócio fantástico. Atualmente, enquanto você lê esse post, dezenas de guerras acontecem pelo mundo afora. Segundo o Conselho de Segurança da ONU, 80% desses conflitos têm cunho religioso. Basta rebuscar um pouco a memória para lembrar dos últimos grandes conflitos e atentados ocorridos no planeta. Na década de noventa, teve a “Guerra dos Bálcãs”. Nesse embate – ocorrido por conta da dissolução da antiga Iugoslávia – os sérvios, cristãos ortodoxos, perseguiam os habitantes do território de Kossovo, na maioria muçulmanos de origem albanesa. A PrimeiraGuerra do Golfo confrontou os árabes, muçulmanos, com os cristãos comandados pelos Estados Unidos. Uma década depois, as torres do World Trade Center tombavam tornando-se os maiores símbolos desse conflito.

As torcidas organizadas experimentam, no futebol, o mesmo ódio que os fundamentalistas cristãos e islâmicos praticam na política internacional. Não estranhe o adjetivo “fundamentalista” associado ao cristianismo. O que os presidentes estadunidenses e os líderes políticos europeus ocidentais vêm praticando nas últimas décadas é o mesmo que os terroristas islâmicos fazem. Só que em escala muito maior e com muito mais liberdade.

Apesar de tudo, ainda troco umas ideias sobre futebol e religião com meus amigos e na sala de aula pois, lecionando história, o dever me obriga. Até brinco com meus alunos em dia de prova: “Não filem (colem) porque quem fila vai para o inferno”. Ao menos nesse momento, a punição eterna é tratada com um adorável desprezo. Ouço sempre alguém gritar: “Então estamos todos no inferno, professor”. Cabe ainda uma lembrança do futebol: quando vou ao estádio, a saída é sempre tensa porque a torcida organizada do meu clube, a Inferno Coral (junção do pior do futebol, a violência, com o pior da religião), promove a desordem. Se vivo, certamente, Karl Marx reformularia sua famosa citação: “A religião e o futebol são o ópio do povo”.

O CAPACETE DO UCHÔA E O PIONEIRISMO DE PETER ARNETT


Quarta-feira, ao abrir o Jornal Nacional, o “meio-âncora” - ele divide a bancada com sua cara-metade, Fátima - William Bonner protagonizou uma cena cômica: anunciou o jornalista Marcos Uchôa, acentuando o fato do correspondente estar usando um capacete, regra de segurança sugerida pela Associated Press. O fato é que o careca Uchôa não estava usando o capacete, pelo menos o de aço, não. Bonner não perdeu o rebolado e aproveitou para dar uma bronca no amigo que, na edição de ontem do telejornal, exibia o item de segurança.

Esse hilário episódio envolvendo um correspondente de guerra me fez lembrar do grande repórter, americano de coração e neozelandês de nascença, Peter Arnett. Ele foi um dos mais renomados correspondentes de guerra de todos os tempos. Começou a carreira na National Geographic transferindo-se em seguida para a cobertura dos grandes conflitos.

Iniciou sua trajetória em Bangkok, na Tailândia, escrevendo para um pequeno jornal de língua inglesa. A guerra do Vietnã foi seu primeiro trabalho de peso. Ao contrário da maioria dos repórteres norte-americanos, Arnett fazia suas coberturas sem se deixar se levar pelo nacionalismo exacerbado. Relatava o fato com a mais profunda realidade sem se preocupar com as consequências politicas de suas matérias. Peter Arnett cobria os conflitos no front de guerra. Foi testemunha ocular do episódio conhecido como “Colina 875”, uma tentativa frustrada de resgate de soldados americanos que resultou na morte de quase todo o grupamento norte-americano envolvido na ação.

O Vietnã que Arnett retratava para as centenas de jornais pelo mundo que reproduziam suas matérias, não era o Vietnã que os Estados Unidos queriam divulgar. O governo de Lindon Johnson tentou retirar Arnett do Vietnã alegando que ele, por não ser um americano nativo, era impatriota. A pressão do governo não surtiu efeito e o jornalista testemunhou a mais dramática derrota do exército americano em todos os tempos.

Peter Arnett virou um ícone pop no início da década de noventa quando cobriu a Guerra do Golfo. Em 1991 várias emissoras do mundo inteiro e cerca de quarenta correspondentes de guerra estavam no Iraque para cobrir o conflito. Um detalhe técnico colocou Peter Arnett como protagonista da cobertura. A CNN, emissora para qual ele trabalhava, era a única que possuía, naquele momento, tecnologia de telefonia via satélite. A emissora transmitiu, sozinha, o início dos ataques do grupo de Coalizão e as primeiras vinte horas da guerra.

Diante da barreira tecnológica, todos os jornalistas estrangeiros deixaram Bagdá e Peter Arnett passou a ser o único estrangeiro a cobrir a Guerra do Golfo. Suas matérias iam ao ar com o áudio dos conflitos preservados. Esse recurso colocava o telespectador, praticamente, no front de guerra. Por várias vezes, ele interrompia as transmissões quando uma grande explosão ecoava em Bagdá. Outro grande feito do jornalista foi ter entrevistado o presidente do Iraque, Saddam Hussein, logo após o início do conflito. Peter Arnett também conseguiu, em 1997, entrevistar o terrorista Osama Bin Laden.

O último grande trabalho do velho jornalista foi a cobertura, em tevê de alta definição, da invasão do Afeganistão pelos Estados Unidos em 2001. Peter Arnett, que nasceu em Riverton, Nova Zelândia, está prestes a completar 77 anos. Ele ainda trabalha como jornalista e dá palestras pelo mundo. Meus respeitos!
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