Estou inaugurando a coluna “Clique Mágico”, dedicada ao mundo da fotografia. Para começar com pé esquerdo (sou canhoto, dá licença?), trarei alguns clássicos, imagens que correram o mundo e viraram ícones de suas épocas. Nesse pequeno espaço dedicado à fotografia, publicarei imagens e alguns comentários do alto da minha leiguice. Seguem os três primeiros cliques:

Che Guevara, por Alberto Korda: esse famoso clique do Alberto Korda foi capturado no dia 05 de Março de 1960, quando Che contava trinta e um anos. É considerada a foto mais popular do século vinte. O tamanho do sucesso dessa imagem é proporcional à frustação do autor, que sempre se queixou por não ter recebido o retorno monetário. A simbologia incutida na imagem do guerrilheiro Che Guevara transformou o clique do Korda num símbolo de rebeldia reproduzido em diversos movimentos políticos e estudantis. A super exposição, entretanto, transformou o rosto de Che Guevara em uma espécie de “adorno pop” para camisetas. Muitos dos que ostentam essa famosa imagem no peito, nem sequer sabem quem foi Che.

A Menina do Vietnã, por Nic Ut: esse é um clássico da fotografia de guerra. A imagem da menina Kim Phuc (veja uma imagem atual dela) correndo nua, com o corpo chamuscado, causa comoção até hoje. A cena foi capturada no dia oito de junho de 1972, na cidade vietnamita de Trang Bang, bombardeada por aviões norte-americanos que lançaram Napalm sobre a população civil. O horror registrado no clique de Nic Ut tornou-se uma bandeira de luta contra a invasão do Vietnã pelos Estados Unidos. O final dessa história foi feliz. Kim conseguiu se recuperar dos ferimentos e deixou o Vietnã. Chegou a morar nos Estados Unidos, mas hoje em dia vive no Canadá onde preside uma entidade que luta para salvar crianças vítimas de guerras.

O Chinês e a Fileira de Tanques, por Jeff Widener: A imagem do chinês anônimo enfrentando uma fileira de tanques foi capturada em 1989 nas proximidades da Praça de Tianamen, Pequim, República popular da China. A foto imortalizou o ato heroico desse chinês anônimo que, usando apenas o próprio corpo, encarou uma fileira de tanques que rumavam em direção à Praça da Paz Celestial. Deng Xiaoping, o sanguinário ditador chinês da época, ordenou a dissolução de um protesto de estudantes de forma implacável. O clique de Jeff Widener foi reproduzido por várias agências pelo mundo afora e tornou-se um ícone do final da década de 80. No Brasil, inclusive, foi capa de um famoso livro didático de Geografia. O destino do solitário chinês é desconhecido até hoje. A imagem virou história.