RETROSPECTIVA 2012 - MELHORES POSTS DO ANO (SEGUNDO MEU JULGAMENTO)


Pois então, se todo mundo faz, farei aqui também, segue uma lista de doze postes publicados ao longo do ano. Obviamente, a escolha baseou-se na subjetividade do meu gosto. Escolhi um de cada mês do ano.

Janeiro


Fevereiro

Março

Abril

Maio

Junho

Julho

Agosto

Setembro

Outubro

Novembro

Dezembro

MINHAS LEMBRANÇAS DO NATAL


Hoje, véspera de Natal, com o intuito de escrever esse post, fui rebuscar minhas referências dessa data comemorativa. A lembrança mais remota que tenho dessa época de festa é do início da década de setenta, eu era um garotinho, uns cinco anos, acho, e ficava animadíssimo com a montagem da “vinatal”, era assim que eu chamava a árvore de Natal. Não me reporto a esses detalhes através de relatos de terceiros, são lembranças minhas que permanecem vivas apesar de longínquas.

Lembro-me que meu tio Janja - irmão da minha mãe – era o técnico da montagem, isso porque o pisca sempre dava problemas. Antigamente tudo custava caro, uma lampadinha queimada era um tormento. Tio Janja retirava a lâmpada queimada e colocava papel laminado retirado de maços de cigarros.  Ele parecia o McGywer em ação. Incrédulo eu via a série de luzes voltar a piscar depois da gambiarra implementada pelo meu tio. A explicação era bem simples: quando uma das lâmpadas apagava, a série era interrompida e o resto não funcionava. O papel laminada, com sua cobertura metálica, introduzido no bocal, reconectava a série e tudo voltava ao normal como num passe de mágica.

O Natal da minha infância também tem um referencial fortíssimo chamado “Festa do Ypiranga”. Era uma tradição nos arredores onde eu morava. Nas semanas antecedentes ao Natal, o “Parque de Diversões Democrata” se instalava numa área militar próxima a estação ferroviária do Ypiranga, e tudo era festa. Ainda hoje o parque funciona, já está armado, mas não tem a tradição e o brilho do passado, os tempos são outros.  Hoje em dia ele funciona bem perto do antigo local, na margem oposta da linha férrea, dentro do campo do Clube Ferroviário. 

Quando criança eu nunca entendia porque quase todas as referências do Natal remetiam ao inverno, se dezembro era o mês do verão. Descobriria mais tarde que o mês de dezembro no hemisfério norte é o mês do inverno. O Papai Noel, o pinheiro, a neve, tudo era de lá. Quando comecei a estudar e a burilar o meu intelecto, "aprendi" que esse Natal com referências estrangeiras era errado, o certo era um outro  que me foi apresentado.

Aprendi sobre os autos de natal, as manifestações folclóricas. A festa estrangeira das minhas lembranças de infância eu tentava deixar de lado. Um belo dia, ironicamente assistindo a uma aula espetáculo de um bastião da cultura nordestina, Ariano Suassuna, aprendi uma grande lição. Disse ele, no meio da aula: ”Durante uns vinte anos eu tomei cafezinho no trabalho só porque os outros diziam que era bom, em casa eu nunca tomava. Deixei de lado esse habito que era dos outros, não meu”.

Percebi, a partir desse valioso exemplo, que o Natal “certo” que me apresentaram, era certo para os outros, o Natal errado, com neve, Papai Noel, Árvore, Manjedoura, esse era o da minha lembrança. Ainda tem aqueles chatos que pregam que o Natal refere-se apenas, e tão somente, à questão religiosa. Tudo bem, respeito, mas minhas lembranças são minhas, ninguém pode mudar. Minha árvore continua sendo armada todo ano, para mim é um momento de felicidade. Feliz Natal para todos!

O QUE FAZER NAS FÉRIAS


Pois então, o mundo não acabou e os bons ares das férias começam a soprar pras bandas de Ca. Para quem, como eu, trabalha o dia inteiro, trinta dias longe dos afazeres cotidianos (obrigatórios) é uma felicidade sem tamanho. O grande lance desse período de ócio, para a grande maioria, é se desligar do mundo e desestressar. Para mim não.

Tem gente que nesse período viaja para um lugar paradisíaco, no meio do nada, e passa o dia deitado numa rede tomando água de coco e olhando as ondas do mar. Eu morreria de tédio em menos de uma semana, com certeza. A questão é a seguinte: Por que tenho de deixar de fazer um monte de coisas que gosto durante as férias? Adoro acessar a internet, escrever no blog, andar pelo centro da cidade, ir ao cinema, garimpar nos sebos da cidade, tocar violão com os amigos. Durante o ano todo tenho que me desdobrar para fazer as coisas que gosto porque o tempo é exíguo. Quando chega o período de férias e tenho tempo de sobra, o “correto” é viajar para o meio do nada e me privar das coisas que gosto.

Dirão os críticos de plantão: “Mas você não gosta de viajar, conhecer lugares novos?” Claro que gosto, mas só por uns dias, não mais que isso. O bom de viajar, para mim, é o prazer de voltar para casa. Muitos pensam assim, poucos confessam. Tem gente fica numa casa de praia, entediado, olhando as paredes o ou a imensidão do mar, contando os dias para voltar para casa. Quando voltam, falam: “Passei uns dias num lugar maravilhoso”. Incompreensível.  Bom, paro por aqui, vou dar uma volta no centro!

CADA UM TEM O ÍDOLO QUE MERECE


Na última sexta-feira, pela manhã, estava dando aula – como faço cotidianamente – numa turma de 6º ano. De repente uma garota chega à janela e grita: “Sheldon está no portão!” Absolutamente todos os alunos correram e eu fiquei sozinho na sala. Minha aula foi para o espaço. Tenho uma filha adolescente e por isso sei que é esse tal de “Sheldon”. Um jovem da periferia que ganhou o estrelato (local) denegrindo a imagem das meninas. Mas elas gostam, sou testemunha ocular disso.

Fenômenos populares como esse se multiplicam com uma rapidez assustadora, é a parte – no meu subjetivo julgamento, claro - ruim do poder indiscriminado da mídia atualmente. Qualquer um pode trabalhar sua imagem e criar um personagem desses com alguns trocados, é fato. A periferia ganhou voz mas desperdiça essa força produzindo fenômenos efêmeros que banalizam a imagem das meninas tratando-as como objetos sexuais.

Eu poderia aqui lembrar do meu tempo de adolescente, falar das reuniões que fazíamos na minha casa para discutir música, mas, geralmente, esse tipo de discurso soa como papo de velho. Pois bem, não preciso voltar no tempo para justificar meus argumentos. Atualmente existe muita gente boa fazendo música de qualidade mas esse é um produto que não interessa a mídia nem a boa parte dos jovens. As “novinhas” gostam de ouvir e cantar versos que descrevem atos sexuais, usam palavras chulas, acabam com a beleza do ato sexual.

Enquanto escrevo esse breve texto estou ouvindo um cedê de Lennon que comprei em 1994 porque a música perene ultrapassa os limites do tempo, pode ser tocada no Natal, na manifestação pacifista, no protesto contra a opressão que as mulheres sofrem na sociedade, pode ser tocada em qualquer tempo em qualquer lugar. Cada um tem o ídolo que merece, os meus são eternos!

AS CONTRADIÇÕES DE UM CURSO DE GESTÃO


Volto a falar do curso de gestão promovido pelo Governo do Estado de Pernambuco, o PROGEPE, porque sinto-me profundamente incomodado pela forma como os professores participantes foram “certificados”. Cumprimos doze módulos em que foram tratadas, logicamente, questões voltadas à tortuosa tarefa de gerir uma escola.  Já teci, em outro post, comentários a respeito da organização do curso e do conteúdo oferecido, não vou mergulhar, de novo, nessa seara, a questão agora é outra.

Ao longo dos últimos anos, para se adequar a uma perspectiva construtivista, a forma de avaliação nas escolas passou por várias reformulações. Chegou-se a óbvia conclusão de que o processo avaliativo deve ser contínuo e nunca restrito a um momento, como se fazia no ensino dito tradicional. Tanto que a famosa “semana de provas” foi abolida – e proibida – na maioria das escolas da rede. As escolas integrais ainda utilizam-se desse período de aplicação de avaliações.  O discurso do processo contínuo é deixado de lado. Por quê? Não sei, rogo a quem souber a resposta do porquê dessa prática educacional incoerente, que me explique.

Os dois parágrafos acima servem de preâmbulo para a crítica que faço à forma de certificação do PROGEPE que também usou a velha e ultrapassada – segundo a própria Secretaria de Educação – avaliação final materializada  numa prova objetiva. O processo contínuo sugerido para a prática pedagógica nas escolas, ao que parece, não serve para avaliar os professores. Fiz a prova e alcancei a certificação, que fique claro. Mas alguns bons professores da minha sala, de boa argumentação e protagonistas de interessantes colocações ao longo do curso, não se saíram bem  e não foram “certificados”.

Absolutamente injusto avaliar um percurso de doze módulos em apenas um momento. As experiências e trocas de ideias vivenciadas ao longo do curso foram jogadas no ralo para quem não se saiu bem na provinha.  Uma citação extraída da apostila do módulo 11 do PROGEPE (p.09), que trata sobre avaliação, explica: “A classificação dos estudantes pode gerar estigmas que se complexificam ao longo da vida escolar caso não seja bem apresentada aos estudantes”. Avaliar um todo com base, apenas, em um momento, também resulta em estigmas.

Inevitavelmente, todos aqueles que não alcançaram nota suficiente para a aprovação estão sendo tratados como incompetentes e até incapazes. Muitos, inclusive, com anos de experiência na atividade de gestão. Até que uma nova oportunidade de “certificação” seja oferecida, vários professores carregarão o estigma da reprovação numa prova que não comprova nada. Triste!


A INTERNET A SERVIÇO DA HISTÓRIA

Essa é para quem ainda duvida da utilidade da internet: estava vasculhando a rede à procura de fotos antigas do Recife e acabei encontrando duas raridades. A primeira, uma foto das obras de construção do Grupo Escolar Amaury de Medeiros, um prédio construído em 1924 e tombado pelo Patrimônio Histórico de Pernambuco. Leciono nessa escola e sempre que encontro informações do passado  vibro como uma criança que ganhou um presente. Desde que cheguei ao Amaury de Medeiros, em 1999, pesquiso a história do velho casarão.

A outra descoberta também refere-se à escola, mais precisamente ao seu patrono, o médico sanitarista pernambucano, Amaury de Medeiros. A história dele é bastante interessante. Morreu muito jovem, com apenas 36, de uma forma bem inusitada. No dia 03 de dezembro de 1928, um grupo de intelectuais e políticos do Partido Democrata estava a bordo da aeronave “Santos Dumont” do Syndicato Kondor , que iria prestar uma homenagem a Santos Dumont que  regressava ao Brasil depois de longa temporada na Europa. A ideia era jogar pétalas de rosas no convés do navio que trazia o Pai da Aviação. Quando sobrevoava a Ilha das Cobras, litoral do Rio de Janeiro, o avião perdeu altitude e mergulhou no mar. Todos os ocupantes morreram no local.

Abaixo, a imagens do jornal carioca “Critica” que publicou extensa matéria sobre o trágico acidente. A matéria serviu também para resgatarmos uma foto do Dr. Amaury de Medeiros, algo muito raro. Contemplem:

Para facilitar leitura do texto: clique na imagem com 
o botão direito do mouse, depois em “Abrir em
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 imagem poderá ser ampliada ao máximo.

BRINQUEDO DE GENTE GRANDE VOL.01 - Mach 5


Esse era o objeto de desejo da maioria dos garotos da década de 70, o carro do Speed Racer, o famoso “Mach 5”. Na época, as miniaturas eram raridades. Lembro-me que um amigo – Gilson, o gênio – criou uma réplica dessa belezinha toda feita com latas de óleo. Ficou igualzinho e ele entrou para a história do bairro como “o cara que tinha o carro do Sepeed Racer”.

O projeto original do carro, criado em 1960 junto com a série animada, seguia a linha da Ferrari 250 Testarossa, que era o carro mais caro do mundo. O Mach 5 tem o mesmo designer do carro italiano, é quase um plágio. Os recursos especiais foram inspirados nos carros do agente 007, James Bond. Existem no mercado várias miniaturas do Mach 5, os preços variam entre 35 e 200 reais, bastante acessíveis.  Abaixo, os dois modelos mais populares. Regozijem-se:
Mach 5  2012 Jada Toys

 Mach 5 Ertl Joy Ride

Palestras da Fliporto - Ao Vivo

Watch live streaming video from fliporto2012 at livestream.com

EU MINHA MONOGRAFIA

Há alguns meses estou preso à tortuosa  tarefa de elaborar um trabalho científico, uma monografia. Como sou viciado em escrever, antes de iniciar as primeiras linhas do dito trabalho, ingenuamente, pensei: “É comigo mesmo, vai ser fácil”. Não é, ao menos para mim que sou um “escrevedor”, um reles propagador de textos  sem grandes pretensões. Mas o cerne da questão é a normatização do discurso escrito. Antes de mais nada, deixo bem claro, não sou contrário a isso. Obviamente a linguagem científica tem seus “porquês” e "poréns”, entendo. O que discorro aqui é sobre o fato de não me adaptar, de forma alguma, a esse tipo de escrita.

Tenho um monte de amigos pesquisadores – se lerem esse texto vão querer comer o meu fígado – e escuto relatos apaixonados de trabalhos realizados, publicados, tudo com muita paixão, com um tesão incontido que eu, sinceramente, não consigo sentir. Até mesmo na linguagem jornalística existe aquele grupo de xiitas que abomina narrativas na primeira pessoa como se a qualidade do texto – ou a credibilidade – diminuísse com um detalhe tão insignificante. O texto científico, do jeito que me dizem que tenho que escrever, tem a beleza de uma bula de remédio. Mas sempre existirá alguém para me lembrar: “Texto científico não tem que ter beleza, tem que ter credibilidade”.

Escrever sem prazer, normalmente, resulta em prolixidade. Esse é o drama de quem não pode falar como sabe e sim  como querem. Você tem que encontrar palavras que não fazem parte do vocabulário que você domina, que gosta, que acredita. Escrever por obrigação chega a ser um castigo. O pior é que no começo você tem a ilusão que vai conseguir aí o tempo vai passando, passando e um enorme hiato se forma entre a folha de rosto e as referências. Quando as palavras não se encaixam e as ideias não fluem é um sinal de que você está transitando na praia errada. Tédio!

LUIZ GONZAGA REDESCOBERTO


Alavancada pelo filme do diretor brasiliense Breno Silveira, a obra do mestre Luiz Gonzaga volta à tona -em nível nacional, já que pras bandas de cá ele é perene – com todo gás. Minha relação com a obra de Seu Lula é bem íntima. Admiro o artista e o homem. Imagine um sertanejo de pouca instrução, com sotaque nordestino puro, migrar para o Rio de Janeiro e voltar como uma estrela do primeiro time da emepebê?. Esse é o Luiz Gonzaga.

Assim como as várias figuras do folclore nordestino, Luiz Gonzaga foi inserido em um universo onde o real e a fantasia se misturam. Existe um rosário de histórias envolvendo suas músicas e seus dramas de vida. Luiz Gonzaga é um gigante da música brasileira. É (sim, verbo no presente) um cantor popular que fala a linguagem do povo mas construiu uma obra sofisticada. Se ele fosse um livro teria sido escrito por Guimarães Rosa.

O legado deixado por ele vai muito mais além da música, ele personificou a figura do nordestino, defendeu o estilo quando muitos tratavam a cultura local como algo menor, sem importância. Luiz Gonzaga se impôs em um universo dominado pelo bairrismo. Fidelíssimo ao gênero que criou, com todo mérito, alcançou a condição de ícone maior da cultura nordestina. Enfim, foi redescoberto. O filme – que ainda não vi, não posso tecer comentários – está cumprindo uma importante tarefa: está colocando a figura do grande ídolo de volta na grande mídia. Nada mais há que se falar. Abaixo, o inusitado vídeo (vi no JC online) que mostra o grupo coreano “Coreyah La” fazendo uma versão do clássico “Asa Branca”. Música boa é música cosmopolita, não tem fronteiras. Ave Lula!

BREVE COMENTÁRIO SOBRE O APAGÃO


Pois então, ontem a noite teve um apagão que, segundo os telejornais, atingiu 100% (!!!!) das cidades nordestinas. Os nove Estados foram afetados. Observei essa treva repentina da janela da minha casa. Vi um clarão logo ali e sai para dar uma espiada. Era a privilegiada estação do metrô, provida de grupos geradores, se destacando no meio do breu. Em tempos de conectividade total, saquei meu smartphone e, num breve acesso a internet, descobri que o blackuot era em todo nordeste e em dois estados do norte.

Esse apagão me fez lembrar a época de criança la´pela década de 70. Apagões eram comuns. O sistema de abastecimento elétrico era muitíssimo precário e convivíamos com esse problema. Hora apagava tudo, hora a energia baixava a tensão, um inferno inominável. Esse pisca-pisca produziu, inclusive, uma fábula na minha infância. Meus amigos já conhecem essa historinha. Quando criança, lá pelos sete, oito anos, morávamos no bairro da Mangueira, sudoeste do Recife. Do lado da minha casa, morava um senhor de nome “Geraldo”, que era funcionário da companhia elétrica de Pernambuco. Sempre que ocorria um apagão, meu pai abria a janela, olhava o horizonte e sentenciava: “Foi Geral!”. Minha cabeça de criança entendia: “Foi Geraldo”, o cara da companhia elétrica. Pensava, então: “Quem esse cara pensa que é, quando dá na telha apaga tudo e fica por isso mesmo?”. Geraldo era amigo do meu pai e não entendia o porquê da minha antipatia com ele (risos).

Essa lírica lembrança serviu para atenuar o imenso transtorno que a flata de energia provocou. Não consegui dormir, um calor infernal e escuridão. No dia seguinte ouvi os relatos dos amigos. Um ficou preso no metrô, outro desorientado no centro da cidade, e as historinhas se multiplicaram. Claro, a turma que é contra a Copa do Mundo “prêces” lados, aproveitou: “Quero ver um transtorno desse durante a Copa”. O fato é que blckout expôs um problema: o sistema de abastecimento elétrico do Brasil está dando sinais de cansaço e não é tão confiável quanto afirmava a, então ministra, Dilma Rousseff. Já estou providenciando para minha casa lâmpadas de emergência, tenho medo do escuro.

A QUARTA DIMENSÃO


Pois então, em meio ao blá blá blá provocado pelo quase desfecho do folhetim global, percebi que a tal da “quarta dimensão”, tão explorada nos filmes de ficção científica, existe mesmo. Convivemos com um mundo fake que vem sendo construído (e desconstruído) ao longo dos anos. Com a popularização da internet, a quarta dimensão foi oficializada. O José verdadeiro, diante da tela do computador, vira o “Jonny Pop”. Seu rosto é diferente, assim como suas preferências e seus amigos. Ele vive num mundo paralelo que, ao contrario da ficção científica, é do conhecimento de todos. Alguns Josés apresentam mais de uma persona fake. O mais intrigante é que, na maioria dos casos, os clones acabam tomando conta da vida real das suas matrizes.

Aí você liga a tevê e um veículo importante de comunicação apesenta a história – aparentemente verdadeira – de um ex-fenômeno que aceitou o desafio de perder peso. Muitos se comoveram, gravaram mensagens de incentivo, até recadinhos estrangeiros chegaram. Dias depois a imprensa revelou que toda a história fazia parte de uma peça de marketing que envolveu milhões de reais. O fenômeno obeso, segundo a imprensa, recebeu um cachê de seis milhões de reais para encenar o “reality fake” .

E as eleições? Existe espetáculo mais irreal do que esse? Na pré-eleição os candidatos pertencem ao mundo real, têm cor, cheiro, falam, podem ser tocados. Na pós-eleição, instantaneamente, eles tornam-se habitantes da quarta dimensão onde as personalidades são fakes, é um mundo onde as coisas não são palpáveis. Essa metamorfose é conhecida há anos, mas os eleitores teimam em se enganar ou vendem o seu engano.

Antigamente lidávamos com esses questionamentos apenas na aula de filosofia. Era difícil abstrair e conjecturar sobre a existência de mundos paralelos ou de conceitos fora do coloquial. Hoje em dia está tudo ali no cotidiano. O difícil é saber a que mundo pertencemos. Onde estou?



EVANESCENCE NO RECIFE, UM BELO ESPETÁCULO

No último dia 11 fui, com minha filha mais nova, ver o show do Evanescence. Foi um belo espetáculo de rock n roll. Uma boa banda e uma uma vocalista linda e talentosa. Canta muito, toca piano muito bem e tem uma pegada de rock. Para completar, a grand e massa de adolescentes que lotou o Chevrolet cantou, em coro, todas as canções, impressionante a dedicação dos meninos. O show de abertura é que foi chato. A banda The Used fez uma barulhinho meia-boca com o um vocalista cantando com um microfone quase sem volume. No final, num espetáculo poser, fingiram quebrar os instrumentos. A noite, enfim, valeu pela atração principal. Viva o rock n roll!


O RESCALDO DAS ELEIÇÕES


Passado o frisson sufragista, dei um tempo na monografia que estou escrevendo – mais uma – para vir aqui atualizar o blog. Essa foi, sem dúvida, a eleição mais sem graça que tive o desprazer de participar. Fiel ao direito de votar, cumpri o meu dever e sacramentei meu voto. A tristeza causada pelo rumo que a eleição tomou aqui no Recife, me fez lembrar da primeira eleição em que votei,  no longínquo ano de 1989.

Lembro-me que no primeiro turno votei em Leonel Brizola e no segundo, entre Collor e Lula, claro, votei no petista. Desde então venho votando, religiosamente, no PT. A despeito dos exageros e bravatas cometidos ao longo desses anos, mantive-me fiel ao partido. Em várias eleições, inclusive, votei diretamente na legenda. Pensava: “já que não me agrada esse ou aquele candidato, sacramento meu apoio ao partido”. Votei sempre com muita convicção.

Esse ano foi diferente. Meu voto foi decidido, apenas, no momento em que posicionei-me atrás do biombo de papelão. Quando o PT se perdeu naquele imbróglio envolvendo o nome de João da Costa deu para perceber que o partido – leia-se, a cúpula – perdeu as rédias da situação. Eduardo Campos, bem assessorado, tirou um ás da manga e deu o pulo do gato. Alguns analistas, inclusive, destacam que se o governador não tivesse tomado essa atitude Daniel Coelho teria sido eleito prefeito do Recife. Seu discurso populista caiu nas graças do povo e ele chegou perto de disputar um segundo turno com o novato Geraldo Júlio.

Mas, por que as eleições foram sem graça? Essa é uma apreciação particular, mas quem conhece a história recente da política no Recife, deve lembrar como as eleições têm sido emocionantes nos últimos anos. Basta lembrar da ascensão de João Paulo, um operário, mulato, oriundo da periferia, com uma história construída nos movimentos sindicais pernambucanos, que conseguiu emendar dois mandatos com duas boas gestões. Até mesmo ele, que na última hora foi escalado como vice de Humberto, saiu derrotado nessa aguada eleição.

Humberto Costa é um político sem apelo popular. Para usar a linguagem povo, ele é “fraco de voto”. Dizem que seu nome foi uma indicação de Lula. Se foi, ele errou. O mais correto seria engolir João da Costa que, com o apoio de Eduardo, seria reeleito e o PT manter-se-ia no poder. Por que o poder é tão importante assim? O que sustenta um partido nacionalmente, é a quantidade de cargos de peso que ele detém, perder a prefeitura de uma capital importante como o Recife, foi uma paulada na moleira do PT. Agora estão recolhendo os cacos. Triste!

HÁ 50 ANOS COMEÇAVA A MAGIA BEATLE




Há 50 anos os Beatles lançavam o singelo single “Love Me Do”. Era o começo de um dos maiores fenômenos da música pop mundial. Obviamente, pela simplicidade da música, não se imaginou na época que a trajetória dos Quatro Rapazes de Liverpool seria esse estrondoso sucesso que perdura até os dias de hoje. Cantemos!

POR ONDE ANDAM OS ATORES DA SÉRIE DAWSON'S CREEK


 James Van Der Beek (Dawson Larry): Depois do seriado, Van Der Beek caiu no ostracismo. A carreira de ator não engrenou e ele passou a atuar em pequenos papéis em seriados. Esse ano, porém, voltou interpretar um papel de destaque. Na série “Apartament 23”, que estreou no dia 11 de abril e teve sete episódios na temporada de estreia. Ele interpreta “June” um jovem que se muda para Nova York e acaba desempregado. Sua vida começa a mudar quando  arranja um empego numa cafeteria. James Van Der Beek tem mais essa chance de voltar a brilha na tevê.
Katie Holmes (Joy Potter): Katie iniciou, paralelamente, sua carreira no cinema e na tevê. Em 1998, ano de estreia do Dawson's Creek, ela estrelou o terror adolescente “Comportamento Suspeito”, com relativo sucesso. Mas o grande sucesso da série acabou tirando o foco da telona. Após o seriado, Katie fez quatro filmes com destaque para sua participação em “Batman Begins” onde interpretou Rachel Dawes, uma advogada que mantinha um affair com Batman. Em 2006, casou-se com o ato Tom Cruise e abdicou quase que totalmente da carreia. Com a separação ocorrida esse ano, espera-se que ela retome sua carreira.
Michelle Williams (Jen Lindley): Dos atores que integravam o cast da série, Michelle é a que tem a carreira mais consistente. Teve uma participação marcante na série interpretando a controvertida Jen. A cena da sua morte foi um dos episódios mais dramáticos e tristes da tevê americana. Depois do seriado, Michele engrenou sua carreira no cinema com destaque para suas atuações em O Segredo de Brokeback Mountain”, “A Lista”, “Wandy e Lucy” e “Ilha do Medo”. Esse ano ela ganhou um Globo de Ouro por sua atuação em “Sete Dias Com Marilyn”.
Joshua Jackson (Pacey Witter): Joshua se destacou na série, inicialmente, como o garoto problemático, depois o seu personagem evoluiu quando iniciou-se o triângulo amoroso junto com o casal potagonista, Dawson e Joy. Para muitos – eu não – Joshua teve uma participação mais marcante do que a de  James Van Der Beek, tendo, inclusive, um final feliz com a mocinha, Joy. Com o cancelamento da série, Joshua participou de vários filmes de conteúdo adolescente sem grande projeção. Em 2008 voltou a protagonizar uma série de sucesso interpretando Peter Bishop em Fringe. A série foi renovada para a quinta temporada. Joshua ganhou vários prêmios. Por suas atuações em Dawson's Creek ganhou três “Teen Choice Award”. Ganhou também:  um Young Hollywood Award (2000), um “Jury Award” (2005), um “Satellite Award” (2006) e um “Hollywood Film Award” (2006).
Kerr Smith (Jack McPhee): O ótimo trabalho desenvolvido por Kerr em Dawson's Creek não foi o primeiro sucesso dele, dois anos antes ele havia protagonizado a série “As the World Turns”, interpretou “Teddy Ellison”. Mas foi mesmo como o homossexual Jack que ele ganhou projeção. Participou também da série “Charmed” (10 episódios), “E-Ring” (16 episódios), “Justice” (13 episódios), “Eli Stone” (05 episódios) e “Life Unesxpected” (26 episódios). Kerr fez também várias participações em diversas séries. Seu trabalho mais recente foi uma participação na série NCIS em 2011.
Meredith Monroe (Andrea McPhee): A irmã neurótica de Jack teve um relativo sucesso nas quatro temporadas em que participou. Após o cancelamento da série, voltou a atuar regularmente numa série, entre 2005 e 2009, participando de 13 episódios de “Criminal Minds” interpretando Haley Hotchner. Após esse trabalho continuou fazendo pequenos papéis em seriados. Seu último trabalho foi em 2011 quando interpretou Alice Breeland em “Hart Of Dixie”.
Mary-Margareth Humes (Gail Leery): A mãe do Dawson teve sempre uma participação discreta na série. O único momento de destaque foi quando traiu o marido. O desenrolar dessa história deu um pouco mais de projeção ao seu papel que era secundário. Mary tem uma carreira discreta fazendo pequenos papéis em diversos seriados. Sua última aparição foi no filme “Chasing Eagle Rock” (2012) interpretando Mags Avery .
John Wesley Shipp (Mitch Leery): Mais conhecido pelo seriado “The Flash” que  protagonizou entre 1990 e 1991, John Wesley teve uma participação discreta em Dawson's Creek, tendo um pouco mais de projeção durante os episódios que abordaram a traição de Gail. Em 2010 voltou a atuar com regularidade em uma série. Participou de 19 episódios de "One Life to Live" . Seu último trabalho foi na série “Teen Wolf” (2012) interpretando Mr. Lahey.
Mary Beth Peil (Evelyn Ryan): A carismática avó da Jen foi ganhando espaço aos poucos e acabou participando das seis temporadas da série. Sua carreira, entretanto, manteve-se sempre discreta. Após o cancelamento da série, Mary fez aparições em diversas séries. Entre 2009 e 2012 voltou a atuar regularmente em um seriado interpretando “Jackie Florrick” em 32 episódios de “The GoodWife”.

SHOW DE CRIATIVIDADE: VISITANDO VÁRIOS ESPAÇOS SEM SAIR DO LUGAR


Willow - Sweater from Filip Sterckx on Vimeo.


Navegando pela rede dei de cara com essa maravilha de vídeo do Willow. Um show de criatividade. Visitando vários espaços sem sair do lugar. Sensacional!

Vi no “Não Salvo”

SOBRE A SELEÇÃO BRASILEIRA E O RECIFE, APENAS UMA PERGUNTA

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10 MOTIVOS PARA VOCÊ NÃO CANTAR VITÓRIA ANTES DO TEMPO



Vi no "O Buteco da Net"

O ANACRONISMO NOSSO DE CADA DIA

Numa publicação da National Geogaphic, assinada por Erla Zwingle, a antropóloga grega Nadina Christopoulou, em poucas palavas, destrói o mito da Grécia gloriosa que sempre se sobrepõe à dura realidade atual do seu país: “Somos um povo atormentado, a maior parte de nossa memória social gira em torno da Grécia gloriosa do passado, da perda desse poder, da culpa que jogamos nos 400 anos de ocupação turca e do que poderia ter acontecido se não fosse a intervenção da Turquia. Acho que temos um apego nocivo e muito peculiar ao passado. A adoração, a devoção à antiga Grécia. Os italianos não têm isso (em relação à Roma Antiga).”

Essa preciosa observação de Nadina, por analogia, se aplica a várias outras situações. A paixão incontida – síndrome de Estocolmo, para alguns – que muitos recifenses nutrem pelo passado holandês da cidade se assemelha à paixão grega pelo seu passado glorioso. Até mesmo a culpa pelo atraso atual que eles atribuem aos quatro séculos de ocupação turca tem sua versão aqui. Dizem os mal informados: “Se os holandeses não tivessem sido expulsos, estaríamos em outro nível”. Penso sempre: Seríamos um Suriname, então?

Outro exemplo: vários times do futebol brasileiro, que tiveram um passado glorioso, sobrevivem hoje da lembrança desse passado. O que mantém essas equipes vivas é a esperança de, ao menos em algum momento, reeditar alguma dessas glórias. Usar o passado para sustentar – mesmo de forma precária – o presente é um equívoco inominável. Impede uma possível renovação, uma tomada de atitude. Com os times de futebol é fácil resolver isso. Muitos, atualmente, estão se convertendo em empresas e o passado está deixando de ser mais importante que o futuro.

Já com os países o problema perdura porque existe o apego à cultura e à herança do povo. Na Grécia, por exemplo, aceitar que o passado glorioso não agrega quase nada de bom ao presente seria como ter que deletar uma parte da própria história. Isso não seria interessante. O passado, sabemos, é importante para se compreender o presente. Ele, entretanto, não pode ser mais importante do que o momento atual. Esse anacronismo funciona como uma enorme âncora que segura as mudanças.

Os gregos chegam ao ponto de fingir uma origem étnica pura, sem miscigenação. O fato de se colocar a não-miscigenação como uma possível “pureza étnica”, inevitavelmente, remete-nos aos delírios racistas de Adolf Hitler. Mais: o purismo étnico alegado pelos gregos, geneticamente falando, representaria uma fraqueza pois é sabido que uma raça miscigenada se fortalece, torna-se mais resistente. Esse elementar ensinamento da biologia sempre foi riscado das cartilhas de quem se esforçou em proclamar supremacia de uma raça sobre outra. A tal da cegueira providencial.

Encerro esse post com a valorosa contribuição de Mário Quintana sobre esse instigante tema:
O que me impressiona, à vista de um macaco, não é que ele tenha sido nosso passado: é este pressentimento de que ele venha a ser nosso futuro”.

PASSEANDO COM SEU DINOSSAURO DE ESTIMAÇÃO




Zapeando pela rede, dei de cara com esse ótimo vídeo: uma jovem passeando com seu dinossauro num corredor de lojas. Hilário e muuuuuuuito realista. Bom início de semana a todos!

LIBERDADE VIGIADA


Há algumas semanas, durante uma aula de gestão, um colega soltou uma frase de um teórico da educação que sentenciava: “A educação é prostituta, aceita tudo”. A frase contundente, claro, causou uma intensa discussão. Posicionei-me a favor da colocação porque observo no meu cotidiano exemplos claros disso. Ontem, em uma das escolas em que trabalho, circulou uma lista – não sei se legal ou não, ainda estou me informando sobre – para assinarmos “concordo” ou “discordo” no que se refere à absurda proposta da instalação de câmeras de monitoramento dentro das salas de aula.

Que eu saiba, só nas instituições que lidam com valores as pessoas – por razões óbvias – têm que trabalhar monitoradas por câmeras. Nenhum outro profissional trabalha com sua privacidade exposta para terceiros. O mais incrível foi perceber que a maioria dos professores aceitou passivamente essa invasão. Percebi contradições no posicionamento de alguns colegas. Dias antes, na sala dos professores, falávamos sobre como o Google Maps monitora as ruas - que é um ambiente público -  e serve como um eficaz instrumento de localização. Uma colega disse que achava um absurdo “não termos mais privacidade, câmeras em todo canto”. Câmeras na rua é um absurdo, câmeras na sala de aula é normal. Contraditório!

O argumento para a instalação dos equipamentos é a conservação do patrimônio e a inibição da violência. Será que os médicos aceitariam ser monitorados durante a realização de uma consulta? E o paciente? Por analogia volto à sala de aula: não é só a privacidade do professor que está sendo invadida, tem também a questão dos alunos, eles também terão sua privacidade exposta. A questão merece uma reflexão séria e não pode ser resolvida apenas com uma lista de “sim” ou “não”. Deixo aqui registrado o meu protesto por mais esse absurdo cometido na educação em Pernambuco. 

UMA AULA AO ESTILO HITLER

Sábado, na aula de gestão, um estúpido professor falava, falava, e se aborrecia quando alguém queria dialogar, vejam só. Um amigo fez um comentário e eu quis complementar:

Ed: -Professor, permita-me uma observação?

Professor Estúpido: -Não, tenho um cronograma para cumprir!

Ed: - Mas eu quero falar, tenho esse direito. Não posso participar da aula? Vocês está sendo arbitrário!

Professor Estúpido: - Se você fosse meu aluno já saberia, tenho um tempo a cumprir.

O resultado desse absurdo foi que muitos outros professores da minha turma se revoltaram e saímos todos da “aula estilo Hitler”. Fomos protestar no pátio. O triste nessa história não foi a postura arbitrária desse inexperiente professor. Muitos colegas, passivamente, acharam que ele estava certo em apenas vomitar slides na cara da gente e cercear a troca de ideias. A coordenação do curso foi acionada, mas pouco ajudou, apenas trouxe a ata para assinarmos. O estúpido professor continuou vomitando slides para seus cordeirinhos e cumprindo seu “importantíssimo” horário. Mais uma lição de como não deve se portar um bom gestor.

INTELIGÊNCIA ANIMAL: PÁSSARO APRENDE A PESCAR COM ISCA




Estava zapeando pela rede e me deparei com esse inacreditável vídeo que mostra um pássaro, aparentemente no seu ambiente natural, usando uma técnica de pesca com isca. Pacientemente ele engana o peixe para dar o bote na hora certa. Incrível!

Fonte: Page Not Found

EU E O MANO CAETANO

Caetano Veloso completou setenta anos, acabei de ler num jornal. O bom baiano é um dos meus maiores ídolos, está logo ali, do lado dos Beatles. Teve uma importante participação na minha formação. Mora no meu imaginário a figura daquele rapaz magrelo usando terno e camisa caxarrel cantando “Alegria, Alegria”, com cara de tímido, no Festival da Record. Caetano me encanta desde criança. O curioso é que meu pai, um eterno mal humorado, usava a figura andrógena de Caetano Veloso como xingamento. Quando se irritava com alguém, dizia: “Sai dai, Caetano Veloso”. O machismo do meu pai, felizmente, não contaminou meu senso.

Comecei a perseguir a obra dele em 1977 quando “Alegria, Alegria” foi tema de uma novela da Globo, “Sem Lenço, Sem Documento”. Lembro-me que os versos iniciais dessa canção tornaram-se o lema da geração pós-hippie. Um monte de bichos-grilos escrevia nas camisas, nos cadernos. Caetano, nessa época, já era um ícone pop. A percepção da sua obra como algo de muito valor, entretanto,  só passei a ter quando ouvi pela primeira vez a coletânea “A Arte de Caetano Veloso”. Ouvia “Tropicália” imaginado cada cena como se estivesse assistindo a um filme. Da mesma forma eu ouvia aquele famoso registro das vaias em “É Proibido Proibir”. Sonhava em protagonizar uma experiência daquela na escola por  pura rebeldia.

A partir do disco “Cores, Nomes”, Caetano já fazia, definitivamente, parte do meu mundo e até hoje anda comigo no meu mp3. A magia provocada por um ídolo transcende à arte. Caetano, costumeiramente é criticado pelo seus discursos. Pois bem, até mesmo essa suposta  boquirrotice me encanta. Gosto de ver gente inteligente falando mesmo que o discurso não me atraia, ao menos para discordar e argumentar no mesmo tom. Gostaria muito de trocar umas ideias com Caetano.

Já falei numa postagem recente da magia provocada por um disco em que sua valorosa obra se faz presente. Essa, acredito, é a função maior da arte e do artista, transmitir alegria, acalmar o espírito. É como uma religião, você tem acesso e esquece o que te incomoda. Caetano vem acalmando o meu espírito desde que me entendo por gente, isso não é pouco. Um jornal aqui do Recife publicou uma lírica revelação dele sobre sua relação com o Recife que eu eu desconhecia: “Pernambuco entrou na minha vida aos quatro anos de idade através de uma canção do Capiba. Botei o nome da minha irmã por causa dela (…). Nós de lá do interior da Bahia olhávamos o Recife como o mundo olha para Paris” (JC – 07/08/12).

Termino esse post parafraseando a citação dele: Nós aqui do Recife ouvíamos o Caetano como o mundo ouvia os Beatles”. Meus respeitos e longa vida ao bom baiano!

O CAÓTICO METRÔ DO RECIFE

EXPOSIÇÃO DE CARROS ANTIGOS EM HOMENAGEM AO DIA DOS PAIS NO PAÇO ALFÂNDEGA

O Clube de Automóveis Antigos de Pernambuco, o CAAPE, iniciou no último dia 07/08, no Paço Alfândega,  uma exposição com oito exemplares de belos carros do passado. A exposição, intitulada “De Pai Para Filho”, rende homenagem ao dia dos pais. Para quem gosta de carros, uma boa pedida. Confira abaixo todos os modelos em exposição:

AS AULAS DE GESTÃO ESCOLAR, A TRISTEZA DOS PROFESSORES E MINHA FALTA DE TEMPO

Tenho a nítida impressão de que os dias, sobretudo a fração em que temos que produzir, andam diminuindo de tamanho. Claro, estou vicejando o texto para acentuar o fato de que estou até o pescoço de trabalho. O pior de tudo é que, diferentemente das pessoas ditas normais, eu não mudo minha rotina para privilegiar o trabalho excedente. Não deixo de cuidar dos meus blogs, nem de navegar, nem de ouvir música, nem de sair, faço tudo do mesmo jeito, apesar da impressão de que o tempo está se tornando exíguo para mim.

O sábado, que eu guardava como os religiosos, agora está tomado por um curso de gestão escolar. Já se foram dois longos fins de semana e nada de novo aprendi por enquanto, mas estamos apenas no começo. O que mais me assusta – não deveria, mas assusta – é a profunda tristeza com que os professores discutem as questões ligadas ao exercício da docência. Não existe uma só questão que seja tratada  sem um toque de mágoa. Razões para ser triste o professor tem de sobras, sobretudo em Pernambuco que paga o pior salário do Brasil. A impressão que se tem é que quase todo mundo que ali está busca, apenas e tão somente, uma forma de sair da dura rotina da sala de aula. Já que a questão salarial parece ser um problema imutável, ao menos a labuta pode ser redirecionada.

 Os que já desempenham cargos de gestão alertam que esse trabalho não é menos sacrificado do que o da sala de aula, mas, contraditoriamente, essas pessoas também lutam para permanecerem no cargo. Todo esse quadro de tristeza e reclamações – justificadas, repito – torna o trabalho muito mais cansativo e estressante. Alguns, inclusive, não conseguem entrar no clima da aula. Pergunto-me: por que matricularam-se no curso, então? A indagação, mais uma vez, remete à questão da fuga da sala de aula.

Outro fato interessante (e preocupante) diz respeito a estrutura montada para esse curso. Estamos todos ali, em tese, para nos tornarmos bons gestores. Um bom gestor, penso eu, lida com questões complexas como relações interpessoais, violência, coisas desse tipo. Pois bem, la no polo em que estou tendo aulas, pelo segundo sábado seguido, atrasaram o horário do almoço por mais de uma hora. Depois de uma manhã inteira de aula, a maioria dos professores teve que sofrer numa fila. Eu, que tenho uma glicose baixa, não posso passar do sagrado horário do almoço. Fui a um restaurante curar minha fome. Muitos fizeram o mesmo.

A grande ironia nessa história é identificar um problema de gestão – a falta de organização – em um curso que está capacitando gestores. Um dos cursistas ironizou: “Essa é uma aula prática sobre os erros cometidos em uma má gestão”. O fato é que o atraso interferiu negativamente no andamento dos trabalhos. O professor  retomou a aula à tarde como se todos tivessem feito suas refeições no horário previsto. Muita gente acabou perdendo mais de uma hora de aula por isso. Lamentável!

CRIATIVIDADE É TUDO!




Olha só que vídeo legal que eu encontrei no Uêba: assista e preste atenção no que acontece depois dos 13 segundos de exibição. Criatividade é tudo!

EM DESABAFO, ATOR CAIO BLAT REVELA ESQUEMA DE JABÁ DA GLOBO




Um vídeo postado no Youtube no último dia 31/07, expôs o que quase todo mundo já sabia: o gigantesco esquema de jabá envolvendo a Rede Globo e seus programas. Nesse vídeo o ator Caio Blat detona as manobras feitas pela Globo Filmes para promover e se locupletar com as promoções. Entre outras coisas, ele revela que parte do esquema envolve entrevistas nos principais programas da emissora. Várias pessoas já haviam feito comentários sobre o esquema  promocional dos programas da Vênus Platinada, mas o desabafo de Caio Blat tem um peso maior porque ele é um ator formado na própria Globo. Confira no vídeo abaixo:

A TRISTE VIDA DAS PESSOAS PERFEITAS

Sim, elas existem, tenho observado de longe alguns exemplares de seleto grupo de seres que se dizem humanos. Falo assim porque os humanos de verdade, por vezes, falham, transgridem, isso faz parte da vida. O que diferencia os bons e os ruins, é a medida em que essas transgressões acontecem. Os de índoles maleáveis, claro, fazem parte do “lado negro da força” porque transgridem cotidianamente.

Em geral, o grupo dos perfeitos é composto por pessoas tristes e solitárias que parecem brigar com o mundo todos os dias. A perfeição os impede de se relacionarem bem com os outros. Como conviver com as falhas e as transgressões alheias sem se aborrecer? Impossível para eles. Para os outros também é difícil. Não sabemos, ao certo, como lidar com a “pureza” dessas pessoas. Na dúvida, melhor não arriscar. É por aí que nascem as barreiras, os campos minados e todos os biombos que separam o seleto grupo dos perfeitos do resto dos pobres mortais.

Os perfeitos jamais tomaram aquele porre homérico que você tomou na juventude, não correram na chuva por medo do resfriado, nunca pisaram na grama ou repetiram a sobremesa. Jamais, em hipótese alguma, tocaram a campainha e correram, nunca enfiaram o dedo no bolo, não jogaram aviãozinho de papel, não colaram chiclete embaixo da banca, nunca filaram. Até na Bíblia – Eclesiastes 3 – a variação de conduta é defendida, há tempo para tudo, mas as pessoas perfeitas ignoram isso. Como é difícil encontrar iguais, os poucos que existem quase não têm amigos porque ninguém suporta a chatice deles. Na certeza de que mudarão o mundo perdem o precioso tempo da vida franzindo a testa ostentando um ar de superioridade alegórico, feito de papel marchê. Algum dia quando, por descuido, tomarem aquela chuvarada, o cenário cairá e eles se arrependerão do tempo que perderam na utópica luta para serem perfeitos.

DESCOBRIRAM O RECIFE

Há bem pouco tempo, aqui mesmo nesse blog, o amigo Carlos Dornelas contribuía com um post reclamando que o Recife estava fora do circuito dos grandes shows. O pensamento era que estávamos “longe demais das capitais”. Recife é vista por muitos pernambucanos como “a maior cidade pequena do mundo”. Esse adorável paradoxo nasceu da mania de grandeza dos pernambucanos: "Temos o maior shopping e o maior conjunto residencial da América Latina, a maior avenida em linha reta, o maior teatro ao ar livre (sei, não fica em Recife, mas o povo fala como se Nova Jerusalém fosse logo ali na esquina) do mundo" e etc. Até que um belo dia alguém sentenciou: “Recife é a quarta pior cidade do mundo para se viver”. Ninguém concordou, claro.

Mas, enfim, parece que descobriram o Recife. Dois grandes shows do Iron Maiden – estive no primeiro - abriram a porteira para os grandes espetáculos e eventos. Nos últimos três anos vieram o A-Ha, Skorpions, Amy Winehouse, Cyndi Lauper, Ringo Starr e Paul McCartney, só para citar os mais importantes. Na próxima quinta-feira (26) é a vez da Campus Party Recife. O mega evento tecnológico-geek aporta no Recife, provando, definitivamente, que entramos na rota.

Não bastasse essa alternância de grandes shows e eventos, tem toda o frissom provocado pela realização da Copa do Mundo de Futebol, Recife será uma das sedes. Como acontece em todos os lugares que cediam jogos da Copa – espero que aqui não seja diferente – várias obras de infraestrutura estão em vias de serem realizadas. O que mais me anima é a promessa de um plano de mobilidade moderno e detalhado para o Recife que vive, atualmente, um caos no trânsito. A “maior cidade pequena do mundo” está voltando a ser uma grande metrópole brasileira.

Mas nem todo mundo está comemorando. No meu deslocamento diário rumo ao trabalho, em Olinda, transito por algumas áreas que estão incluídas no plano de mobilidade. Numa delas, o bairro dos Aflitos, área nobre do Recife, vários grupos de moradores estão, como o nome do bairro, aflitos. Cartazes e mais cartazes estão espalhados maldizendo a mudança anunciada. Se fosse uma choradeira da periferia, sabemos, não daria em nada. Mas, como se trata de uma área nobre, possivelmente, o interesse de um pequeno grupo  interferirá no reordenamento da cidade. Seja como for, vejo com bons olhos o descobrimento do Recife.
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