Negativo
– Professor Constantino (Matemática): era um terrorista, não
era professor. Usava os números para oprimir. Fui perseguido por
esse professor, na 5ª Série, porque tinha dificuldades com
operações envolvendo divisão. Sobrevivi a ele. Tempos depois o vi
pilotando trens do metrô, realmente, não era um professor.
Positivo
- Professor Lidelmo (Matemática): foi o primeiro professor de
matemática que conseguiu falar uma linguagem que eu, sempre avesso
aos números, entendia. Entrou na escola como substituto e marcou
época. Como bem disse Renato Russo, “os bons se vão cedo”. O
professor Lidelmo morreu afogado depois de um ataque epilético.
Ficaram as boas lembranças.
Positivo
– Professora Laura (Geografia-História): quando eu fazia a 6ª
série, tive um momento difícil na escola. Era um adolescente
arredio e não queria estudar. A professora Laura, que enfrentava o
mesmo problema com outros alunos, usou de sua criatividade e virou o
jogo. Criou uma gincana de conhecimentos – que hoje utilizo na
minha prática pedagógica – e todos nós recuperamos o gosto pelo
estudo. Era divertidíssimo competir e estudar história e Geografia.
Inesquecível!
Positivo
– Professor Felinto (Literatura): era uma figuraça. Usava
jaleco e uma bata branca, igual os médicos. Tinha uma memória
privilegiada e conhecia muito sobre literatura brasileira. Por ser
uma figura caricata, era visto pela maioria dos alunos de uma forma,
digamos, folclórica. O velho professor Felinto, na verdade, era um
grande professor de literatura, apaixonado pelo que fazia. Tenho boas
lembranças das suas divertidas aulas. Inesquecível!
Positiva
e Negativa – Professora Ilma (Português e Francês): As
lembranças negativas que tenho dessa professora referem-se a postura
dela na sala de aula, austera até o último fio de cabelo. Tinha
tanto medo dela que nem tirava as minhas dúvidas. Assim como eu,
muitos alunos foram prejudicados por esse excesso de autoritarismo.
Mas ela tinha outro lado, dava aulas com muita paixão. Podíamos
enxergar nos olhos dela que ela acreditava no que estava falando,
tinha muita segurança. Por isso, sempre que me lembro dela, me perco
nesse paradoxo.
Positivo
– Professor Cavalcante (Biologia): o que me encantava nesse
professor era o profundo respeito que ele tinha pelo aluno. Era um
gentleman, tinha o domínio total da sala sem nunca, absolutamente
nunca, levantar a voz. Suas aulas eram bastante produtivas por isso,
estudávamos encantados pelo professor. Cavalcante, infelizmente,
faleceu há alguns anos de causas naturais.
Positivo
– Jorge Santana (Introdução as Ciências Geográficas –
Planejamento): foi o melhor professor que tive na faculdade. A
postura do professor Jorge, lembrava-me o professor Cavalcante que
descrevi acima. Um professor que fala fácil, de uma forma
apaixonante, traz luz à sala de aula. Até mesmo nas aulas de
planejamento, que ele ministra baseado na lógica, mesmo com toda
aquela abstração, tudo parecia muito fácil pelo poder do
professor. Absolutamente inesquecível!
Positivo
– Lucivânio Jatobá (Geomorfologia): foi meu professor na
graduação e na pós. É um grande geomorfólogo, conhece muito do
assunto. Fala fácil e tem paixão. É um grande mestre. Não
bastasse isso, ainda é fã dos Beatles. Perfeito!
Como
professor, procuro me espelhar nos bons exemplos e evitar os erros
que cometeram comigo. Obviamente os tempos são outros, mas entendo
que lecionar é um eterno exercício de reconstrução e troca de
ideias. Parabéns a todos os professores!