Foto: O Globo
Por
esses dias, ao saber da nomeação do pastor Marcos Feliciano para presidir a
Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Deputados, lembrei-me de um lema
iluminista: “As pessoas tornam-se verdadeiramente livres quando libertam-se das
trevas da ignorância”. Pior do que as trevas da ignorância é a falsa luz.
Bastou
digitar o nome do tal pastor no Google para a minha perplexidade aumentar. De
cara um vídeo (assista aqui) mostrava o “religioso” exigindo a senha do cartão de um simplório
fiel. Depois li aquelas frases dele que a
internet se encarregou de popularizar e, com asco, transcrevo abaixo:
"A podridão dos sentimentos dos homoafetivos leva ao
ódio, ao crime, à rejeição”.
"Africanos
descendem de ancestral amaldiçoado por Noé. Isso é fato. O motivo da maldição é
a polêmica. Não sejam irresponsáveis twitters rsss”.
A
essa altura já estava com vontade de vomitar. Tenho postado no Facebook
exemplos dessas barbaridades protagonizadas por Marcos Feliciano para ajudar –
numa luta quase inglória, sei – a denunciar essa disseminação de ódio gratuito.
Por uma esdrúxula composição política, ele foi indicado ao cargo apesar de ter
um perfil absolutamente contrário a um dirigente de uma entidade voltada à promoção dos direitos humanos.
Com
um histórico de radicalismo religioso que esse indivíduo tem, é um absurdo
inominável sua presença nessa Comissão. Com o perdão do tosco
trocadilho, chega a ser desumano. Aos que estão calados por conformismo ou por obediência
ao seu pastor, vale lembrar que a semente do ódio germina e floresce até mesmo
nos ambientes mais áridos.