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A HISTÓRIA SOB SUSPEITA

O grande problema da produção de textos históricos, para muitos, é o fato deles terem sido escritos sob a ótica do vencedor. A história é sempre vista a partir do ponto de vista de quem colonizou, em detrimento da versão do colonizado. Obviamente esse importante detalhe produziu distorções que, aos poucos, vêm sendo corrigidas.
Aqui no Brasil é possível destacar algumas dessas injustiças. Zumbi dos Palmares, o herói negro que teve uma importante atuação no combate à escravidão negra no Brasil, ainda é visto em muitos livros, pejorativamente, como um personagem folclórico. Uma saga riquíssima que é citada nos livros didáticos de forma superficial. Pense: quantos livros de história, que você leu, dedicaram ao menos um capítulo para narrar esse importante fato?
Os efeitos desse descaso com a verdadeira história têm reflexos diretos na sociedade e nos meios de comunicação. O Negro é sempre colocado em posição subalterna. Numa das poucas vezes em que um escravo protagonizou uma novela no Brasil – Escrava Isaura – deram um jeito de colocar uma personagem branca, contrariando todo e qualquer senso de realidade histórica do Brasil escravocrata.
Mas as distorções dos fatos também acontecem por questões políticas. A Inconfidência Mineira, fato histórico que produziu o maior mártir da história brasileira, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, é bastante contestada. Durante a implantação da República no Brasil, existia uma disputa aberta entre os republicanos e os monarquistas saudosistas. A figura de Tiradentes como grande herói nacional foi trabalhada em diversas publicações da época e usada como propaganda política da República. A imagem do mártir se sobrepôs ao fato. A partir da década de 60 (século XX), sobretudo depois do golpe militar, todas as “glórias” atribuídas a Tiradentes ganharam adjetivos superlativos. Atualmente, na maioria dos textos históricos, a Inconfidência Mineira é abordada sem a paixão provinciana dos antigos textos produzidos no período anterior a década de 60.
Outro fato conhecido em que a história foi distorcida, para satisfazer o vencedor, foi a trágica Guerra do Paraguai. Um dos grandes genocídios da humanidade – seguramente o maior da América – ainda é tratado como motivo de orgulho em muitos livros de história. A versão brasileira da história produziu mais um “herói”: Duque de Caxias. De fato, o que aconteceu no Paraguai, entre dezembro de 1864 e março de 1870, foi uma grande carnificina. As três maiores nações sul-americanas da época, Brasil, Argentina e Uruguai, uniram-se e dizimaram setenta por cento da população paraguaia. O motivo: a insatisfação da Inglaterra. O Paraguai estava construindo uma economia sólida, tornando-se independente da tutela inglesa. A Inglaterra usou sua influência para provocar a guerra e destruir o país. Depois do genocídio, o Paraguai passou por várias epidemias de fome e tornou-se uma das economias mais atrasadas da América do Sul.
Muitos livros de história do Brasil narram esse fato de forma distorcida, vangloriando o “grande” feito do Brasil na guerra contra a invasão do território nacional. Os paraguaios, claro, rechaçam essa versão. No conhecido episódio em que o polêmico goleiro Chilavert cuspiu no rosto do jogador brasileiro Roberto Carlos, num jogo entre Brasil e Paraguai, o arqueiro lembrou o genocídio da Guerra do Paraguai para justificar seu ato extremo. Fica claro que a história serve a quem , conveniente, lhe interpreta.