Acredito
piamente na frase que dá título a esse post. Admiro pessoas
talentosas, mesmo aquelas que não conheceram o sucesso. Lembro-me de
um quadro de um programa de tevê em que grandes nomes do
teatro interpretavam uma fria lista telefônica. Um conglomerado
de nomes e números ganhando vida e sentimento apenas – e tão
somente – pelo talento dos atores.
Nessa
mesma seara – e aproveitando a comemoração do seu centenário –
veio à minha lembrança a história de vida do mestre Luiz
Gonzaga. O menino pobre e de pouca instrução formal venceu o mundo
mantendo-se firme na sua cultura e no seu modo de ser. Compôs um
personagem baseado no tipo humano da sua região, foi morar no
centro-sul e, contrariando o que seus conterrâneos sempre faziam,
não absorveu a cultura de lá, divulgou a daqui. Esse feito
mensurado na atual conjuntura, onde o poder da mídia está ao alcance
de todos, parece pouco, mas Seu Lula venceu e convenceu numa época
em que a informação era privilégio de poucos.
Outro
exemplo claro de que o talento supera quase tudo é percebido num
relato do grande guitarrista Jimmy Page (Led Zeppelin) explicando
como o baterista Bonzo entrou no Led: “Já havíamos feito testes
com dezenas de bateristas. Uma exigência que fazíamos era que o
candidato tinha que tocar com o seu instrumento. Um belo dia chega um
baterista gorducho com uma bateria velha com apenas um tan-tan.
Quando ele começou a tocar, não acreditei que alguém podia tocar
bateria daquele jeito”.
Mais
uma do rock: depois da morte do lendário vocalista Bonn Scott, a
banda australiana ACDC iniciou uma série de audições para escolher
um novo vocalista. Brian Johnson que já havia cantado em bandas de
rock, trabalhava como motorista do ACDC. Um fã da banda, de apenas
14 anos, escreveu uma carta citando o nome de Johnson como um grande
vocalista. Ele foi convidado a fazer uma audição e acabou sendo
aprovado com louvor. Johnson é vocalista do ACDC até hoje.
Mas,
o talento não vence tudo, tem um “quase” na frase. Para
esclarecer esse pormenor, criei a parábola do sucesso que encerra
esse post:
A Parábola do Sucesso
O
sucesso pode ser comparado à travessia de um rio. Em uma margem está
o início da carreira, do outro lado, o sucesso. Alguns, que são
bastante talentosos, nadam com facilidade e alcançam o outro lado.
Outros, mesmo com talento, encontram um crocodilo durante a travessia
e perecem. Existem ainda aqueles que não têm talento algum, mas
durante a travessia se agarram a um tronco e alcançam a outra
margem. Chegando lá não sabem o que fazer com a conquista e logo
são esquecidos. Não basta apenas talento, tem que ter um pouco de
sorte!