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CADA UM TEM O ÍDOLO QUE MERECE


Na última sexta-feira, pela manhã, estava dando aula – como faço cotidianamente – numa turma de 6º ano. De repente uma garota chega à janela e grita: “Sheldon está no portão!” Absolutamente todos os alunos correram e eu fiquei sozinho na sala. Minha aula foi para o espaço. Tenho uma filha adolescente e por isso sei que é esse tal de “Sheldon”. Um jovem da periferia que ganhou o estrelato (local) denegrindo a imagem das meninas. Mas elas gostam, sou testemunha ocular disso.

Fenômenos populares como esse se multiplicam com uma rapidez assustadora, é a parte – no meu subjetivo julgamento, claro - ruim do poder indiscriminado da mídia atualmente. Qualquer um pode trabalhar sua imagem e criar um personagem desses com alguns trocados, é fato. A periferia ganhou voz mas desperdiça essa força produzindo fenômenos efêmeros que banalizam a imagem das meninas tratando-as como objetos sexuais.

Eu poderia aqui lembrar do meu tempo de adolescente, falar das reuniões que fazíamos na minha casa para discutir música, mas, geralmente, esse tipo de discurso soa como papo de velho. Pois bem, não preciso voltar no tempo para justificar meus argumentos. Atualmente existe muita gente boa fazendo música de qualidade mas esse é um produto que não interessa a mídia nem a boa parte dos jovens. As “novinhas” gostam de ouvir e cantar versos que descrevem atos sexuais, usam palavras chulas, acabam com a beleza do ato sexual.

Enquanto escrevo esse breve texto estou ouvindo um cedê de Lennon que comprei em 1994 porque a música perene ultrapassa os limites do tempo, pode ser tocada no Natal, na manifestação pacifista, no protesto contra a opressão que as mulheres sofrem na sociedade, pode ser tocada em qualquer tempo em qualquer lugar. Cada um tem o ídolo que merece, os meus são eternos!

CANTANDO RELIGIÃO


Judas (Raul Seixas e Paulo Coelho)

“...Mas é que lá em cima
lá na beira da piscina
olhando os simples mortais
das alturas fazem escrituras
e não me perguntam se é pouco ou demais”
Oucça aqui

Questionam a Bíblia, a forma como as sagradas escrituras nos são impostas. Quase nenhuma religião cristã apresenta para os seus fiéis a história dos concílios que determinaram a composição do que hoje conhecemos como “Bíblia Sagrada”. O conteúdo é apresentado como o resultado final de algo que a maioria não sabe, com certeza, como começou.


Mão Católica (Marcelo Nova, Karl Humel e Gustavo Mullem)

Nascer com o mal na alma
Pro batismo libertar
Carregar a cruz de toda culpa
E colocá-la no altar
Domingo tem a missa obrigatória
Ajoelhar perante a santa inquisição
Pras bruxas temos a fogueira
Pros santos nós temos o perdão”
Oucça aqui 
 
A ironia na música do Camisa de Vênus é uma crítica ao “Pecado Original”, já nascemos pecadores. No final a crítica ao perdão dado aos santos e a condenação às bruxas.

Súplica Cearense (Gordurinha e Nelinho)

Oh! Deus, perdoe este pobre coitado
Que de joelhos rezou um bocado
Pedindo pra chuva cair sem parar

Oh! Deus, será que o Senhor se zangou
E só por isso o sol se arretirou
Fazendo cair toda chuva que há

Senhor, eu pedi para o sol se esconder um tiquinho
Pedi pra chover, mas chover de mansinho
Pra ver se nascia uma planta no chão

Meu Deus, se eu não rezei direito o Senhor me perdoe,
Eu acho que a culpa foi
Desse pobre que nem sabe fazer oração”
Oucça aqui 

O pedido de desculpas de Gordurinha e Nelinho, na verdade, está carregado de sarcasmo. Imagine a situação: a terra seca aí você faz uma oração pedindo para chover. Deus manda um diluvio, não é dádiva e sim castigo.


Cidadão (Zé Geraldo)

Tá vendo aquela igreja moço?
Onde o padre diz amém
Pus o sino e o badalo
Enchi minha mão de calo
Lá eu trabalhei também
Lá sim valeu a pena
Tem quermesse, tem novena
E o padre me deixa entrar
Foi lá que cristo me disse
Rapaz deixe de tolice
Não se deixe amedrontar”
Oucça aqui 

Esse trecho da bela canção de Zé Geraldo versa sobre fé, a fé do povo que crê de forma incondicional.


Partido Alto (Chico Buarque)

Deus é um cara gozador
Adora brincadeira
Pois pra me jogar no mundo
Tinha o mundo inteiro
Mas achou muito engraçado
Me botar cabreiro
Na barriga da miséria
Eu nasci brasileiro
Eu sou do Rio de Janeiro”.
Oucça aqui 

Humor, apenas humor. Mas é alguém se queixando com deus por ter nascido pobre. Penso cá comigo: poderia ter sido pior, cara, você poderia ter nascido na Etiópia, por exemplo.


Igreja (Nando Reis)

Eu não gosto de padre
Eu não gosto de madre
Eu não gosto de frei.
Eu não gosto de bispo
Eu não gosto de Cristo
Eu não digo amém.
Eu não monto presépio
Eu não gosto do vigário
Nem da missa das seis”
Oucça aqui 

Essa letra chocou muita gente por ser, abertamente, contra qualquer tipo de credo, sobretudo o cristianismo. Fez sucesso com a banda Titãs.

O Dono da Terra (Os Abelhudos)

Mãe me explica direitinho
O que gente grande entende muito bem
Como pode uma bomba explodir dentro de um trem?
...Vê qual é o nome do Dono da Terra
Inventor do céu e do mar
Pega o telefone, liga pra esse homem
Diz que é pra ele... reinventar”
Oucça aqui 

Criança tentando entender Deus.

QUANDO O REMAKE FICA MELHOR DO QUE O ORIGINAL

Já falei aqui, sou movido à música, ouço compulsivamente. É um salutar vício que cultivo desde que me entendo por gente. Confesso que ouço mais as coisas do passado, os clássicos do rock e do pop, basicamente. Outro dia estava eu em trânsito, rumo a Marim dos Caetés, como faço cotidianamente, ouvindo no meu mp3 a espetacular versão que o Angra (ainda com André Mattos) fez para o clássico setentista “Wuthering Heights”, da Kate Bush. Sempre que escuto essa versão aumenta a certeza de que o remake ficou melhor do que o original.

Por analogia, lembrei-me de outras situações em que a releitura fez sombra sobre o original. Obviamente, a lista abaixo baseia-se na subjetividade do meu gosto e provocará discordância.

Stand By Me (Jerry Leiber – Mike Stoller) – Essa canção, originalmente gravada por “Ben E. King” em 1961, foi regravada por John Lennon em 1975 no álbum Rock 'n' Roll. Virou um mega hit a ponto de muitos acharem, hoje em dia, que essa versão é que é a original.

Mr. Moonligth (Roy Lee Johson) – Essa canção é um clássico do rhythm & blues britânico gravado, originalmente em 1962, pelo lendário pianista negro “Piano Red”. A versão feita pelos Beatles em 1964, incluída no álbum “Beatles For Sale”, é parecidíssima com a original. Batidinha de bolero, segunda voz o tempo todo. Duas diferenças, entretanto, podem ser notadas: o órgão caribe usado no solo (no original o solo foi feito com uma guitarra estilo havaiana) e a voz estridente de Lennon muito diferente da melodiosa voz do Piano Red. A versão dos Beatles ficou bem melhor e fez sombra sobre o original.

Vapor Barato (Jards Macalé – Wally Salomão) – Esse clássico da chamada “mpb cabeça”, aquela linha de músicas cultuadas no meio universitário, teve dois remakes que ficaram melhor do que o original e fizeram mais sucesso. A primeira releitura veio em 1971, com Gal Costa, no disco “Gal Fatal”. A música ficou eternizada na voz da diva da emepebê. Em 1996, o grupo carioca “O Rapa” fez uma releitura da canção para o disco “Mapa Mundi”. A música virou um hit nacional, fez tanto sucesso que até Gal Costa voltou a cantá-la nos seus shows naquele ano. Vale ressaltar que a versão original é intimista, não foi concebida para tocar no rádio. Mesmo assim, esse é mais um caso em que a releitura fez sombra sobre o original.

Você Não Me Ensinou a Te Esquecer (Fernando Mendes – José Wilson – Lucas) – Esse clássico da música brega (refiro-me ao estilo musical e não à classificação pejorativa) foi gravada originalmente em 1979 por um de seus autores, o cantor Fernando Mendes. A música virou um dos maiores hits do gênero na época. Em 2003 foi incluída na trilha sonora do filme “Lisbela E O Prisioneiro” e ganhou uma versão feita por Caetano Veloso. A música voltou às paradas de sucesso e perdeu o estigma de “música brega”. As rádios especializadas em emepebê tocaram a versão do Caetano sem o menor preconceito. Mais um caso em que o remake fez sombra sobre o original.

Como Os Nossos Pais (Belchior) – Em 1976 o cantor cearense Belchior gravou essa épica canção. A música virou um dos hinos da emepebê da década de setenta. Nesse mesmo ano, Elis Regina gravou a antológica versão incluída no álbum “Falso Brilhante”. A interpretação dela conferiu à canção o status de clássico da emepebê. Mais um caso em que uma releitura fez sombra sobre a obra original.

Discorda do que eu escrevi? Manifeste sua opinião nos comentários!

EU, AS RÁDIOS E A SAUDADE DOS FESTIVAIS

Ontem, a título de curiosidade (e já sabendo que não ouviria boa coisa), dei uma passeada nas principais rádios aqui de Recife para me inteirar das novidades. Abdiquei do hábito de ouvir rádio há muito tempo. O resultado da minha incursão pelo dial foi, claro, decepção total. Será que a boa música tem que ficar restrita às rádios alternativas? Você deve estar pensando: “ei, Ed, gosto é subjetivo!”. Sei disso, mas o que toca nas rádios hoje em dia é tão ruim que nem a tal da subjetividade me impede de descer a lenha.

Excluo das minhas críticas a Nova Brasil FM, a Tribuna, a Antena 1 e a Universitária. Todas rádios alternativas, não brigam por audiência. Minha tristeza me fez lembrar dos grandes festivais de musicas que o Brasil já teve. Entre 1965 e 1985, o Brasil teve vinte festivais. Foram eles:

TV Excelsior

Primeiro Festival de Música Brasileira - 1965

1º Lugar: Arrastão (Edu Lobo e Vinicius de Moraes) - Intérprete: Elis Regina

2º Lugar: Valsa do Amor Que Não Vem (Baden Powell e Vinicius de Moraes) - Intérprete: Elizete Cardoso

Festival de Nacional da Música Popular Brasileira - 1966

1º Lugar: Porta-Estandarte (Geraldo Vandré e Fernando Lona) - Intérpretes: Tuca e Airto Moreira

2º Lugar: Inaê (Vera Brasil e Maricene Costa) - Intérprete: Nilson

TV Record

Segundo Festival de Música Brasileira - 1966

1º Lugar: A Banda (Chico Buarque) - Intérpretes: Chico Buarque e Nara Leão

Disparada (Geraldo Vandré e Téo de Barros) - Intérpretes: Jair Rodrigues, Trio Maraiá e Trio Novo

2º Lugar: De Amor ou Paz (Luís Carlos Paraná e Adauto Santos) - Intérprete: Elza Soares

Terceiro Festival de Música Popular Brasileira - 1967

1º Lugar: Ponteio (Edu Lobo e Capinam) - Intérpretes: Edu Lobo, Marília Medalha e Quarteto Novo

2º Lugar: Domingo no Parque (Gilberto Gil) - Intérpretes: Gilberto Gil e Os Mutantes

3º Lugar: Roda Viva (Chico Buarque) - Intérpretes: Chico Buarque e MPB-4

4º Lugar: Alegria, Alegria (Caetano Veloso) - Intérpretes: Caetano Veloso e Beat Boys

5° Lugar: Maria, Carnaval e Cinzas (Luiz Carlos Paraná) - Intérpretes: Roberto Carlos.

Primeira Bienal do Samba – 1968

1° Lugar: Lapinha (Baden Powell e Paulo César Pinheiro) - intérprete: Elis Regina e Os Originais do Samba

2° Lugar: Bom Tempo (Chico Buarque).

Quarto Festival da Música Popular Brasileira – 1968

1º Lugar (Júri Especial) e 5º lugar (Júri Popular): São Paulo Meu Amor (Tom Zé) - Intérprete: Tom Zé

1º Lugar (Júri Popular): Benvinda (Chico Buarque) - Intérprete: Chico Buarque

2º Lugar (Júri Especial) e 2º Lugar (Júri Popular): Memórias de Marta Saré (Edu Lobo e Gianfrancesco Guarnieri) - Intérpretes: Edu Lobo e Marília Medalha

3º Lugar (Júri Especial): Divino Maravilhoso (Caetano Veloso e Gilberto Gil) - Intérprete: Gal Costa.

Quinto Festival da Música Popular Brasileira – 1969

1º Lugar: Sinal Fechado (Paulinho da Viola) - Intérprete: Paulinho da Viola

2º Lugar: Clarisse (Eneida e João Magalhães) - Intérprete: Agnaldo Rayol.

Basta uma conferida na lista de vencedores para perceber que a nata da música popular brasileira floresceu nesses festivais. Mas a história não para por aí. A TV Rio e a então novata Rede Globo realizaram (entre 1966 e 1972) sete edições do Festival Internacional da Canção, que revelaram, entre outros: Dori, Danilo e Nana Caymmi, Nelson Motta, Milton Nascimento, Beth Carvalho, Toni Tornado, Ivan Lins, Taiguara, Antônio Carlos e Jocafi, Maria Alcina, Sérgio Sampaio, Walter Franco e o genial Baden Powell.

A partir de 1975, a Rede Globo tomou a frente dos grandes festivais. Realizou nesse ano o “Festival Abertura, que revelou: Alceu Valença, Carlinhos Vergueiro, Djavan, Luiz Melodia. Em 1979, já em processo de falência, a TV Tupi realizou o “Festival de MPB”, que revelou: Fagner, Oswaldo Montenegro e A Cor do Som.

Na década de 80 (século XX) a Rede Globo conseguiu resgatar parte do entusiasmo dos festivais da Record. Realizou quatro grandes festivais. Foram eles:

MPB Shell 80

1º Lugar: Agonia (Mongol) - Intérprete: Oswaldo Montenegro

2º Lugar: Foi Deus que Fez Você (Luiz Ramalho) - Intérprete: Amelinha

*Melhor Intérprete: Porto Solidão (Zeca Bahia e Ginko) - Intérprete: Jessé

MPB Shell 81

1º Lugar: Purpurina (Jerônimo Jardim) - Intérprete: Lucinha Lins

2º Lugar: Planeta Água (Guilherme Arantes) - Intérprete: Guilherme Arantes

MPB Shell 82

1º Lugar: Pelo Amor de Deus (Paulo Debétio e Paulinho Rezende) - Intérprete: Emílio Santiago

2º Lugar: Fruto do suor, (Tony Osanah e Enrique Bergen) - Intérprete: Raices de America

Festival dos Festivais – 1985

1º Lugar: Escrito nas Estrelas (Arnaldo Black e Carlos Rennó) - Intérprete: Tetê Espíndola

2º Lugar: Mira Ira (Lula Barbosa - Vanderley de Castro) - Intérprete: Miriam Mirah

3º Lugar: Verde (Eduardo Gudin e José Carlos Costa Netto) - Intérprete: Leila Pinheiro

Esse festival, diferentemente dos anteriores, teve eliminatórias em várias cidades do Brasil. Eu estive na edição do Recife, realizada no ginásio Geraldão absolutamente lotado. Inesquecível!

No ano 2000, a Rede Globo realizou o Festival da Música Brasileira, mas não conseguiu reeditar o brilho dos festivais passados. Sinais dos tempos. Os amantes da boa música, cansados de Calypsos e correlatos, lamentam!

PROTAGONISTAS DISFARÇADOS DE COADJUVANTES

Todo mundo no Brasil afora conhece o clássico “Asa Branca”, de Luiz Gonzaga. Sempre que essa música é citada apenas o nome do velho Luiz é lembrado. Humberto Teixeira, co-autor da obra é sempre esquecido. Além de “Asa Branca”, Humberto compôs: “Assum Preto”, “Baião”, “Juazeiro”, “No Meu Pé de Serra” “Paraíba (Mulé Macho)”, “Que Nem Jiló”, “Respeita Januário”, só pra citar as mais conhecidas.

Outro protagonista disfarçado de coadjuvante foi o George Harrison. Sou fã incondicional desse cara. Era, de longe, o beatle mais equilibrado. Sempre viveu à sombra da marca “Lennon McCartney”. Muito injusto.Ele era, no mínimo, do mesmo nível da famosa dupla. Escreveu clássicos como: “Somenthing”, “Here Comes The Sun”, “While my Guitar Gently Weeps”, e “Taxman”. Na época dos compactos de vinil apenas uma vez Harrison teve música incluída no lado “A”: Somenthing/ComeTtogether. Pouco, pra um artista tão importante.

No cinema, o exemplo mais marcante de um protagonista que sempre aparece como coadjuvante é o mestre Morgan Freeman. Com quase 50 filmes no currículo e personagens marcantes, ele várias vezes foi indicado ao Oscar como ator coadjuvante. Foi assim em “Street Smart” (1987) e em “Menina de Ouro” (2004). Nesse último ele sagrou-se vencedor, ganhando também o Globo de Ouro. Sei que há muito mais, essa lista de injustiças é grande, mas esses exemplos já dão a medida do que falo. O status e o reconhecimento nem sempre são proporcionais ao talento.

CINCO RECADOS MUSICAIS

Recado 1: Os amigos mais próximos do grande Paulinho da Viola juram que essa história é verdadeira. Diz a lenda que ele ficava irritado quando ouvia o Benito di Paula tocando samba ao piano. Foi daí que nasceu a música "Argumento":

“Ta legal, eu aceito o argumento / Mas não me altere o samba tanto assim / Olha que a rapaziada está sentindo a falta / Do cavaco, do pandeiro e do tamborim” /

Recado 2: Lobão depois de ter levado um fora da Monique Evans (na época, uma modelo famosa) mandou o seguinte recado na música “Decadence Avec Elegance”: Há muito tempo que eu já dizia, / Toda essa chinfra não te garante / Você não sabe arte de saber andar / Nem de salto alto , nem de escada rolante / Sua vida não tem muito sentido / Sempre em dia com o seu atraso / Mas e daí? Ela se acha chic / Troca seu destino por qualquer acaso / Perdeu a pose ... / Decadence avec elegance /

Recado 3: Luiz Gonzaga passou vários anos morando em São Paulo. Quando voltou para sua terra natal, Exu (PE), mostrou ao seu pai, o velho Januário, a sua sanfona nova: -Pai, essa é minha sanfona, tem cento e vinte baixos. Ela é muito melhor do que a sua que só tem oito. Januário ergueu a cabeça e respondeu: -Sua sanfona tem cento e vinte baixos, mas você só toca em dois. A minha tem oito baixos mas eu toco em todos. Um amigo da família chamado Jacó mandou um recado que Luiz Gonzaga pôs na música "Respeita Januário": Quando eu voltei lá no sertão / Eu quis mangar de Januário / Com meu fole prateado / Só de baixo, cento e vinte, botão preto bem juntinho / Como nêgo empareado / Mas antes de fazer bonito de passagem por Granito / Foram logo me dizendo: / "De Itaboca Rancharia, de Salgueiro a Bodocó, Januário é o maior!" / E foi aí que me falou mei' zangado o véi Jacó: / "Luí" respeita Januário / "Luí" respeita Januário / "Luí", tu pode ser famoso, mas teu pai é mais tinhoso / E com ele ninguém vai, "Luí" / "Luí" respeita os oito baixo do teu pai! /

Recado 4: João Nogueira irritado com as constantes críticas que Caetano Veloso fazia sobre o Rio de Janeiro mandou o seguinte recado na música “Iô-Iô”:

Você exalta a Bahia, porém nunca mais por lá ficou / E deu pra falar mal do Rio / Morando aos pés do Redentor / Até no início você parecia que era um bom rapaz / Mas com essa mania de estar todo dia em jornal falou demais /

Recado 5 : Seguindo a sugestão do nobre amigo Grijó (Ipsis Litteris) adicionei o quinto recado. Segundo se comenta, o Juca Chaves teria dito que os sambas do Chico Buarque eram todos iguais. Respondendo a essa crítica, o Chico mandou um recado na música "Corrente":

Eu hoje fiz um samba bem pra frente/ Dizendo realmente o que é que eu acho/ Eu acho que o meu samba é uma corrente/ E coerentemente assino embaixo/ Hoje é preciso refletir um pouco/ E ver que o samba está tomando jeito/ Só mesmo embriagado ou muito louco/ Pra contestar e pra botar defeito

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