Hoje, sabe-se lá por que,
acordei com vontade de ouvir soul music. Recorri a minha coleção e o escolhido
foi o sumidão Carlos Dafé. Para quem não conhece (ou não lembra), Dafé fez
muito sucesso na década de setenta no movimento encabeçado por Tim Maia que
sedimentou a soul music Brasil. Carioca do charmoso bairro de Vila Isabel –
terra de Noel e Martinho – José Carlos de Souza Dafé vem de uma família de
artistas. Seu pai tocava choro e sua mãe era poetisa. Pioneiro, fez parte do
primeiro grupo de negros a cantar exclusivamente soul music no Brasil, o Dom
Salvador e Abolição, de 1967. Em 1972 ficou nacionalmente conhecido com o hit “Venha
Matar a Saudade”, lançado em compacto simples junto com a canção “Verônica”.
Carlos Dafé foi figurinha
carimbada durante toda a década de setenta, tendo participado, como músico e
cantor, de vários discos de nomes consagrados da emepebê. Em 1978, sofreu um grave acidente chegando a
ficar um bom tempo sem memória. Cinco anos depois retomou a carreira com o
lançamento do disco “De Repente”, pela RCA.
O grande soul man
está fora da mídia mas continua fazendo shows pelo Brasil afora. Para quem mora
em Campinas (SP) e adjacências, vai à dica: dia 28 de Maio, Carlo Dafé toca no Clube
Vila Marieta. Eu aqui em Recife não terei, ainda, o prazer de vê-lo ao vivo, mas
regozijo-me ouvindo os dois discos abaixo, itens raros da minha coleção de soul
Brasil: