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RELICÁRIO VOL.16 - CAETANO VELOSO DETONANDO GERALDO MAYRINK



Programa Vox Populi - 1978

EU E O MANO CAETANO

Caetano Veloso completou setenta anos, acabei de ler num jornal. O bom baiano é um dos meus maiores ídolos, está logo ali, do lado dos Beatles. Teve uma importante participação na minha formação. Mora no meu imaginário a figura daquele rapaz magrelo usando terno e camisa caxarrel cantando “Alegria, Alegria”, com cara de tímido, no Festival da Record. Caetano me encanta desde criança. O curioso é que meu pai, um eterno mal humorado, usava a figura andrógena de Caetano Veloso como xingamento. Quando se irritava com alguém, dizia: “Sai dai, Caetano Veloso”. O machismo do meu pai, felizmente, não contaminou meu senso.

Comecei a perseguir a obra dele em 1977 quando “Alegria, Alegria” foi tema de uma novela da Globo, “Sem Lenço, Sem Documento”. Lembro-me que os versos iniciais dessa canção tornaram-se o lema da geração pós-hippie. Um monte de bichos-grilos escrevia nas camisas, nos cadernos. Caetano, nessa época, já era um ícone pop. A percepção da sua obra como algo de muito valor, entretanto,  só passei a ter quando ouvi pela primeira vez a coletânea “A Arte de Caetano Veloso”. Ouvia “Tropicália” imaginado cada cena como se estivesse assistindo a um filme. Da mesma forma eu ouvia aquele famoso registro das vaias em “É Proibido Proibir”. Sonhava em protagonizar uma experiência daquela na escola por  pura rebeldia.

A partir do disco “Cores, Nomes”, Caetano já fazia, definitivamente, parte do meu mundo e até hoje anda comigo no meu mp3. A magia provocada por um ídolo transcende à arte. Caetano, costumeiramente é criticado pelo seus discursos. Pois bem, até mesmo essa suposta  boquirrotice me encanta. Gosto de ver gente inteligente falando mesmo que o discurso não me atraia, ao menos para discordar e argumentar no mesmo tom. Gostaria muito de trocar umas ideias com Caetano.

Já falei numa postagem recente da magia provocada por um disco em que sua valorosa obra se faz presente. Essa, acredito, é a função maior da arte e do artista, transmitir alegria, acalmar o espírito. É como uma religião, você tem acesso e esquece o que te incomoda. Caetano vem acalmando o meu espírito desde que me entendo por gente, isso não é pouco. Um jornal aqui do Recife publicou uma lírica revelação dele sobre sua relação com o Recife que eu eu desconhecia: “Pernambuco entrou na minha vida aos quatro anos de idade através de uma canção do Capiba. Botei o nome da minha irmã por causa dela (…). Nós de lá do interior da Bahia olhávamos o Recife como o mundo olha para Paris” (JC – 07/08/12).

Termino esse post parafraseando a citação dele: Nós aqui do Recife ouvíamos o Caetano como o mundo ouvia os Beatles”. Meus respeitos e longa vida ao bom baiano!

O PODER DE UM DISCO

No exato momento em que escrevo esse texto, está rolando na TV Brasil o excelente programa comandado pelo ex-Titã Charles Gavin, “O Som doVinil”. Charles se especializou em resgatar obras-primas da música brasileira. O programa é uma delícia para quem curte a boa música, aquela fora do circuito comercial. Claro, veio à mente as minhas experiências com a bolacha preta. Lembrei-me do primeiro disco que comprei, uma coletânea da Fontana intitulada “Autógrafos de Sucesso”. O LP reunia clássicos de Caetano e Gil, e uma pitadinha da Gal.

A data original do lançamento da obra é 1971, mas  adquiri em 1985 quando estava fora de catálogo e a loja oferecia a um precinho convidativo. Depois da primeira audição, passei a degustar essa maravilhosa coletânea quase que diariamente. A bossa “Chuvas deVerão”, de autoria do pernambucano Fernando Lobo – pai do Edu – eu não conhecia e me apaixonei. Nessa época estava iniciando no violão e adorei o fato das cifras serem fáceis. Música boa de ouvir e de tocar para um principiante.

O disco também serviu para que eu entendesse um pouco melhor o Tropicalismo. Em "Superbacana", Caetano entrelaça ícones do pop estadunidense com referências do Brasil. Uma afronta para os puristas xenófobos nacionalistas. Esse embate se tornaria uma das marcas do movimento tropicalista. O contraponto desse pensamento é a bela canção do Gil, "Lunik 9" que, de uma forma poética, maldiz a conquista da Lua.

O interessante nessa história é que minha paixão por essas canções surgiu num momento em que o rock brasileiro renascia com muita força e eu estava mergulhado nesse universo. É a prova concreta de que a boa música tem um poder atemporal e incondicional. Tenho esse LP até hoje, ele repousa num lugar especial da minha estante. Hoje em dia ouço os fonogramas digitalizados, mas a emoção é a mesma de 1985.
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