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A VOLTA POR CIMA DO LONG PLAY


Quem me conhece sabe, um dos meus maiores prazeres é colecionar coisas: revistas, devedês, cedês, livros, revistas e elepês, muitos elepês.  A época de ouro para os colecionadores das bolachas pretas foi o período de transição em que os cedês começou a tomar conta do mercado. Os velhos discos passaram a ser sinônimo de atraso, coisa ultrapassada. O preço despencou e nós, que nunca desacreditamos do valor deles, nos fartamos.

Lembro-me de um dia que fui ao centro para comprar materiais para o meu pai que fabrica bolsas. Ao passar pela rua Tobias Barreto (Centro do Recife), dei de cara com uma loja que exibia dezenas de caixas de papelão cheias de elepês.  Tudo vendido a cinquenta centavos a unidade.  Comprei, na ocasião, uns sessenta discos. Eram todos do espólio da Rádio Globo que havia mudando de nome – passou a ser CBN - e de foco, tornou-se um canal de notícias e desfez-se da sua discoteca. Ótimo para nós!

Para a minha felicidade – e de muitos – os elepês venceram a barreira da pós-modernidade e sobreviveram ao tecnicismo sonoro.  Os argumentos – sempre refutados – sobre a pureza e a fidelidade sonora dos discos a laser foram se perdendo no tempo.  Os aparelhos toca-discos sumiram por um tempo das lojas mas, aos poucos, devido à resistência de milhões de consumidores pelo mundo afora, voltaram a ser fabricados, inclusive, com as adaptações necessárias para serem acoplados aos equipamentos atuais.

A produção reduzida dos elepês tem reflexo negativo no preço do produto atualmente. Um lançamento gira em torno de oitenta a cem reais. Isso limita o consumo dos discos, inclusive, para muitos colecionadores, não só para o público em geral.  No que se refere à aquisição de equipamentos e acessórios, o corre o mesmo, os preços são bem salgados. Entretanto, com o crescimento atual do mercado, a tendência é que haja uma queda acentuada nos preços.

Para quem está interessado em readquirir toca-discos ou precisa de acessórios, uma das melhores lojas do Brasil – com vendas também online – é a “Casa dos TocaDiscos”. Confesso que estou eufórico com tudo isso e já voltei a comprar elepês.  O próximo passo será montar meu equipamento.  Já estou juntando os trocados!

LP RESGATA CLÁSSICOS OBSCUROS DA JOVEM GUARDA E TRÊS SUCESSOS DE ROBERTO CARLOS


As fotos que ilustram esse post  mostram  capa e contracapa de um disco que, mesmo tendo sido lançado em 2010, já é um artigo raro. Trata-se do LP “Jovem Guarda – Golpe Final”. O disco traz a marca do selo “Maluco Beleza”, tem descrições em português, mas não foi oficialmente lançado no Brasil. Aparentemente  é de origem portuguesa.  Esta sendo vendido apenas pela internet em vários links estrangeiros (confira aqui ou aqui).

O disco apresenta doze faixas com gravações originais do período compreendido entre os anos de 1966 e 1973. Fazem parte da coletânea: Roberto Carlos, Jerry Adriani, Wandreley Cardoso, The Fivers, Os Incríveis e José Roberto. Esse último mais conhecido no Nordeste brasileiro onde fez um relativo sucesso.  O álbum traz um equívoco, certamente desconhecido dos organizadores (estrangeiros) do trabalho: a canção “Eu Te Amo Meu Brasil”, uma música feita de encomenda para a ditadura Médici. Absolutamente dispensável.

É um registro que já nasceu raro, difícil de ser adquirido. Uma boa pedida para os colecionadores. Abaixo é possível conferir todas as faixas através de links do youtube. São os mesmos fonogramas do disco.

LADO A

 LADO B

DISCOS FUNDAMENTAIS DO ROCK BRASILEIRO - PRIMEIRA PARTE

Dois– Legião Urbana (1986): esse é o melhor disco da Legião sem sombras de dúvida. As limitações do quarteto como músicos são compensadas com a excelência das canções desse álbum. Clássicos como “Tempo Perdido”, “Daniel Na Cova dos Leões”, “Fábrica”, “Eduardo e Mônica” e “Índios” fazem parte da obra. Renato Russo assina oito das doze canções e participa como coautor nas outras quatro. A força poética dele, com certeza, contribuiu enormemente para o êxito desse grande álbum.
Krig-ha,Bandolo! – Raul Seixas (1973): o disco de estreia do mestre Raul é uma das obras primas do rock nacional. Lançado numa época em que as músicas de protesto já haviam saído de cena e os hits do momento eram, basicamente, baladas adocicadas. O disco apimentou a cena brasileira. Letras fortes com bom humor, inteligência e muito conteúdo crítico. Erroneamente muita gente atribui o peso do conteúdo crítico do disco ao parceiro do Raul, Pulo Coelho. Entretanto, as quatro músicas mais importantes do álbum – ‘Mosca Na Sopa’, ‘Metamorfose Ambulante’, ‘Dentadura Postiça’ e ‘Ouro de Tolo’ – são de autoria de Raul. Outra coisa que muitos desconhecem: Raul, antes de se lançar como cantor, emplacou vários hits como compositor. Teve músicas gravadas por Jerry Adriani, Renato e Seus Blues Caps entre outros. Nessa época ele assinava “Raulzito”.
Gita– Raul Seixas (1974): outro grande disco do Mestre Raul e esse sim, com uma participação ativa do Paulo Colho no direcionamento do discurso para o lado místico. A essa altura, Raul Seixas já era o grande nome do rock brasileiro. O disco, que traz o super hit Gita, figura em todas as listas dos grandes discos do rock brasileiro.
 Da Lama Ao Caos – Chico Science e Nação Zumbi (1994): esse foi o álbum que apresentou a veia criativa e inovadora de Chico Science. Não é apenas um disco de rock, é uma aula de fusion criada por jovens da periferia de Olinda. Depois desse disco, o maracatu revigorou-se e ganhou o mundo. “Da Lama Ao Caos” ajudou a sedimentar o Movimento Mangue e criou escola. Para muitos, esse é o último bom disco do rock nacional. Realmente fundamental.
Selvagem– Os Paralamas do Sucesso (1986): esse é o álbum que deu identidade a banda. A partir dessa obra, Os Paralamas passaram a ter uma sonoridade própria e se desvincularam, de vez, do rótulo de ‘clone do Police’. Na época, Herbert Viana confessou que teve vergonha de mostrar a música “Alagados” aos companheiros da banda porque parecia um samba e não rock. O disco é considerado pela crítica um dos melhores da banda e um dos melhores do rock brasileiro. Mesmo tendo mudado vertiginosamente a sua sonoridade, Os Paralamas emplacaram vários hits nesse disco e sedimentaram sua carreira.
As Quatro Estações – Legião Urbana (1989): outro grande disco da Legião, diferentemente do álbum “Dois”, esse teve a participação ativa dos outros componentes da banda. A essa altura, a Legião já era um trio, Renato Rocha havia deixado o grupo. Mesmo com a mudança na forma de elaboração do disco, a qualidade foi mantida e o trabalho rendeu sete hits. Como no anterior, a força do trabalho estava na poesia de Renato Russo. Um grande disco.
Secos& Molhados – Secos & Molhados (1973): mais um grande clássico do rock nacional. Essa performática banda que em plena ditadura – anos de chumbo – propagava androgenia e letras e músicas fora do convencional. Foi o primeiro disco brasileiro lançado com encarte que trazia letras, autorias, ficha técnica, tudo que o fã tem direito.  O sucesso foi tanto que Os Secos & Molhados lotaram o Maracanãzinho. Um grande feito. O disco é um marco no pop rock brasileiro.
Correndo-o-Risco– Camisa de Vênus (1986): o grande disco do Camisa é um dos grandes discos do rock nacional. Visceral, boas letras e um pós-punk que conseguiu, inclusive, emplacar alguns hits. Das nove faixas, cinco tocaram bem nas rádios. Na faixa “A Ferro e Fogo” usaram uma orquestra. É realmente um disco fundamental do rock nacional.
EmRitmo de Aventura – Roberto Carlos (1968): esse álbum é um dos primeiros discos brasileiros a utilizar na sua estrutura uma linguagem de rock. Lançado no auge da Jovem Guarda, é um elo perdido do rock nacional.  Além do disco, o projeto contou com um filme com título homônimo (1967) de onde foram extraídos os clipes que divulgaram nos cinemas e na tevê o conteúdo do álbum. Outro detalhe importante dessa obra: O vídeo da música “Quando” foi gravado na cobertura do Edifício Copam, em São Paulo, sendo um projeto anterior ao famoso “Rooftop Concert”, dos Beatles, gravado nos mesmos moldes.
CabeçaDinossauro – Titãs (1986): é o disco mais celebrado dos Titãs e um dos mais celebrados do rock nacional. Absolutamente visceral, o cabeça tem um pouco de tudo: escatologia, poesia concreta, crítica social e muito rock. É o disco brasileiro que sempre figura nas cabeças das listas de melhores discos de rock.

O REVOLVER MUDOU MINHA VIDA

Por: Sidclay Pereira - Posso dizer que existe uma vida antes e depois o Revolver.

Eu já conhecia Beatles, claro! Help foi a música que marcou uma parte da minha infância, despertando meu interesse não apenas como apreciador, mas como um fã de música. A partir de Help eu comecei a buscar música e não apenas esperar que ela viesse até mim através do rádio ou TV, o que era de costume para a grande maioria das pessoas.

Em 1993 eu estudava num colégio no centro de Recife que ficava a cerca de 200 m de uma famosa loja de discos que misturava coisas novas com raridades (uma das poucas do gênero que ainda hoje existe). Era um oásis para colecionadores naquela época.

Fiquei durante três semanas visitando a loja, apreciando aquele amontoado de Lp´s, camisas e VHS, cd ainda era algo apenas para quem tinha muito dinheiro. Numa tarde de terça-feira fui lá para comprar o meu primeiro LP! De certa forma eu estava orgulhoso, saí de casa na certeza de comprar um disco!!! Havia juntado três semanas de mesada!

Eu não sei exatamente o porquê, mas naquele dia eu larguei mais cedo, fui até a loja e me direcionei à prateleira que continha os discos dos anos 60, lá estavam os lp´s dos Beatles entre outros nomes como Elvis, Rolling Stones, Credence Clearwater Revival e The Mamas & The Papas. Como eu já conhecia alguns discos dos Beatles, decidi comprar aquele que me pareceria mais desconhecido.

Olhei aquela capa em preto-e-branco com uma colagem de fotos misturadas a 4 desenhos que representavam John, Paul, George e Ringo. Eu conhecia apenas duas músicas: Yellow Submarine e Eleanor Rigby. Comprei o Revolver, paguei exatamente Czr. 14.000,00. Peguei o ônibus com aquele monte de gente subindo quase ao mesmo tempo enquanto eu tentava proteger o vinil para que não amassasse ou quebrasse.

Cheguei e fui logo colocando o bolachão pra tocar. O que aconteceu em seguida foi algo que eu simplesmente não consigo descrever.

Uma voz fazia uma contagem “one, two, three, four” e entrava uma batida de guitarra com uma voz firme e logo em seguida uma bateria seca e marcante e depois um backing vocal. As lembranças são bem fragmentadas, mas me recordo de uns acordes de um instrumento para mim totalmente estranho (Love You Too), um riff de guitarra totalmente desconcertante (She Said She Said), um naipe de metais (Got to Get You Into My Life), uma voz que parecia lamentar algo (For No One), uma música que parecia vir de longe e se materializar (I Want To Tell You) e, por fim, uma coisa tão estranha e fascinante que até hoje me faltam palavras pra descrever (Tomorrow Never Knows).

Lembro claramente da minha reação, eu ficava no terraço me perguntando o que é isso? Que banda é essa? Que instrumento é esse? Quem canta isso? Me parecia que essa não era a banda que eu já conhecia há alguns anos.

A partir daquele momento, despertei um interesse em conhecer música, em busca de coisas novas (mesmo que sejam antigas), de descobrir novos sons, melodias, vozes, arranjos. De certa forma, aquela tarde e o Revolver moldaram minha personalidade. Creio que até hoje procuro aquela sensação, cheguei perto algumas vezes, mas nenhuma com tanta intensidade. Se hoje eu tenho o costume de “garimpar” cd´s e dvd´s em todas as lojas e cidades que visito, de ter a coleção que tenho, isso aconteceu graças ao Revolver e aos Beatles e aquela tarde de 1993.

O Revolver mudou minha vida!

DEZ DISCOS OBSCUROS DE NOMES FAMOSOS

Por: Sidclay Pereira - Outro dia estava ouvindo um disco solo de Mick Jagger que tenho desde a adolescência e percebi como é bom e, mesmo assim, pouco conhecido. A partir desse momento, comecei a elaborar uma lista de discos obscuros de nomes famosos, porém estava ficando enorme e então decidi fazer um apanhado de 10 álbuns internacionais. Como toda lista, esta pode ser criticada à vontade!

Hindu Love Gods (Hindu Love Gods) (1990) – Esse é praticamente um disco de covers do R.E.M. sem o Michael Stipe nos vocais. Os três membros da banda se juntaram ao vocalista Warren Zevons para homenagear nomes como Robert Johnson, Muddy Waters, Woody Guthrie, Bo Diddley e Willie Dixon. O resultado é um excelente álbum que apresenta clássicos como Mannish Boy e Travelling Riveside Blues em versões bem inspiradas.

Mick Taylor (Mick Taylor) (1979) – Tido por muitos como o melhor guitarrista dos Rolling Stones é também ex-John Mayall and The Bluesbreakers. Taylor lançou uma obscura obra-prima como seu primeiro disco solo. Aqui é possível ouvir seu slide guitar, seus solos instigados e elegantes e melodias bem construídas. Um disco raro, mas que precisa estar na coleção de todos que apreciam o trabalho de um excelente guitarrista.

Music From The Body (Roger Waters) (1970) – Antes de fazer duas turnês mundiais no século XXI, antes de liderar o The Wall Live in Berlim, antes de sair do Pink Floyd falando muito, antes de escrever todas as letras de Dark Side Of The Moon, Waters fez esse disco com o Ron Geesin. É a trilha sonora de um documentário sobre o corpo humano e praticamente todas as músicas apresentam sons retirados do próprio corpo humano. É possível nesse disco perceber de onde veio o experimentalismo do Pink Floyd e ainda tem a participação de todos os membros da banda em Give Birth A Smile.

Raoul and The Kings of Spain (Tears For Fears) (1995) – Segundo disco após a separação da dupla, Raoul and The King of Spain apresenta uma banda bem diferente dos “hits” Shout e “Everybody Wants to Rule The World”. Destaque para a música título, Falling Down e a balada flamenca Sketches of Spain (uma alusão a Mils Davis?). Disco recomendável para todos que gostam de arranjos bem elaborados e letras inspiradas.

Carl & The Passion (The Beach Boys) (1972) – Não é o Beach Boys do Pet Sounds, não é nem sequer o Beach Boys de Brian Wilson, ele pouco participou da elaboração desse disco. É impressionante como a banda se reinventou, melodias com influência gospel; arranjos inventivos e grande destaque ao instrumental (normalmente davam uma atenção maior aos vocais). Destaque para Marcella que acena para o que iriam produzir a partir desse momento, porém Here She Comes é a melhor faixa.

Beatles for Sale (The Beatles) (1964) – é uma grande provocação e para alguns até um sacrilégio incluir qualquer coisa dos Beatles como obscura. Porém, esse disco nunca frequenta a lista dos preferidos dos beatlemaniacos ou dos simples apreciadores. Tem pérolas como I´ll Follow the Sun, No Reply e Baby´s in Black, além de covers melhores que os originais como Rock and Roll Music, Kansas City e Everybody´s Tryin´ To Be My Baby. Foi um disco feito às pressas para aproveitar o natal de 1964, mas é um discaço!

Wandering Spirit (Mick Jagger) (1993)– terceiro álbum solo do vocalista da “Greatest Rock´N´Roll band in the world”, pode-se ouvir um disco consistente, maduro e criativo com a presença do ainda iniciante Lenny Kravitz. Jagger faz um disco que apresenta música tradicional britânica (Handsome Molly), funk (Use me), soul (I´ve Been Lonely for So Long), rock (Wired All Night e Mother of a Man) e Stoneana (Put me in the trash). Recomendado não apenas aos fãs dos Rolling Stones.

K (Kula Shaker) (1999) – Primeiro disco da banda. Seria uma coleção de clássicos, caso tivesse sido lançado nos anos 70, nos anos 90 não causou tanto impacto. O disco é excelente da primeira à última faixa. Consegue trazer para a atualidade a sonoridade dos anos 60 com influência oriental. Destaque para Knight On The Town e 303. Pra quem gosta de rock´n´roll é quase impossível não curtir o K.

Walls and Bridges (John Lennon) (1974) – último disco solo de músicas inéditas, após esse ele faria o disco de cover Rock´N´Roll (1975) e depois dividiria o Double Fantasy (1980) com Yoko Ono. Trabalho excelente em todos os sentidos, a capa diferente de tudo que havia sido lançado até o momento. É o John Lennon atento ao que se produzia na época como em #9Dream e Whatever Get´s You Thru The Night (essa com Elton John), músicas aparentemente saídas do Abbey Road como Steel and Glass e What You Got e a belíssima Nobody Loves You When You´re Down and Out (que frase!). O disco menos famoso é, provavelmente, o melhor de Lennon.

Wild Life (Wings) (1972)– Primeiro álbum da recém formada banda de Paul McCartney, foi ensaiado e gravado em apenas duas semanas! Registra um pouco dos dias pós-beatles e toda a turbulência dos processos envolvendo os ex-membros como em Some People Never Knows e Dear Friend. Paul dá um show à parte no vocal da música título e ainda temos o hit Tomorrow.

O POP ROCK DA DÉCADA DE 80 RECICLADO NA MALHAÇÃO ID

Ouvi, por acaso, o cedê da trilha sonora da nova Malhação. Exatamente na temporada em que a novelinha teen agregou um “ID” (abreviação de identidade) ao seu nome, resolveram reciclar velhos clássicos do pop rock da década de oitenta. Será essa a nova identidade da série? Segue uma radiografia do cedê faixa por faixa:

A música que abre o disco traz uma releitura do mega hit do Lulu Santos, “Um Certo Alguém”. A versão do “NX Zero” não acrescentou nada à versão antiga, ficou com jeito de Karaokê. Gostei não. A faixa 02 resgata um grande sucesso do RPM, “Rádio Pirata”. A nova versão, criada pela “Hevo 84”, segue o padrão da maioria das bandas jovens do pop rock atual, um som na linha Green Day. O resultado não foi bom. Na faixa 03, a banda “Fresno” faz uma boa releitura de um clássico dos “Paralamas do Sucesso”, “Lanterna dos Afogados”. Apesar de terem mantido quase o mesmo arranjo original, o resultado ficou bem legal porque a voz do Lucas se encaixou perfeitamente na música.

A faixa 04 traz uma bela reedição de mais um hit do “Lulu Santos”, “Apenas Mais Uma de Amor”, com a doce voz da “Mylenna” e a participação especial do rei do cover, “Emerson Nogueira”. Muito bom. A faixa 05 também é excelente. Uma versão reggae do clássico dos Paralamas do Sucesso, “Meu Erro”, sob a tutela do “Chimarrutus”. Bom demais! A faixa 06 traz uma aguada reedição da clássica “Perdidos Na Selva”, sucesso da “Gang 90”. a versão do “Seu Cuca” deixou muito a desejar, é um dos pontos baixos do cedê. Na faixa 07, mais uma participação do “Hori”, dessa vez revisitando um hit do “Vinícius Cantuária”, “Só Você”. O resultado foi bom, mas a voz do Fiuk lembra muito a do Fábio Jr que já regravou essa canção. As comparações, obviamente, são inevitáveis.

A faixa 08 traz uma releitura de um dos maiores sucessos da “Blitz”, uma das precursoras do rock Brasil da década de 80. A canção “Mais Uma de Amor” foi competentemente revisitada pelo “Dibob”. Um ótimo momento do cedê. Na faixa 09, uma releitura do hit “Tudo Pode Mudar”, da banda franco-brasileira, “Metrô”. Se o original já soava um tanto quanto adolescente, a versão da “Julie” transformou a música num tema quase infantil. Além do mais, repetiram quase o mesmo arranjo do Metrô. Ruim demais! A faixa 10 traz um dos grandes equívocos desse cedê: o “Bonde da Stronda” com uma versão funk (carioca) de “Tic Tic Nervoso” do “Magazine”, a banda do Kid Vinil. A música soa artificial do começo ao fim. Muito ruim.

A faixa 11 traz uma versão ska do hit “Ciúme” do “Ultraje a Rigor” interpretado pela banda “Catch Side”. Esse é um bom momento do cedê, som de garagem puro! Na faixa 12 uma belíssima versão da canção “Fui Eu”, hit dos “Paralamas do Sucesso” e do “Sempre Livre”. A versão das “Ruanitas” deu nova vida à antiga canção com destaque para a belíssima voz da “Tay Dantas”. A faixa 13 mostra uma versão eletrônica do mega hit do “Lobão”, “Me Chama”, interpretada por “Babi”. Voz suave contrastando com teclados, batida eletrônica e guitarras produziram um bom resultado. Na faixa 14, a banda de reggae “Marauê” tinha uma missão importante: reeditar um dos maiores hits do pop rock da década de 80, “Sonífera Ilha”, dos Titãs. O resultado foi excelente. Transformaram a baladinha titânica num reggae cadenciado e muito, muito legal. Aprovadíssimo!

A faixa 15 traz um clássico da mpb que tem várias regravações: “Jorge Maravilha”. A versão Malhação ficou a cargo do “Playmobille” que cumpriu a tarefa com maestria. É um ótimo momento do cedê. Na faixa 16 mais um momento sofrível do cedê: uma fraquíssima versão do hit “A Fórmula do Amor”, originalmente gravada pelo “Kid Abelha & Leo Jaime”. A versão atual ficou a cargo do “Jammil”, que deixou muito a desejar. A faixa 17 traz uma regravação do hit escrachado do “Dr. Silvana & Cia”, “Serão Extra”, interpretado pela banda “Angela”. Se o original já não era grande coisa, a regravação conseguiu piorar ainda mais a música. Ruim demais! A faixa 18 traz o tema de abertura da Malhação, “Quem Sou Eu”, interpretada pela banda do “Fiuk”, o “Hori”. Já virou hit, claro. É um bom momento do cedê, a interpretação do Fiuk é o diferencial. Ouvi também uma faixa bônus com uma releitura do mega hit “Menina Veneno”, do “Ritchie”. A banda “Restart” rejuveneceu a música. Essa jurássica canção, lançada em 1983, fez parte do renascimento do pop rock brasileiro. Ouvi-la agora, com timbre adolescente, soa como algo poético.

Essa trilha sonora, apesar de cometer muitos equívocos, presta uma bela homenagem ao tão criticado pop rock brasileiro da década de 80.

Obs: clicando nas faixas descritas no texto, você pode ouvir todas as regravações e tirar suas próprias conclusões.

DESTRINCHANDO O CEDÊ DA SUSAN BOYLE


Hoje tive o prazer de ouvir I Dreamed a Dream”, o tão esperado cedê de estreia do fenômeno midiático Susan Boyle. O álbum foi lançado com toda pompa no dia 23 de novembro passado, com direito a capa na Rolling Stones americana e tudo o mais. Por falar em capa, tomei um susto (no bom sentido) quando vi a foto do cedê. A imagem que eu – e o mundo todo – tinha da Susan era daquela simpática senhora inglesa de meia-idade. Em tempos de Photoshop, o milagre da transformação da imagem tornou-se algo corriqueiro. Como pode-se notar, na foto que ilustra esse post, Susan Boyle mudou bastante.
O disco é uma deliciosa colcha de retalhos, foi feito para agradar a gregos e troianos. Começa com “Wild Horses”, dos Stones. Nessa canção, a voz da Susan ficou bem diferente, nem parece ela. Quem ouve não consegue associar a voz à imagem dela. A versão ficou belíssima. Em seguida vem a chatinha “I Dreamed A Dream”, música que revelou a cantora para o mundo. Só aí você se lembra daquela cena do show de calouros que virou hit no Youtube. Na sequência vêm dois grandes standards da música americana: “Cry Me River”, escrita por Arthur Hamilton e gravada por Ella Fitzgerald e "How Great Thou Art”, uma canção do século XIX , sucesso na voz de Elvis Presley em 1974. As duas canções tiveram tratamento especial, arranjos impecáveis e a interpretação dela ficou a altura dos dois clássicos. Obviamente os puristas torcerão o nariz, mas ninguém poderá dizer que o vozeirão da Susan maculou os clássicos.
Depois do rock e dos clássicos, o disco envereda pelo pop. A faixa cinco traz “You'll See”, a belíssima canção da Madona. Não gostei dessa faixa porque ficou muito parecida com o original. Em determinados trechos não dá pra ter certeza se é Susan ou a própria Madona que está cantando. A sexta faixa traz um clássico dos Monkees, “Daydream Believer”, cantada em voz e piano. Impecável! A sétima faixa é um dos pontos altos do álbum. Susan interpreta o folk “Up To The Mountains” de forma espetacular. Em alguns momentos parecia a Linda Ronstadt cantando. Nessa canção, ela arriscou notas mais altas e acertou em cheio.
A partir da religiosa “Amazing Grace”, o disco fica um pouco monótono chegando a ficar cansativo nas faixas "Who I Was Born To Be", "Pround" e "The End Of The World". O álbum termina de forma apelativa com a canção natalina “Silent Night (Noite Feliz)”, claramente incluída para alavancar o disco nas vendas de fim de ano. Com certeza Susan Boyle terá um Natal diferente.

OS DISCOS RAROS E OS SEBOS VIRTUAIS

Outro dia, quando caminhava no centro da cidade a caminho do trabalho, passei em frente a um sebo de discos que eu sempre freqüentava. Pensei: “por que eu não venho mais aqui?”. Eu sempre fui um rato de sebo, desde garoto. Andava com uma lista de discos que, na minha subjetiva avaliação, eram raros. Lembro-me de uma vez em que meu pai, pequeno fabricante de bolsas, mandou-me ao centro para receber um dinheiro. Quando passei em frente a uma loja de eletrônicos vi um monte de caixas de discos (vinil) no chão. Era o acervo da Rádio Globo que estava à venda porque essa emissora havia sido convertida em rádio CBN (que não toca músicas). Comprei, nesse dia, mais de 80 discos, foi inesquecível. Tenho muitos deles até hoje. Da minha lista de raridades (que sempre trazia na carteira) encontrei cinco nesse dia:Tavito -Maria Fumaça (Banda Black Rio), Frutificar (A Cor do Som), Asa Branca (Quinteto Violado), Remember-me (Trepidantes) (esse só conhece quem é do Recife).

Hoje em dia tenho todos esses discos em CD. Consegui baixá-los na internet nos sebos virtuais. Justamente por isso deixei de freqüentar os velhos sebos do centro. A facilidade de se conseguir as tais raridades é uma das melhores coisas da internet. Sei, alguns colecionadores preferem o vinil. Existe uma relação de idolatria com esse objeto. Nunca fui assim. O meu intuito sempre foi a música independentemente do formato. Eu tenho um amigo, colecionador de LPs, que me falou com os olhos brilhando:

-Você sabe como eles gravam a música no LP? Claro que não sabe. Os sulcos têm formato de “V”, os arranjos são gravados nas paredes laterais do “V” e a voz no vértice do sulco. Só sabe esses detalhes quem coleciona, porra! Rsss

Hoje em dia eu tenho todas as músicas que quero ouvir, não ando mais com a lista de raridades, tenho todos os discos no formato CD. Alguns convertidos de LPs, é certo, mas tenho todos. Termino esse post lembrando que classificar um disco como “raro” é algo muitíssimo subjetivo. Sei que para muitos ,vários desses discos não representam nada (a frase no início dessa página, que fala sobre a diferença das pessoas, explica esse fato). Isso, aliás, sempre foi um trunfo para mim. Disco que ninguém quer tem um preço baratinho. Seguem abaixo as capas de uma de minhas listas de raridades:

1- Disco raríssimo que tem, segundo Luiz Gonzaga, a melhor versão de "Asa Branca". 2- Clássico disco do Tavito do hit "Rua Ramalhete" 3 - O melhor disco do Walter Franco na minha opinião 4 - Muitos consideram descartável, mas esse disco é maravilhoso. New Romantic Brazil
5- Gang 90 com Júlio Barroso, clássico do rock nacional 6- Disco maravilhoso, ícone dos festivais da Globo 7 - Progressivo brasileiro da melhor qualidade 8 - Faziam parte dessa banda: Lobão, Ritchie e Lulu Santos. Disco raríssimo
9 - Um dos melhores discos brasileiros de Montreux. Pepeu Gomes dá um show na guitarra 10 - Clássico absoluto. Samba, funk e jazz num liquidificador 11,12 - Dois dos melhores discos do rock Brasil. Sem comentários!
13- New Romantic Brasil da melhor qualidade. 14 - Um dos grandes discos da mpb. Jorge reinventou a música 15 - Só conhece quem é de Recife. Banda cult da década de 70 16 - Disco maravilhoso do Picassos. Raridade do rock Brasil
17 - Lendário disco ao vivo do Del Shanon, dificílimo de ser encontrado (estou à procura) 18,19 - Dois grandes discos da Cor. Alquimia de sons 20 - O lendário disco do Marcos Suzano e Lenine. Obra prima!

CLÁSSICOS DA MÚSICA INSTRUMENTAL BRASILEIRA

Passo de Anjo – Spok Frevo Orquestra (2004): “Nós fazemos frevo pra se ouvir e tocar em teatros”, disse, certa vez, o maestro Spok. Quando ouvi essa frase pensei se tratar de uma blasfêmia. Bastou-me escutar o "Passo de Anjo" para me render ao fenomenal talento desse rapaz. Ele conseguiu a proeza de modernizar o frevo preservando a sua essência. Agradou a crítica e o público. É sucesso na Europa e nos Estados Unidos. Eu recomendo, ouça e se apaixone!

A Cor do Som Ao Vivo (Montreux – 1978): Outro grande disco da Cor, o famigerado disco do Festival de Montreux. Nesse show Armandinho se sobressaiu. Diferentemente do disco anterior, que era de estúdio, em que preponderaram os teclados do Mú, a guitarra baiana do mestre Armandinho deu o tom. Destaques para as faixas: "Cochabamba" (uma aula de guitarra baiana), "Festa Na Rua" e a versão memorável de "Eleanor Rigby", dos Beatles.

A Cor do Som (1977): Esse foi o primeiro disco da Cor, que no início da carreira tinha uma proposta diferente da que a consagrou. Um disco primoroso, mistura ritmos brasileiros como baião, forró e choro com uma linguagem jazzística. Três faixas se destacam: as releituras de "Tigresa" (Caetano Veloso) e "Odeon" (Ernesto Nazaré) e o choro "Conversando É Que A Gente Se Entende", do Armandinho.

Maria Fumaça – Banda Black Rio (1977): Um dos melhores discos brasileiros de música instrumental. O Maria Fumaça é uma unanimidade. O funk (de verdade) e o soul puros, com naipes de sopro inesquecíveis. A Banda Black Rio conseguiu a proeza de colocar uma música instrumental (Maria Fumaça) como tema de novela (Locomotivas) na Globo. Eles deram um tratamento sofisticado à velha música de gafieira. Esse é um dos meus discos de cabeceira.
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