Dois– Legião Urbana (1986): esse é o melhor disco da Legião sem sombras de dúvida.
As limitações do quarteto como músicos são compensadas com a excelência das
canções desse álbum. Clássicos como “Tempo Perdido”, “Daniel Na Cova dos
Leões”, “Fábrica”, “Eduardo e Mônica” e “Índios” fazem parte da obra. Renato
Russo assina oito das doze canções e participa como coautor nas outras quatro.
A força poética dele, com certeza, contribuiu enormemente para o êxito desse
grande álbum.
Krig-ha,Bandolo! – Raul Seixas (1973): o disco de estreia do mestre Raul é uma das
obras primas do rock nacional. Lançado numa época em que as músicas de protesto
já haviam saído de cena e os hits do momento eram, basicamente, baladas
adocicadas. O disco apimentou a cena brasileira. Letras fortes com bom humor,
inteligência e muito conteúdo crítico. Erroneamente muita gente atribui o peso
do conteúdo crítico do disco ao parceiro do Raul, Pulo Coelho. Entretanto, as
quatro músicas mais importantes do álbum – ‘Mosca Na Sopa’, ‘Metamorfose
Ambulante’, ‘Dentadura Postiça’ e ‘Ouro de Tolo’ – são de autoria de Raul.
Outra coisa que muitos desconhecem: Raul, antes de se lançar como cantor,
emplacou vários hits como compositor. Teve músicas gravadas por Jerry Adriani,
Renato e Seus Blues Caps entre outros. Nessa época ele assinava “Raulzito”.
Gita– Raul Seixas (1974): outro grande disco do Mestre Raul e esse sim,
com uma participação
ativa do Paulo Colho no direcionamento do discurso para o lado místico. A essa
altura, Raul Seixas já era o grande nome do rock brasileiro. O disco, que traz
o super hit Gita, figura em todas as listas dos grandes discos do rock
brasileiro.
Da Lama Ao Caos – Chico Science e Nação Zumbi (1994): esse foi o álbum que
apresentou a veia criativa e inovadora de Chico Science. Não é apenas um disco
de rock, é uma aula de fusion criada por jovens da periferia de Olinda. Depois
desse disco, o maracatu revigorou-se e ganhou o mundo. “Da Lama Ao Caos” ajudou
a sedimentar o Movimento Mangue e criou escola. Para muitos, esse é o último
bom disco do rock nacional. Realmente fundamental.
Selvagem– Os
Paralamas do Sucesso (1986): esse é o álbum que deu identidade a banda. A partir dessa obra,
Os Paralamas passaram a ter uma sonoridade própria e se desvincularam, de vez,
do rótulo de ‘clone do Police’. Na época, Herbert Viana confessou que teve
vergonha de mostrar a música “Alagados” aos companheiros da banda porque
parecia um samba e não rock. O disco é considerado pela crítica um dos melhores
da banda e um dos melhores do rock brasileiro. Mesmo tendo mudado
vertiginosamente a sua sonoridade, Os Paralamas emplacaram vários hits nesse
disco e sedimentaram sua carreira.
As Quatro Estações – Legião Urbana (1989): outro grande disco da Legião,
diferentemente do álbum “Dois”, esse teve a participação ativa dos outros
componentes da banda. A essa altura, a Legião já era um trio, Renato Rocha
havia deixado o grupo. Mesmo com a mudança na forma de elaboração do disco, a
qualidade foi mantida e o trabalho rendeu sete hits. Como no anterior, a força
do trabalho estava na poesia de Renato Russo. Um grande disco.
Secos& Molhados – Secos & Molhados (1973): mais um grande clássico do rock
nacional. Essa performática banda que em plena ditadura – anos de chumbo –
propagava androgenia e letras e músicas fora do convencional. Foi o primeiro
disco brasileiro lançado com encarte que trazia letras, autorias, ficha
técnica, tudo que o fã tem direito. O
sucesso foi tanto que Os Secos & Molhados lotaram o Maracanãzinho. Um grande
feito. O disco é um marco no pop rock brasileiro.
Correndo-o-Risco– Camisa de Vênus (1986): o grande disco do Camisa é um dos grandes discos do
rock nacional. Visceral, boas letras e um pós-punk que conseguiu, inclusive, emplacar
alguns hits. Das nove faixas, cinco tocaram bem nas rádios. Na faixa “A Ferro e
Fogo” usaram uma orquestra. É realmente um disco fundamental do rock nacional.
EmRitmo de Aventura – Roberto Carlos (1968): esse álbum é um dos primeiros discos
brasileiros a utilizar na sua estrutura uma linguagem de rock. Lançado no auge
da Jovem Guarda, é um elo perdido do rock nacional. Além do disco, o projeto contou com um filme
com título homônimo (1967) de onde foram extraídos os clipes que divulgaram nos
cinemas e na tevê o conteúdo do álbum. Outro detalhe importante dessa obra: O vídeo da música “Quando” foi gravado na cobertura do Edifício Copam, em São
Paulo, sendo um projeto anterior ao famoso “Rooftop Concert”, dos Beatles, gravado nos mesmos moldes.
CabeçaDinossauro – Titãs (1986): é o disco mais celebrado dos Titãs e um dos mais
celebrados do rock nacional. Absolutamente visceral, o cabeça tem um pouco de
tudo: escatologia, poesia concreta, crítica social e muito rock. É o disco brasileiro
que sempre figura nas cabeças das listas de melhores discos de rock.