ALGUMAS SIGLAS QUE EU DETESTO

Há alguns dias, estava eu em trânsito a caminho da Marim dos Caetés, meu percurso diário por força do trabalho, e percebi durante o trajeto um número enorme de cartazes de “shows” de uma dupla de “MC's” e um “DJ” famoso aqui do Recife. Pensei: "Sempre que me deparo com essas siglas – DJ e MC – leio sobre alguma coisa que detesto". Assim como essa referência sonora, muitas outras siglas me aborrecem por razões que não valem descrever aqui. Fiz um breve esforço de memória e relacionei algumas dessas intragáveis siglas (muitas já extintas) que eu detesto:

MC, DJ, TPM, IR, AIDS, MOBRAL, AC-DC, MMC, MDC, SPC, CPMF, PF, DDD, RG, CPF, DARF, SAC, CREA, AI-5, BBB, RBD,CEP, COHAB, FEBRABAN, SOS. LOL, INSS, PIB E ETC.(kkkkk).

UM SHOW DE DESORGANIZAÇÃO

Há vinte e cinco anos eu não entrava no Teatro Boa Vista. Ontem à noite, saí de casa para ver o espetáculo “Em Briga de Marido e Mulher Ninguém Mete...A Colher”, com dois hilários comediantes: Zé Lezin e Cinderela. Comprei meu ingresso antecipadamente, mas não pude assistir a peça. Cheguei ao teatro as 19:30h, meia hora antes da hora descrita no ingresso . Para minha surpresa, o espetáculo já havia começado. Sem entender nada, corri escada acima para assistir mesmo com o bonde andando. Tive outra triste surpresa: o teatro – que tem capacidade para 800 pessoas – estava abarrotado de gente.

Dezenas de pessoas em pé nos corredores e nas laterais do palco, assistiam, PASSIVAS, ao espetáculo. Bufando, desci as escadas e fui fazer o que todas as pessoas que estavam em pé deveriam ter feito: exigi o meus direitos. Ouvi do “organizador” do evento que eu poderia esperar para assistir a outra sessão que começaria as 21:00h. Mais revoltado lembrei ao tal fulano que comprei meu ingresso antecipadamente, que o número de pessoas presentes no teatro era maior do que a capacidade da casa, que a peça começou trinta minutos antes da hora prevista e que, absurdamente, da sala de espera do teatro ouvia-se tudo que estava rolando no palco. Eu assistiria,mais tarde, a uma peça cômica cujas piadas eu já saberia o desfecho.

Outras pessoas que se sentiram lesadas, ao me verem cobrar meus direitos, ensaiaram uma revolta mas com sorriso no rosto, como se tudo aquilo fosse normal. Um rapaz que estava do meu lado argumentou que tinha vindo de Carpina (interior de Pernambuco) para ver a peça. Exigi e recebi de volta o meu dinheiro. O mais triste nessa história foi constatar a passividade das pessoas que foram desrespeitadas no teatro. Muita gente submeteu-se a humilhação de assistir ao espetáculo em pé ou em cadeiras de plástico amontoadas pelos corredores da casa. Fotografei tudo, mas não publico aqui porque não vou expor a imagem de ninguém sem autorização.

O sorridente “organizador” do espetáculo me devolveu o dinheiro e eu pude ler na testa dele: “vai embora chato, tem um monte de besta la dentro, em pé, sorrindo com a peça”.

A QUEM INTERESSA DESACREDITAR O ENEM?

No meio estudantil não se fala em outra coisa: os problemas do ENEM. O INEP, responsável pela “organização” da prova, vem colecionado um rosário de erros bisonhos e inaceitáveis. O mais grave é que nas duas últimas edições houve o dolo do vazamento do conteúdo da prova. Esse ano, para quem não está atualizado, além dos erros na impressão da folha dos gabaritos, houve uma denúncia de vazamento do tema da redação.

O Presidente Lula pronunciou-se sobre o caso garantindo que nenhum candidato será prejudicado pelos erros da prova. Falou o óbvio, existe justiça e quem se sentiu prejudicado já recorreu. Não é o executivo que garante o cumprimento das leis, todos nós sabemos.

Numa inferência sherlockiana, fiquei imaginando a quem interessava o naufrágio do ENEM. Antes desse vestibular federal, o ingresso nas universidades se dava, exclusivamente, por vestibulares locais. Essas provas, um verdadeiro terror na vida dos secundaristas, faziam a festa dos cursinhos e bancas por aí afora. Essa indústria estava enraizada há anos em quase todo o Brasil. A efetivação do ENEM como porta de entrada para muitas universidades tirou o brilho dos cursinhos. Muitos foram fechados.

Os erros grosseiros cometidos nas últimas edições do ENEM já estão gerando uma onda de boatos sobre uma super conspiração para desacreditar o exame. Como em Pindorama tudo é possível, começo a acreditar nessa improvável hipótese.

A FÁBULA DE LÍRIO E LÉA

Lírio, um jovem falastrão, beatlemaníaco (temporão), 17 anos, uma espécie de ídolo da escola, tinha amigos em todas as turmas. Brincava com todo mundo, esbanjava felicidade, fazia todo mundo sorrir. Dentre tantos amigos, Léa, a menina mais certinha da escola, a rainha do “politicamente correto”, era a que ele mais prezava. Respeitava a retidão do seu caráter e as opiniões sempre bem embasadas.

Como nem tudo na vida são flores, Lírio teve sua dignidade posta à prova por comentários feitos por uma pessoa que Léa mal conhecia. Pensou ele: Ela vai me defender, afinal, somos amigos, ela sabe muito de mim e do meu caráter. Mas, Léa, contrariando o que diz o “manual de conduta dos amigos fiéis”, deu ouvidos a falação e, com o dedo em riste, ousou julgar seu amigo.

Lírio pensou: se Léa me trata assim, como serei tratado pelos inimigos? Palavras do narrador: “Mesmo que Lírio estivesse errado, Léa ajudaria de verdade se comportando apenas como amiga e não como a dona da verdade e do ofício de julgar”. Lírio sobreviveu e superou os problemas. Ao reencontrar Léa lembrou de uma célebre frase de Victor Hugo:A metade de um amigo é a metade de um traidor”.

FESTA HISTÓRICA NO “MARCO 13”

Estive ontem a noite no Marco Zero, centro velho do Recife, para celebrar a grande e histórica vitória de Dilma Roussef. Rebatizado pelo povo que lotou o cais, o local era chamado de “Marco 13”, uma homenagem ao PT. Confesso que fiquei surpreso com a euforia. Estive no mesmo local no dia da apuração do primeiro turno, quando a grande festa foi frustrada, mas não imaginei que a celebração fosse tomar proporções tão gigantescas.

Caminhando pelas ruas do Recife Antigo, que estava tomado por um mar de camisetas vermelhas, lembrei-me do movimento das “Diretas Já”, que sacudiu o Brasil entre 1983 e 1984. Os comícios na praia de Boa Viagem com grandes estrelas da emepebê atraiam multidões que uniam a ânsia pelo desejo de exercer a democracia plena a tietagem. Ocorre que na festa de ontem, estranhamente, não foram escaladas as costumeiras estrelas que servem de chamariz para o povo. Quem foi ao “Marco 13” foi porque queria celebrar a vitória de Dilma e, por tabela, mais um triunfo de Lula.

Quando a eleição foi oficialmente confirmada (via telão) a multidão entrou em delírio. Tudo de forma espontânea. Um dia histórico, inesquecível. Enfim, uma mulher no topo do poder político do Brasil. Desejando muita sorte a ela, guardei minha camisa vermelha e minha bandeira (do Santa, claro!) para o dia da festa da reeleição.

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