Fiz, ontem, a minha terceira visita à Bienal do Livro de Pernambuco. Antes
de mais nada, quero registrar minha extrema felicidade em ver uma
multidão, engarrafamento homérico, um furdunço danado em torno dos
livros. Bom, tenho a ilusão de que todo mundo que esteve ali tratará
o livro com um pouco mais de respeito.
O
que vi na Bienal
Positivo:
Achei o evento muito bem organizado, mais do que na Bienal passada.
Mesmo com um grande volume de pessoas transitando pelo centro de
convenções, não registrei os tumultos vistos em eventos passados.
Até os banheiros – grande problema dos mega eventos em Pernambuco
– estavam limpos e funcionando bem.
Positivo:Ao
contrário das duas últimas bienais, os livros ditos de autoajuda –
não entendo esse termo já que quem lê segue conselhos de terceiros
para se dar bem – não reinaram absolutos. A variedade nesse evento
foi bem maior.
Negativo:
Preços exorbitantes. Era visível a jogada das editoras: já que o
evento tem uma participação maciça dos funcionários públicos que
recebem cartões de bônus para compra de livros – que só valem na
Bienal – a arapuca foi aramada: todos os lançamentos e os títulos
mais procurados, estrategicamente, tiveram seus preços
inflacionados. Exemplo: num stande de uma grande editora um livreto
direcionado para educação de jovens e adultos (EJA) estava sendo
vendido, pasmem, ao exorbitante preço de R$131,00.
Negativo:
Praça de alimentação: do mesmo jeito que as editoras, as lanchonetes
cobraram preços exorbitantes e prestaram um atendimento de quinta
categoria. O mesmo espaço – uma tenda armada ao lado do pavilhão
– era usado como arena de shows. Ruim demais!
Negativo:
Vários estandes credenciados para participar do evento não estavam
aceitando o bônus, apenas dinheiro e cartão de crédito. Esse
detalhe deve ser corrigido para a próxima bienal, os organizadores
deveriam condicionar o credenciamento a aceitação do bônus nas vendas.
Última
observação: no início da Bienal, sobretudo no sábado, o
tumulto foi grande. Paralelo ao evento estava sendo realizado um
festival de pagode, um evento gospel e o parque de diversões ao lado
do centro de convenções estava lotado. Vi muita gente falando que
era um absurdo tantos eventos juntos. Na minha opinião, o poder
público não tem muito o que fazer quanto a isso. Cada um dos citados
eventos estava sendo realizado em espaços particulares, com registro
de funcionamento em dia. A bem da verdade, tumulto mesmo, só houve
no trânsito, dentro do Centro de Convenções, correu tudo bem.
Falei!