Assisti
hoje, ao perturbador filme do Oliver Parker baseado na obra homônima
de Oscar Wilde, “O Retrato de Dorian Gray”. Depois que o
personagem figurou na “Liga Extraordinária” veio a popularidade
e a ideia de um filme solo ganhou força. Não li a obra do Wilde e
talvez por isso não estou enxergando o filme tão nebuloso como a
maioria da crítica.
O
Dorian de Parker é um personagem perturbador que brinca com algumas
das fraquezas humanas: a relutância em assumir o seu verdadeiro “eu”, detalhe claramente observado na postura do Lord
Henry Wotton (Colin
Firth ), que transforma o jovem Dorian no que ele gostaria de ter sido. A vontade de ser eterno aliado ao contraditório medo de viver para
sempre e a transgressão das regras sociais. Tudo junto! O filme tem
um começo cansativo levando muitos, acho eu, a desistir. Quem
persiste é premiado com um drama denso com pitadas religiosas.
O
Retrato de Dorian Gray é estrelado por Ben Barnes (As Crônicas de
Nárnia – Príncipe de Caspian) e tem roteiros adaptados de Oscar
Wilde por Toby Finlay. Há quem diga que o filme deveria ter sido rodado
em preto e branco, incluo-me nesse rol. Para quem não conhece a
história, a trama narra a trajetória de um jovem da aristocraciaa
inglesa do século XIX, chamado Dorian Gray que, depois de ver seu
rosto retratado em um quadro, roga aos céus a eterna juventude. Dorian tem seu pedido atendido e começa seu drama. Essa premissa,
aliás, confirma uma clássica frase do Oscar Wilde: “Quando os
deuses querem nos castigar atendem as nossas preces”. Reserve a
pipoca, uma taça de vinho e assista.