No
exato momento em que escrevo esse post, estou contemplando Elis no
“Arquivo N” da Globo News. Uma série de vídeos e depoimentos da
grande estrela da emepebê. Conheci – musicalmente falando, claro –
Elis na adolescência. No final da década 70, na rua em que eu
morava, tinha um grupo de jovens (um pouco mais velhos que eu) que
curtia o que eles chamavam na época de “música altamente” ou
“música cabeça”. Elis Regina era figura carimbada. Aquelas
imagens em preto e branco dela cantando "Ponteio", ou a lendária
interpretação de “Águas de Março” junto com Tom, os dois
brincando com um standard da emepebê. Inesquecível!
E
o que ela tinha de diferente? Depois de sua morte, em 19 de janeiro
de 1982, o mito cresceu bastante, é certo. Entretanto, no auge da
sua carreira, muitos já apontavam Elis como a grande interprete de
todos os tempos da emepebê. Ela era teatral, não era só uma
interpretação vocal. Somatizava as histórias cantadas alterando,
num mesmo espetáculo, felicidade e tristeza num estalar de dedos. Eu
gostava tanto dela que sonhava em ser pai de uma menina que se
chamaria “Elis”. Quando minha primeira filha nasceu, acabei não
realizando esse sonho porque minha ex-esposa não gostava do nome.
Resolvi a questão batizando minha filha com o nome de Thais, que
rima com Elis.
Hoje,
exatamente, está fazendo trinta anos que ela se foi. Para relembrá-la - e ao mesmo tempo exorcizar esse momento atual da “música”
brasileira - escolhi uma canção bastante significativa da carreira
dela: “Para Lennon e McCartney”, de Milton Nascimento. Essa
canção é meio que um hino da minha adolescência. Regozijem-se: