XUXA DESACREDITA O FESTIVAL DE GRAMADO

Quando vi os jornais e sites por aí afora estampando em manchete que Xuxa Meneghel seria homenageada em Gramado como “Rainha do Cinema”, demorei a acreditar, pensei fosse alguma brincadeira, mas, pasmo, descobri que era mesmo verdade. A própria homenageada, tentando esconder o constrangimento, esclarecia: “não sou atriz, sou uma apresentadora que usa os filmes para passar as mensagens que eu quero”.

O Brasil é assim mesmo, um grande universo fake. Relembremos: José Sarney escreveu um livro, o tal do “Marimbondo de Fogo”. Essa “obra” o credenciou a entrar na Academia Brasileira de letras. E nosso astronauta, o Marcos Pontes, lembram? Posou de herói, o Brasil gastou uma nota preta na sua formação, conseguiram colocá-lo numa missão da NASA. Na hora de colher os frutos, ele pediu baixa e foi ganhar dinheiro na iniciativa privada.

O prêmio concedido à Xuxa pelo “conjunto da obra”, que engloba 18 longas com uma média de público bastante alta e soma mais de 28 milhões de espectadores, parece-me um louvor quantitativo e não qualitativo. Estão premiando uma média de público alta, que se beneficia do lobby da maior emissora de tevê da América Latina. E onde fica o cinema de verdade?

Classifico essa edição do prêmio de Gramado como uma mácula imperdoável, que desacredita as edições posteriores. A ideia de dar um prêmio à Xuxa, ao que parece, foi um golpe de marketing. Um gigantesco esquema de segurança foi montado para receber a “Rainha do Cinema”, nunca se viu tanta gente no festival. Duro vai ser se livrar do rescaldo desse ato impensado. Já estou matutando quem será o próximo homenageado: Alexandre Frota, Rita Cadilac, Helena Ramos, Leila Lopes...

JUDAS ISCARIOTES, O PRIMEIRO BODE EXPIATÓRIO DA HUMANIDADE


-->
Quando era criança via meus amigos chamar de Judas aqueles que cometiam algum ato de traição ou covardia. A imagem desse controvertido apóstolo sempre gerou discussões. Hoje em dia a questão mais comum envolvendo a figura do Judas é: ele foi um mero traidor, ou executou à risca o papel que lhe coube na história de Jesus Cristo? A segunda hipótese, na visão dos estudiosos de religião (não confundir com religiosos), é a que ganha mais força hoje em dia.
Jesus precisava passar por todos os percalços que compuseram a chamada “Paixão de Cristo”. O crescimento como pastor (no sentido religioso), a reunião dos apóstolos, o choque com o poder de Roma, a traição – na qual Judas teve um papel importante – a condenação, o martírio e a ressurreição ao terceiro dia. Se Judas não cumprisse o papel que, supostamente , Jesus lhe reservou, a história seria outra. A marca (ou mácula) da traição, segundo a visão moderna da história do cristianismo, teria sido proposta a Judas Iscariotes como um sacrifício em nome do amor que ele nutria pelo seu mestre.
Sacrifício em nome do amor? Entenda: ele sabia que cumprindo esse papel entraria para história como um traidor, um homem que se vendeu. Mesmo assim cumpriu fielmente sua sina. Compare o ato de Judas com a célebre negação de Pedro: Judas traiu Jesus uma vez, Pedro três vezes. Cada vez que ele negou conhecer Jesus, podemos entender como uma traição. Por que Pedro foi perdoado e Judas não?
Judas Iscariotes foi escolhido para executar a tarefa mais difícil e mais inglória da história de Jesus Cristo. Por ter cumprido seu papel com fidelidade, Jesus foi crucificado e o cristianismo virou uma das maiores religiões do planeta. No sábado de aleluia, se você é um cristão, ao invés de “malhar o Judas”, faça uma reverência. Dentre todos os apóstolos, coube a ele o maior sacrifício.

30 ANOS DA ANISTIA E A MINHA DESINFORMAÇÃO

Esse ano o Brasil comemora os trinta anos da anistia concedida aos exilados políticos. O processo foi lento e iniciou-se em 1974, quando o governo militar começou a se diluir. A pressão social aumentava a cada dia e o então presidente, Ernesto Geisel, começou a sinalizar positivamente para o processo que só se concretizaria em 1979.

Não vou perder tempo falando de um assunto que qualquer um pode acessar nos sites de busca. A minha lembrança mais marcante e mais revoltante, dessa época, refere-se ao meu total desconhecimento (na época) do que era realmente a tal da anistia. Em 1979 eu tinha 14 anos e não entendia o que se passava à minha volta. Meus pais, pessoas de pouca informação, não falavam sobre o assunto e eu descobri a realidade política do Brasil por interesse próprio.

O primeiro nome forte que ecoou nos meios de comunicação de Pernambuco, e depois do Brasil, foi o do ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes. O slogan “Arraes tá aí” virou marca registrada da volta e da retomada da carreira política dele, deposto pelos militares. Quando todo mundo começou a falar em anistia, quando os políticos e artistas começaram a voltar para o Brasil é que eu descobri que existia o tal do “exílio político”.

Esse meu exemplo serve de alerta para você que é jovem, tem acesso à informação (que eu não tive) e que ignora a realidade política que o Brasil vive hoje. Você que não se interessa pela bandalheira praticada no Senado, que não lembra o nome dos políticos em que votou na última eleição. Informe-se, discuta, faça valer seu direito. Informação é poder. Viva a anistia!

20 ANOS SEM RAUL

Ouvi Raul pela primeira vez, ainda muito criança, quando morava em Olinda, isso no início da década de 70. A música era “Ouro de Tolo”, um grande sucesso do longínquo 1973. Lembro que meu pai falava de Raul Seixas como se ele fosse o cara mais louco do mundo. Mais tarde, depois de outros tantos discos, descobri que meu pai estava certo.

Um pouco antes do seu reconhecimento como astro do rock brasileiro, Raul teve uma participação ativa nos últimos suspiros da Jovem Guarda. Quando ainda assinava “Raulzito” teve músicas suas gravadas por Jerry Adriani (Doce, Doce, Amor – Tudo que é Bom Dura Pouco), Leno (Sha-la-la) e Diana (Ainda Queima Esperança).

Essa aura de rockerman ele mesclou com seu lado nordestino. Ouviu muito Luiz Gonzaga quando criança e sempre dizia que não via diferença entre o Xote e o rock feito pelo Elvis Presley. Na canção “Let Me Sing” ele escancarou essa tese com muita propriedade. Mesclou elementos do xote de raiz com a batida do rock.

Foi depois do encontro com Paulo Coelho que Raul sedimentou sua carreira. As letras carregadas de misticismo transformaram-no em um artista cult venerado em todo Brasil. A partir de 1978, Raul mergulhou numa fase de ostracismo que o afastou dos palcos. Só retornaria a reacender sua carreira a partir de 1988. Marcelo Nova, líder do Camisa de Vênus, virou parceiro do mestre Raul. Em 1989 os dois fizeram cerca de 50 shows pelo Brasil.

A importância de Raul seixas transcende a sua música. Durante muito tempo ele representou uma espécie de resistência do movimento rock brasileiro. Ele era “o exército de um homem só”. Raul morreu, aos 44 anos, vítima de uma parada cardíaca. Virou mito! Reveja no vídeo abaixo, matéria do Fantástico sobre uma música inédita do Raul que foi encontrada:

REDE GLOBO VERSUS IGREJA UNIVERSAL: FÉ, DINHEIRO E LEMBRANÇAS DA DITADURA MILITAR

Estou acompanhando a guerra entre a Rede Globo e a Igreja Universal desde o começo e vejo pontos positivos nesse embate. Não tomo partido nessa briga de cachorro grande porque vejo defeitos nos dois lados. Obviamente, o lado do Bispo Macedo é o mais podre e inaceitável. A forma absurda como a fé dos ignaros seguidores dessa igreja vem sendo vilipendiada é um caso de polícia.

A Rede Globo não é a mocinha da história. Quem conhece a sua origem – já postei sobre o assunto – sabe que o acordo envolvendo o grupo Time-Life foi tão obscuro quanto as manobras praticadas por Edir Macedo. Mas falei que vejo pontos positivos. Vejamos: se você tem dois grupos poderosos se agredindo mutuamente, é certeza de que o lado negro dos dois grupos será exposto ao julgamento do público.

No documentário “Muito Além Do Cidadão Kane”, produzido em 1993 pela BBC de Londres, as formas de manipulação utilizadas pela emissora de Roberto Marinho foram esmiuçadas de uma forma tão aberta que o dono da Rede Globo usou todo o seu poder e conseguiu uma liminar (ainda em vigor) que proíbe a exibição desse documentário no Brasil. Obviamente, qualquer um pode assistir ao vídeo que está disponível para downloads na rede. Entre outras coisas, o vídeo faz duas graves acusações:

*A edição do debate Collor-Lula feito para prejudicar o candidato do PT. Os jornalistas que se negaram a participar dessa manobra foram demitidos ou pediram demissão, como fez o Armando Nogueira que declara isso no documentário.

*A tentativa de manipulação do resultado da eleição para governador do Rio de Janeiro. Uma manobra para prejudicar o candidato Leonel Brizola.

Fora isso, tem a proximidade que a Rede Globo tinha com a ditadura militar. Um exemplo era o programa “Amaral Neto, O Repórter”. Enquanto pessoas eram torturadas e assassinadas nas masmorras do DOPS, Amaral Neto mostrava as belezas do Brasil e sua “prosperidade”.

Sobre a Igreja Universal e Edir Macedo não preciso falar nada. Basta ir a qualquer templo da Universal para ver, na prática, como o dinheiro corre solto em direção aos cofres do Bispo. “Fé cega, faca amolada”, já dizia Milton Nascimento naquela canção. Os desesperados, ingênuos, ignorantes, cegos, sustentarão a boa vida desses aproveitadores até quando as autoridades quiserem. Enquanto a lei não se cumpre, Edir Macedo distribui aos seus “colaboradores” um “Diploma de Dizimista”, pasmem, assinado por um tal de “Sr. Jesus Cristo” (foto -clique na imagem para ampliar). Está configurada a falsidade ideológica. Polícia nele!!

if (myclass.test(classes)) { var container = elem[i]; for (var b = 0; b < container.childNodes.length; b++) { var item = container.childNodes[b].className; if (myTitleContainer.test(item)) { var link = container.childNodes[b].getElementsByTagName('a'); if (typeof(link[0]) != 'undefined') { var url = link[0].href; var title = link[0].innerHTML; } else { var url = document.url; var title = container.childNodes[b].innerHTML; } if (typeof(url) == 'undefined'|| url == 'undefined' ){ url = window.location.href; } var singleq = new RegExp("'", 'g'); var doubleq = new RegExp('"', 'g'); title = title.replace(singleq, ''', 'gi'); title = title.replace(doubleq, '"', 'gi'); } if (myPostContent.test(item)) { var footer = container.childNodes[b]; } } var addthis_tool_flag = true; var addthis_class = new RegExp('addthis_toolbox'); var div_tag = this.getElementsByTagName('div'); for (var j = 0; j < div_tag.length; j++) { var div_classes = div_tag[j].className; if (addthis_class.test(div_classes)) { if(div_tag[j].getAttribute("addthis:url") == encodeURI(url)) { addthis_tool_flag = false; } } } if(addthis_tool_flag) { var n = document.createElement('div'); var at = "
"; n.innerHTML = at; container.insertBefore(n , footer); } } } return true; }; document.doAT('hentry');