Há, exatos, trinta e quatro anos, eu entrava num cinema pela primeira vez. Que experiência! Não, apenas, pelo filme, mas por toda a aventura que foi essa minha tarde de diversão e descobertas. Lembro-me que num sábado, de manhã, estava com um grupo de amigos jogando futebol no “cercadinho”, um terreno baldio perto da minha casa. Jogávamos quase toda tarde depois da escola. No final da partida, combinamos de ir ao cinema. Um dos garoto falou que era a estreia do filme dos Trapalhões. Ninguém sabia o nome ao certo, mas se tinha o Didi, todo mundo queria assistir.
No grupo, apenas eu nunca havia ido ao cinema. Meus pais não tinham o hábito de nos levar para esse tipo de programa. Teria que convencer Dona Ivone – minha mãe – a me deixar ir sozinho com meus amigos. Tinha apenas doze anos, mas um detalhe estava a meu favor: o cine Eldorado, local onde o filme estava sendo exibido, ficava num bairro próximo. Dava até para ir caminhando. Bastou um breve papo e, surpreendentemente, minha mãe concordou. Meu pai me deu dinheiro e lá fui eu descobrir a magia da telona.
Ao chegar no ponto de encontro com a galera, uma triste surpresa. A mãe de um dos meus amigos informou que o grupo já havia saído, decidiram ir mais cedo porque iam caminhando. Perguntei a ela: “Qual o ônibus que eu pego para chegar ao cinema?” Ela, surpresa, indagou: “Você vai sozinho?” Disse que sim e ela me falou que pegasse qualquer ônibus na direção de Afogados, o bairro onde o cinema estava localizado. Respirei fundo e fui!
A história narrada parece grande cosia, mas, na verdade, ir de ônibus do bairro da Mangueira – onde eu morava – até Afogados era percorrer uma linha reta de aproximadamente uns quatro quilômetros. Eu tinha apenas doze anos, mas por ter estatura elevada, aparentava ter uns dezesseis. Foi a primeira vez que andei sozinho de ônibus. O mais interessante é que cheguei primeiro que a turma. Quando eles chegaram, eu estava no meio da quilométrica fila e acabei comprando as entradas de todos. Estava tão feliz com o passeio que nem reclamei por terem me esquecido.
O filme daquela tarde mora até hoje no meu imaginário: “O Trapalhão Nas Minas do Rei Salomão”. Nessa época, Zacarias ainda não participava, os Trapalhões do cinema eram um trio. Lembro-me que fiquei fascinado com o tamanho da tela. Achei o som (acho até hoje) muito alto. Depois desse dia tornei-me cinéfilo, quase todo final de semana estava no cinema.
Hoje comprei o devedê desse filme, está num local de honra da minha estante. É o único dos Trapalhões que ainda vejo. Também não assisto mais aos programas da tevê. Não sei se porque estou ficando velho ou porque Didi – um dos meus heróis de infância – perdeu o brilho. Abaixo, a famosa cena da ressurreição do cãozinho Lupa:
No grupo, apenas eu nunca havia ido ao cinema. Meus pais não tinham o hábito de nos levar para esse tipo de programa. Teria que convencer Dona Ivone – minha mãe – a me deixar ir sozinho com meus amigos. Tinha apenas doze anos, mas um detalhe estava a meu favor: o cine Eldorado, local onde o filme estava sendo exibido, ficava num bairro próximo. Dava até para ir caminhando. Bastou um breve papo e, surpreendentemente, minha mãe concordou. Meu pai me deu dinheiro e lá fui eu descobrir a magia da telona.
Ao chegar no ponto de encontro com a galera, uma triste surpresa. A mãe de um dos meus amigos informou que o grupo já havia saído, decidiram ir mais cedo porque iam caminhando. Perguntei a ela: “Qual o ônibus que eu pego para chegar ao cinema?” Ela, surpresa, indagou: “Você vai sozinho?” Disse que sim e ela me falou que pegasse qualquer ônibus na direção de Afogados, o bairro onde o cinema estava localizado. Respirei fundo e fui!
A história narrada parece grande cosia, mas, na verdade, ir de ônibus do bairro da Mangueira – onde eu morava – até Afogados era percorrer uma linha reta de aproximadamente uns quatro quilômetros. Eu tinha apenas doze anos, mas por ter estatura elevada, aparentava ter uns dezesseis. Foi a primeira vez que andei sozinho de ônibus. O mais interessante é que cheguei primeiro que a turma. Quando eles chegaram, eu estava no meio da quilométrica fila e acabei comprando as entradas de todos. Estava tão feliz com o passeio que nem reclamei por terem me esquecido.
O filme daquela tarde mora até hoje no meu imaginário: “O Trapalhão Nas Minas do Rei Salomão”. Nessa época, Zacarias ainda não participava, os Trapalhões do cinema eram um trio. Lembro-me que fiquei fascinado com o tamanho da tela. Achei o som (acho até hoje) muito alto. Depois desse dia tornei-me cinéfilo, quase todo final de semana estava no cinema.
Hoje comprei o devedê desse filme, está num local de honra da minha estante. É o único dos Trapalhões que ainda vejo. Também não assisto mais aos programas da tevê. Não sei se porque estou ficando velho ou porque Didi – um dos meus heróis de infância – perdeu o brilho. Abaixo, a famosa cena da ressurreição do cãozinho Lupa: