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A GEOGRAFIA DA DITADURA EM PERNAMBUCO


O Diário de Pernambuco publicou na sua edição de domingo, 31 de março, uma matéria especial sobre os momentos cruciais do início da ditadura militar de 1964 ocorridos no Recife.  A matéria contou com depoimento de ex-presos políticos como Francisco de Assis e Carlos Alberto Soares que relembraram as terríveis torturas sofridas nas dependências do DOPS. Além da matéria escrita o DP online divulgou um vídeo especial – confira abaixo – mostrando a “geografia da ditadura” em Recife. Em onze minutos, Francisco de Assis, Carlos Alberto Soares e o jornalista Marcelo Mário Melo revelaram detalhes dessa página sombria da história recente do Brasil. Marcelo, faz ainda, graves acusações: segundo ele, o Senador Jarbas Vasconcelos declarou em entrevista a ele que vários militantes do "CCC" (Comando de Caça aos Comunistas) ocupam ou ocuparam cargos públicos em Pernambuco. A denúncia teria sido entregue a Comissão Nacional da Verdade que investiga crimes ocorridos durante a ditadura militar. Confiram no vídeo.

Para saber sobre outros fatos da ditadura militar envolvendo pernambucanos, clique aqui

A VOZ DE UM BRASIL QUE NÃO EXISTE MAIS

É quase que uma unanimidade, quando a famigerada vinheta - “Em Brasília, 19 horas” - ecoa nas ondas dos rádios, todo mundo fica triste. Em nenhum país do mundo, que se diz democrático, existe propaganda obrigatória do governo. No Brasil, inacreditavelmente, ela resiste desde a Era vargas.

Criada por Aramando Campos, um dublê de amigo e cabo eleitoral de Getúlio Vargas, o programa foi ao ar pela primeira vez em 22 de julho de 1935 com o título de “Programa Nacional”. Dois anos depois mudou de nome, passou a se chamar “A Hora do Brasil”. Em 1971, com a programação totalmente voltada para a propaganda da ditadura militar, passou a se chamar, por ordem de Médici, “A Voz do Brasil”.

Depois de quase oito décadas de existências, esse resquício de várias ditaduras vem resistindo à redemocratização do Brasil. A partir da década de 90, entretanto, vários veículos de comunicação ganharam liminares na justiça para derrubar a obrigatoriedade da exibição do programa. O foco dessa resistência se deu, ironicamente, no estado natal de Getúlio Vargas, o Rio Grande do Sul. A maioria das rádios gaúchas está desobrigada a exibir a propaganda política do governo. Várias rádios do Rio de Janeiro e de São Paulo também conseguiram liminares para fugirem da “Voz do Brasil”.

A resistência ao programa fez com que a Radiobrás (Empresa Brasileira de Comunicação) mudasse o formato da Voz do Brasil. A atração foi dividida em blocos e distribuída entre os três poderes. Adotou uma linguagem mais informal semelhante aos noticiários das rádios comerciais. O grande problema, entretanto, não é o formato e sim o fato da atração ser uma imposição do governo. A manutenção desse horário obrigatório é o último bastião de um período negro da história do Brasil. O mais inacreditável é a força que essa propaganda ditatorial ainda exerce nessa nossa frágil democracia.

A nós, pobres mortais conectados a rede, resta gritar e lembrar que “nunca devemos dizer tudo bem diante do inaceitável a fim de que este não passe por imutável”. Gritemos, então!

30 ANOS DA ANISTIA E A MINHA DESINFORMAÇÃO

Esse ano o Brasil comemora os trinta anos da anistia concedida aos exilados políticos. O processo foi lento e iniciou-se em 1974, quando o governo militar começou a se diluir. A pressão social aumentava a cada dia e o então presidente, Ernesto Geisel, começou a sinalizar positivamente para o processo que só se concretizaria em 1979.

Não vou perder tempo falando de um assunto que qualquer um pode acessar nos sites de busca. A minha lembrança mais marcante e mais revoltante, dessa época, refere-se ao meu total desconhecimento (na época) do que era realmente a tal da anistia. Em 1979 eu tinha 14 anos e não entendia o que se passava à minha volta. Meus pais, pessoas de pouca informação, não falavam sobre o assunto e eu descobri a realidade política do Brasil por interesse próprio.

O primeiro nome forte que ecoou nos meios de comunicação de Pernambuco, e depois do Brasil, foi o do ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes. O slogan “Arraes tá aí” virou marca registrada da volta e da retomada da carreira política dele, deposto pelos militares. Quando todo mundo começou a falar em anistia, quando os políticos e artistas começaram a voltar para o Brasil é que eu descobri que existia o tal do “exílio político”.

Esse meu exemplo serve de alerta para você que é jovem, tem acesso à informação (que eu não tive) e que ignora a realidade política que o Brasil vive hoje. Você que não se interessa pela bandalheira praticada no Senado, que não lembra o nome dos políticos em que votou na última eleição. Informe-se, discuta, faça valer seu direito. Informação é poder. Viva a anistia!

40 ANOS DO AI-5 E A MINHA FALTA DE INFORMAÇÃO

O AI-5 foi uma das páginas mais negras da história recente do Brasil. Decretado no dia 13 de dezembro de 1968, pelo presidente Costa e Silva, esse golpe nos direitos civis fechou o Congresso Nacional, proibiu manifestações públicas de caráter político, permitiu a invasão de domicílios sem mandado; autorizou o presidente a governar por decreto, suspender direitos políticos, demitir e aposentar juízes, a concessão de habeas corpos foi suspensa, enfim, o Brasil mergulhou na Idade Média em pleno século XX. Não vou perder tempo descrevendo detalhes desse período negro, os livros de história e os sites da rede cumprem bem essa parte. A questão é outra. O AI-5 acabou em 1978.Eu tinha 13 anos nessa época, freqüentava a escola regularmente, assistia à tv, ouvia rádio, mas só tomei conhecimento desse período negro anos depois, vendo um documentário. Ou seja, a história passou por mim e eu não percebi. Hoje em dia, mesmo com uma mídia monstruosa, acontece o mesmo com grande parte da juventude. A história passa ao largo. Muito triste perceber isso numa época em que a informação está à disposição de todos. Regina Casé mostra isso todo domingo no Fantástico. Em 1978, talvez por culpa dos meus pais e da escola que estava a serviço da ditadura, eu era fã de “Amaral Neto, O Repórter”, que mostrava as belezas do Brasil enquanto os opositores do Regime Militar eram torturados e mortos nas masmorras do DOPS. Hipocritamente esse cidadão morreu defendendo a bandeira da pena de morte. Coisas do Brasil!

MARCAS DA DITADURA: A HISTÓRIA DA GUERRILHEIRA PERNAMBUCANA RANÚSIA

Há tempos eu queria escrever um post sobre a ditadura militar. Dentre as tantas histórias de horror envolvendo esse período negro do passado recente do Brasil, repousa a memória da pernambucana Ranúsia Alves Rodrigues. Nascida na cidade de Garanhuns, era estudante do curso de Enfermagem da Universidade Federal de Pernambuco. No meio universitário, Ranúsia começou a militar no diretório acadêmico e rapidamente chegou ao PCBR (Partido Comunista Brasileiro Revolucionário). 

Atuando na clandestinidade, Ranúsia (que também usava os codinomes de: Florinda, Nuce e Olívia) teve uma filha, Vanúsia. Por conta da militância política, Ranúsia teve que abdicar da filha e como seus pais não aprovavam o envolvimento dela com essa atividade clandestina, também não quiseram saber da criança. A menina terminou ficando aos cuidados de uma empregada da família, Almerinda de Aquino. Hoje em dia Vanúsia mora na periferia do Recife, no bairro da Mangueira. 

Ela só tomou conhecimento da história da mãe em 1991, aos 22 anos, quando os arquivos do DOPS foram abertos. Ranúsia tinha muito medo que a filha sofresse algum tipo de represália por causa das suas atividades políticas. Não estava errada. Em 1968, Ranúsia foi presa em Ibiúna, São Paulo, quando participava do XXX Congresso da UNE, e libertada logo em seguida. Fiel à sua ideologia, continuou lutando contra a ditadura militar. Foi brutalmente assassinada na Praça Sentinela, Jacarepaguá (RJ), no dia 27 de outubro de 1973, juntamente com Almir Custódio de Lima, Ramirez Maranhão do Vale e Vitorino Alves Moitinho. 

Os três últimos morreram carbonizados dentro de um automóvel que explodiu com a saraivada de balas. Ranúsia morreu metralhada fora do carro. Esse episódio foi retratado na série “Anos Rebeldes”, da Rede Globo: a personagem usava o nome fictício de Heloísa e foi brilhantemente interpretada por Cláudia Abreu. Na série, por opção do autor Gilberto Braga, os companheiros de Heloísa (Ranúsia) escapam ilesos. Confiram a cena na íntegra no vídeo a seguir :


Para mais informações sobre a biografia e a militância política de Ranúsia Alves Rodrigues acesse clique AQUI
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