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Quando era criança via meus amigos chamar de Judas aqueles que cometiam algum ato de traição ou covardia. A imagem desse controvertido apóstolo sempre gerou discussões. Hoje em dia a questão mais comum envolvendo a figura do Judas é: ele foi um mero traidor, ou executou à risca o papel que lhe coube na história de Jesus Cristo? A segunda hipótese, na visão dos estudiosos de religião (não confundir com religiosos), é a que ganha mais força hoje em dia.
Jesus precisava passar por todos os percalços que compuseram a chamada “Paixão de Cristo”. O crescimento como pastor (no sentido religioso), a reunião dos apóstolos, o choque com o poder de Roma, a traição – na qual Judas teve um papel importante – a condenação, o martírio e a ressurreição ao terceiro dia. Se Judas não cumprisse o papel que, supostamente , Jesus lhe reservou, a história seria outra. A marca (ou mácula) da traição, segundo a visão moderna da história do cristianismo, teria sido proposta a Judas Iscariotes como um sacrifício em nome do amor que ele nutria pelo seu mestre.
Sacrifício em nome do amor? Entenda: ele sabia que cumprindo esse papel entraria para história como um traidor, um homem que se vendeu. Mesmo assim cumpriu fielmente sua sina. Compare o ato de Judas com a célebre negação de Pedro: Judas traiu Jesus uma vez, Pedro três vezes. Cada vez que ele negou conhecer Jesus, podemos entender como uma traição. Por que Pedro foi perdoado e Judas não?
Judas Iscariotes foi escolhido para executar a tarefa mais difícil e mais inglória da história de Jesus Cristo. Por ter cumprido seu papel com fidelidade, Jesus foi crucificado e o cristianismo virou uma das maiores religiões do planeta. No sábado de aleluia, se você é um cristão, ao invés de “malhar o Judas”, faça uma reverência. Dentre todos os apóstolos, coube a ele o maior sacrifício.