A
sexta temporada foi, na medida exata do termo, prolixa. Durante vinte
episódios a premissa da temporada apareceu em pequenas pinceladas
sendo deixada de lado, quase sempre, para dar lugar a tramas
paralelas que soaram como “o papo do cara que não tem nada a
dizer”. Todas as expectativas ficaram, portanto, para os dois
últimos episódios, mesmo com uma imensa pulga atrás da orelha.
O
penúltimo episódio, “Let
It Bleed”, revelou a história de Moishe Campbel que escreveu
um diário com indicações de como abrir um portal ligando o
purgatório ao mundo atual. Trechos dos manuscritos de Campbell
foram usados por um escritor de histórias de terror, H P Lovecraft,
que acabou pagando com a vida. A cena inicial do episódio mostra o
assassinato dele ocorrido em 1937. O danado nessa história é que
Sera Gamble (roteirista), na tentativa de causar um “oh!”, entornou
o caldo. Ele transformou a misteriosa e belíssima ex-namorada do
Bobby numa nativa do purgatório. Fato descoberto pelo velho caçador
quando interrogou um sobrevivente do massacre de 37, quando o portal
foi aberto. A loira Elle confirmou a Bobby que tinha 900 anos, era
nativa do purgatória e perseguida por Crowley e Castiel.
Nesse
episódio Castiel começou a dar sinais de que estava mudando de
lado. Fez um acordo com Crowley que acabou sequestrando Lisa e Ben.
No final, ele tentou se redimir curando Lisa de um grave ferimento
provocado por Crowley. Castiel também apagou a memória de Ben e
Lisa para que os dois, definitivamente, se desligassem de Dean. O
episódio termina com Castiel sequestrando Elle quando ela se
preparava para fugir.
A
season finale, “The
Man Who Knew Too Much”, foi uma das mais fracas de todas que já
assisti da série. Focaram o episódio nas neuras de Sam.
Castiel apagou sua memória e ele passou a viver num universo
psíquico onde foi confortando com duas outras personalidades suas.
Trouxeram de volta também uma linda mulher que Sam matou para poder
destruir um demônio. Eric
Kripke montou toda essa fábula para revelar um “mistério
meia-boca”: para realizar o ritual da abertura do portal do
purgatório, disse Elle, era preciso sangue de uma virgem e sangue de
uma nativa do purgatório. A loira acabou sendo sacrificada por isso.
Faltou
criatividade no desfecho e em quase toda a temporada. Essa coisa de
“sangue de uma virgem” em rituais de magia não é usado mais nem
em produções da Disney. A temporada terminou com Castiel enebriado
por ter abduzido (não se se é esse o termo) milhares de almas. Ele
acabou virando um super anjo e se declarou o “Novo Deus”. Esse
foi o gancho criado para a sétima temporada. Kripke deve estar
com o sentimento de dever não cumprido.