LUIZ GONZAGA REDESCOBERTO
VINTE ANOS SEM LUIZ GONZAGA
Uma coisa que me dá muito orgulho é o fato de ser conterrâneo do mestre Luiz Gonzaga. A importância desse artista genial transcende as fronteiras da música. Com sua sanfona tocando apenas em dois baixos, como acentuava o seu pai, ele pôs a cultura popular do nordeste num patamar nunca imaginado. Mas Luiz Gonzaga não era apenas um cantor popular. Engana-se quem coloca a obra do seu Lula como uma simples manifestação popular. Usando a linguagem simples do sertanejo, a música gonzaguiana é muitíssimo erudita.
Luiz Gonzaga tinha a alma sertaneja, nasceu na serra do Araripe, cidade de Exu. Ainda no início da carreira (em 1947) compôs, em parceria com o cearense Humberto Teixeira, uma música que se tornaria uma espécie de hino do Nordeste: a clássica “Asa Branca”. Luiz Gonzaga usava a linguagem do sertanejo nordestino mas a sua música era muito politizada. Criticou o assistencialismo e a indústria da seca, descrevia as agruras do povo nordestino mas colocando seus conterrâneos como guerreiros e não como flagelados.
Em 1989 eu enfrentei uma fila quilométrica e fui ao velório do Luiz Gonzaga, realizado na câmara de deputados aqui de Pernambuco. Foi um dia tristíssimo. Entretanto, no dia seguinte, o nordeste inteiro cantava e rendia homenagens ao representante maior da sua cultura. A tristeza da perda deu lugar à alegria da certeza da eternidade do ídolo.
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