Sempre
adorei ouvir rádio por razões diversas, uma das memórias mais
remotas que tenho da minha infância é o áudio de abertura da
resenha esportiva da PRA-8 Rádio Clube de Pernambuco. Sempre associei a
música à hora do almoço. A resenha da Clube começava às 12:30 e
meu pai deixava o rádio ligado enquanto almoçávamos. Não bastasse
essa referência familiar, tinha também o fato de eu ter nascido e morado parte da minha vida no bairro da Mangueira, bem próximo da lendária Fábrica de eletrônicos, ABC (foto abaixo).
Na
frente da antiga fábrica, lá pela década de setenta, quando a tevê
ainda era um artigo de luxo e não estava ao alcance de todos,
colocavam uma tevê Canarinho ABC no centro da praça para o povo
assistir. Naquela época, quase todo rádio, tevê e radiolas eram
dessa marca. Na casa da minha avó materna tinha tudo isso e eu,
claro, estava sempre por lá.
Em
1973 veio a grande revolução: a primeira rádio FM, a TransaméricaRecife. As FM's, nessa época, tinham um formato quase que universal:
apresentavam blocos com três ou cinco músicas intercalados por
pequenos flashs de notícias, normalmente relacionadas ao universo
pop. Que coisa maravilhosa, pensávamos na época. E a qualidade do
áudio? Era um sonho para quem curtia ouvir música. A única crítica
que fazíamos é que tocavam, basicamente, música estrangeira. Duas
rádios aqui do Recife até tentaram entrar nessa onda dos blocos de
música: a Olinda e a Tamandaré. Não durou muito tempo porque o
público da AM era bem diferente.
Na
década de 80 eu ouvia muito rádio FM. Com o ressurgimento do rock
brasileiro, tocavam muito esse estilo e podíamos ouvir por horas e
horas sem grandes reclamações. Mas, o tempo passou e as rádios,
aliás, a boa programação musical, sumiu. Tem também o fato do
acesso às mídias ter se popularizado. O advento do MP3 – jáfalei em outro post – provocou uma revolução. Até a década de
90 as músicas eram gravadas diretamente das rádios, muitas vezes
com vinhetas no meio ou a intromissão do apresentador antes da
música acabar. Com a internet esse drama acabou.
As
músicas começaram a ser baixadas e as pessoas passaram a fazer suas
rádios de bolso. O MP3 no bolso carregado com listas e mais listas
das preferidas fez com que muita gente que ouvia FM's abdicasse desse
habito. Incluo-me nesse rol.
Não,
não deixei de ouvir AM! Quem frequenta estádios de futebol tem o
rádio como acessório indispensável. Fora isso, tenho o hábito de
ouvir a Rádio Jornal pela manhã, só notícias, um vício que,
certamente, levarei comigo para o túmulo. Por falar na Rádio Jornal,
vale lembrar que essa emissora honra a riquíssima história da
radiofonia pernambucana com uma programação de qualidade e
equipamentos de última geração. Parabéns!