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TEÍSMO E ATEÍSMO: SOBRE RELIGIÃO E AUTORITARISMO

DIÁLOGO DA SABEDORIA

Imagem: Reprodução da internet

Sábio: -Sou religioso prego o perdão, a igualdade, a fraternidade e o respeito entre as pessoas.
Leigo: -Como o senhor aprendeu sobre tudo isso?
Sábio: -Estudei muito, meditei muito praticando a minha religião
Leigo: -O senhor estudou outras doutrinas?
Sábio: -Não, eu me encontrei na minha religião.
Leigo: -O senhor já parou para pensar que as suas “verdades” podem não ser as verdades dos outros?
Sábio: -Não, as minhas verdades são o que eu acredito
Leigo: -Então o que os outros acreditam também tem que ser aceito como “verdade” já que eles usam o mesmo princípio que o senhor, a crença?
Sábio: -Não necessariamente, eles podem acreditar em algo irreal.
Leigo: -Então o senhor também pode estar errado, pode estar acreditando em algo irreal?
Sábio: -O que eu acredito não pode ser irreal porque me traz felicidade. Esse é um sentimento real.
Leigo: -Então a felicidade dos outros também atesta a veracidade do que eles acreditam, correto?
Sábio: -Por que você faz tantas perguntas?
Leigo: -Por que eu sou feliz mesmo acreditando em “verdades” diferentes das do senhor. Queria entender isso. Por que me pedes para seguir a suas verdades vendo que eu já sou feliz?
Sábio: -Vá embora, siga o seu caminho. Suas dúvidas me ensinaram algo real, preciso  meditar.

CONHEÇA OS PAPAS QUE RENUNCIARAM ANTES DE BENTO XVI

Do ano 30 da nossa era até 2013, a igreja Católica Apostólica Romana teve, segundo relatos da própria instituição, 263 Papas. Esse número inclui o suposto pontificado de São Pedro – contestado por muitos teólogos e historiadores – que teria se estendido do ano 30 até o ano 67, o mais longo papado da Igreja católica. Dessa longa lista de religiosos, apenas seis renunciaram ao cargo por razões diversas. Abaixo, a lista dos cinco papas que renunciaram antes de Bento XVI.
Papa Ponciano (21 de julho de 230 a 29 de setembro de 235): renunciou ao papado por razões políticas. Com o final do Cisma de Hipólito, toda a cúpula da Igreja foi exilada na Sardenha por ordem do Imperador Maximino Trácio. No exílio, Ponciano foi submetido a trabalhos forçados nas minas da Sardenha. Segundo alguns relatos de historiadores da Igreja Católica, teria morrido de esgotamento físico na Ilha de Tavolara.
Papa Silvério (01 de junho de 536 a 11 de novembro de 537): mais uma renúncia forçada por razões políticas. Foi eleito papa pela força do rei Teodato que fez valer sua influência e superou o candidato favorito ao cargo, diácono Virgílio. Pouco depois da sua eleição, seu benfeitor, Rei Teodato, foi morto e Silvério ficou sem apoio político. Acabou renunciando devido a enorme pressão que sofrera pelos partidários do diácono Virgílio. Com a ajuda do Imperador Justiniano, Silvério teve seu processo revisto e conseguiu retornar ao poder. Pouco depois, Belizário forçou a deposição de Silvério que foi torturado e morto no dia 02 de dezembro de 537. Atualmente é considerado santo pela Igreja católica.
Papa João XVIII (25 de dezembro de 1004 a 31 de julho de 1009): Chamava-se Giovanni Fasano di Roma, como de costume, adotou um nome religioso, tornou-se o papa João XVIII. Chegou ao poder por influência do Imperador Gregório, conhecido pela tirania. O imperador usou João XVIII para ocupar o trono de São Pedro enquanto um de seus filhos não atingia a idade mínima para o papado. Mesmo assim, nos cinco anos em que João XVIII foi papa, promoveu a paz e a união por onde passou. Não se sabe ao certo por que razão, mas acabou renunciado ao pontificado e passou a viver recluso como um monge. Morreu prematuramente com apenas 49 anos.
Papa Bento IX (01 de agosto de 1032 a 17 de julho de 1048): foi um dos papas mais jovens da história, chegou ao Trono de São Pedro com apenas 20 anos. Seu pontificado foi uma sucessão de altos e baixos. Pela pouca idade, não sabia absolutamente nada das atividades do papado. Eleito em 1032, caiu em 1044 por pressão das classes dominantes. Recuperou o trono em 1045 mas abdicou meses depois. Voltou ao trono em 1047 e foi deposto, definitivamente, em 1048. Morreria em 1085 sob condições desconhecidas.
Papa Celestino V (05 de julho de 1294 a 13 de dezembro de 1294): o Papa Celestino V chegou ao poder depois de um dos processos de eleição mais longos da igreja católica, quase dois anos. Oriundo de família camponesa tornou-se um monge que vivia em clausura no Monte Morrone. Chegou ao poder por influência por Carlos II de Anjou, rei de Nápoles. O soberano napolitano tinha interesses futuros com essa eleição. Em troca do apoio, Carlos II exigiu cargos e privilégios para vários amigos seus. Por pressão do cardeal Benedito Caetani, Celestino V acabou abdicando no dia 13 de dezembro de 1294. Seu fim é incerto, existe a suposição de que tenha sido assassinado. Atualmente é considerado santo pela Igreja Católica.

Fontes:
Rádio Vaticano
Wikipédia
História Universal

PAPA BENTO XVI ANUNCIA QUE RENUNCIARÁ DIA 28 DE FEVEREIRO



Carta de Renúncia

Convoquei-vos para este Consistório não só por causa das três canonizações, mas também para vos comunicar uma decisão de grande importância para a vida da Igreja. Depois de ter examinado repetidamente a minha consciência diante de Deus, cheguei à certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são idóneas para exercer adequadamente o ministério petrino. Estou bem consciente de que este ministério, pela sua essência espiritual, deve ser cumprido não só com as obras e com as palavras, mas também e igualmente sofrendo e rezando. Todavia, no mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância para a vida da fé, para governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor quer do corpo quer do espírito; vigor este, que, nos últimos meses, foi diminuindo de tal modo em mim que tenho de reconhecer a minha incapacidade para administrar bem o ministério que me foi confiado.

 Por isso, bem consciente da gravidade deste acto, com plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro, que me foi confiado pela mão dos Cardeais em 19 de Abril de 2005, pelo que, a partir de 28 de Fevereiro de 2013, às 20,00 horas, a sede de Roma, a sede de São Pedro, ficará vacante e deverá ser convocado, por aqueles a quem tal compete, o Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice.

Caríssimos Irmãos, verdadeiramente de coração vos agradeço por todo o amor e a fadiga com que carregastes comigo o peso do meu ministério, e peço perdão por todos os meus defeitos. Agora confiemos a Santa Igreja à solicitude do seu Pastor Supremo, Nosso Senhor Jesus Cristo, e peçamos a Maria, sua Mãe Santíssima, que assista, com a sua bondade materna, os Padres Cardeais na eleição do novo Sumo Pontífice. Pelo que me diz respeito, nomeadamente no futuro, quero servir de todo o coração, com uma vida consagrada à oração, a Santa Igreja de Deus.

Vaticano, 10 de Fevereiro de 2013.

BENEDICTUS PP XVI

Fonte: Rádio Vaticano

OS DELÍRIOS DE MYRIAM RIOS TORNARAM-SE LEI NO RIO DE JANEIRO

Um dos assuntos mais comentados na rede, nos últimos dias, foi a aprovação, no Rio de Janeiro, do tal “Programa de resgate de valores morais, sociais, éticos e espirituais”. Mais uma bizarrice protagonizada pela ex-atriz  Myrian Rios. Em tempos de interatividade, o rechaço foi imediato e em grande estilo: os internautas despejaram fotos antigas de uma Myriam bem menospudorosa – e muito mais legal, diga-se de passagem – do que a de hoje.

Depois que abandonou a carreira a artística e separou-se do Rei Roberto Carlos, Myrian enveredou na carreira política e conseguiu eleger-se deputada estadual pelo Rio de Janeiro. A partir de então ela caiu no esquecimento do grande público. O semianonimato seria quebrado em 2011 quando a Deputada deixou escapar seu preconceito contraos homossexuais.  Trocando em miúdos, Mirian deixou a entender que acreditava que  homossexualismo e pedofilia eram a mesma coisa.

Mesmo entendendo as declarações dela como algo absurdo partindo de uma pessoa, em tese, esclarecida, houve quem dissesse que ela tinha o direito de pensar assim. Pensar desse jeito não constitui crime algum, propagar esse pensamento equivocado é que foi o erro. Agora, ela ressurge das cinzas com mais uma bizarrice: conseguiu aproar na Câmara Estadual do Rio de Janeiro uma lei que já assusta pelo nome: “Programa de resgate de valores morais, sociais, éticos e espirituais”.

Se ela entende que homossexualismo e pedofilia são a mesma coisa, o “resgate dos valores morais”, por exemplo, implicaria em proibir que homossexuais trabalhassem com crianças.  E o resgate dos valores sociais? Diante da imensa subjetividade do termo, quem poderia determinar os parâmetros que norteariam esses valores? E mesmo que alguém – ou um grupo – se atrevesse a determinar se “isso” ou “aquilo” fere os valores sociais, seria o pensamento de uma minoria sendo imposto para a sociedade. Essa agressão, nos conta a história, serviu como justificativa para inúmeros genocídios.

O ponto mais inaceitável dessa lei é o "resgate dos valores espirituais". Partindo do princípio que a execução da lei será custeada com o dinheiro público, vale lembrar que entre os contribuintes estão pessoas de diferentes credos e muitos, inclusive, que não seguem credo algum. É no mínimo surreal um ateu pagar seus impostos e receber em troca   o  questionamento pelo fato dele não seguir nenhum credo.

Repito: que Myrian Rios tenha seus delírios, tudo bem, a cabeça é dela, mas delirar com o dinheiro público é um absurdo inominável. Mas, num pais em que pastores evangélicos recebem passaportes diplomáticos do governo, os delírios da nobre deputada soam como algo normal. Os que discordam, gritem, “não digam ‘tudo bem’ diante do inaceitável a fim de que este não passe por imutável”, sábias palavras de Bertolt Brecht.

RELIGIÃO E FUTEBOL, TUDO A VER

Sempre ouvi dizer que “não se deve discutir religião e futebol”. Contraditoriamente, esses dois assuntos, por natureza, fomentam uma boa discussão. Na verdade, o recado embutido na frase quer dizer que “não é prudente discutir esses dois assuntos”. O porquê todo mundo sabe, tanto o futebol quanto a religião lidam com  sentimentos humanos: paixão, fé, devoção e, as vezes, a razão.

Há pouco, quando postava numa rede social umas fotos antigas da época da faculdade, dei de cara com a imagem de um adorável professor: Jorge Santana(de óculos) . Das suas complexas aulas sobre como elaborar um projeto baseado na lógica, guardei um importante recado. Apontando uma espécie de linha do tempo que ordenava as etapas de um projeto, ele explicou: “Até essa fase aqui a elaboração do projeto segue sem grandes atropelos, a partir dessa outra etapa aqui começam a surgir os grandes problemas, tudo porque entram no projeto os seres humanos. Você vai ter que lidar com vaidades, desejos particulares, é muito difícil administrar isso”.

O que o Professor Jorge  explicou há décadas é exatamente o que tento transmitir nesse post. No caso da religião o problema ganha uma dimensão incomensurável porque muitos dedicam a vida - na Terra e num suposto plano superior – a essa causa. Se a religião pudesse ser discutida apenas no âmbito da razão, quase tudo que está escrito nos livros sagrados seria facilmente refutado. Como explicar a “Arca de Noé” e o “Sopro do Barro” caminhando na inflexível linha da lógica? Pois bem, se o assunto não pode ser tratado com argumentos lógicos, não vale a pena discutir, no final prevalecerá o interesse e a crença de cada um.

Absolutamente tudo que foi dito no parágrafo anterior se aplica ao futebol. Tenho um amigo – vou preservar o nome, claro – que é formado em Física, se diz agnóstico mas, quando vai assistir a um jogo do Náutico, seu clube do coração, senta sempre no mesmo lugar. O argumento é dos mais esdrúxulos: “Da ultima vez que sentei num lugar diferente fui testemunha da triste Batalha dos Aflitos, culpo-me até hoje por isso”. O danado que ele fala sério, não é piada. Quando a paixão e a fé cega tomam conta da mente, o resultado é esse.

Mas, ao contrário do que imaginam meus desafetos – tenho alguns – eu acho a religião um negócio fantástico. Atualmente, enquanto você lê esse post, dezenas de guerras acontecem pelo mundo afora. Segundo o Conselho de Segurança da ONU, 80% desses conflitos têm cunho religioso. Basta rebuscar um pouco a memória para lembrar dos últimos grandes conflitos e atentados ocorridos no planeta. Na década de noventa, teve a “Guerra dos Bálcãs”. Nesse embate – ocorrido por conta da dissolução da antiga Iugoslávia – os sérvios, cristãos ortodoxos, perseguiam os habitantes do território de Kossovo, na maioria muçulmanos de origem albanesa. A PrimeiraGuerra do Golfo confrontou os árabes, muçulmanos, com os cristãos comandados pelos Estados Unidos. Uma década depois, as torres do World Trade Center tombavam tornando-se os maiores símbolos desse conflito.

As torcidas organizadas experimentam, no futebol, o mesmo ódio que os fundamentalistas cristãos e islâmicos praticam na política internacional. Não estranhe o adjetivo “fundamentalista” associado ao cristianismo. O que os presidentes estadunidenses e os líderes políticos europeus ocidentais vêm praticando nas últimas décadas é o mesmo que os terroristas islâmicos fazem. Só que em escala muito maior e com muito mais liberdade.

Apesar de tudo, ainda troco umas ideias sobre futebol e religião com meus amigos e na sala de aula pois, lecionando história, o dever me obriga. Até brinco com meus alunos em dia de prova: “Não filem (colem) porque quem fila vai para o inferno”. Ao menos nesse momento, a punição eterna é tratada com um adorável desprezo. Ouço sempre alguém gritar: “Então estamos todos no inferno, professor”. Cabe ainda uma lembrança do futebol: quando vou ao estádio, a saída é sempre tensa porque a torcida organizada do meu clube, a Inferno Coral (junção do pior do futebol, a violência, com o pior da religião), promove a desordem. Se vivo, certamente, Karl Marx reformularia sua famosa citação: “A religião e o futebol são o ópio do povo”.

A OBRIGAÇÃO DE SE TER FÉ

A jornalista Eliane Brum, em matéria recente da versão online da Revista Época, levantou uma questão interessante referente a prática monetária de algumas instituições religiosas: a maioria dos segmentos evangélicos não aceita o fiel que professa a fé e não frequenta a igreja. Um batalhão de argumentos blinda a defesa do modelo do fiel contribuinte, aquele que frequenta a igreja e ajuda a manter – no sentido lato – a instituição.

A fé, que deveria ser o elemento primordial dessa relação, ao que parece, é relegada a segundo plano. Eliane citou a igreja católica como exemplo de uma pratica religiosa mais desprendida, pois permite a existência de uma modalidade de fiel que não é vista em outras religiões: o não-praticante. O termo levado ao pé da letra sugere, erroneamente, que o indivíduo se diz católico, mas não pratica. Não é isso. O “não-praticante” é aquele que comunga das ideias professadas pelo catolicismo, mas não frequenta a igreja, limita-se a professar o seu credo sozinho ou em família.

Essa é uma verdade inegável, mas discordo quanto a citar o “não-praticante” sugerindo, nas entrelinhas, um certo  desprendimento, acredito que é meramente uma questão de escolha, cada um deve professar sua fé como quer. Outro ponto contraditório da Igreja Católica é o celibato. Esse preceito, que não tem nenhum embasamento bíblico, pelo contrário, fere uma doutrina divina: “crescei e multiplicai-vos”, segundo muitos estudiosos da doutrina da Igreja, tem uma razão econômica. Se o padre constituísse família, quando morresse, a igreja, como sua instituição mantenedora, teria que assumir o sustento dos seus entes. Na pratica, seria um fardo social e econômico. Não se justifica, de forma alguma, a existência do celibato nos dias de hoje.

Essa é uma discussão bastante interessante mas, infelizmente, sempre descamba para a agressão e a grosseria. Quando o assunto é religião, dificilmente as pessoas defendem seus pontos de vista sem agredir os outros. E se o assunto for a falta de fé, dificilmente mantém-se a elegância. O ateu é tratado como doente, como alguém que tem algum desvio  moral, um devorador de criancinhas. Citam discursos de tolerância – que era o que Jesus pregava – e, contraditoriamente, são intolerantes. A fé, devo concluir, é uma obrigação e não uma dádiva.

CANTANDO RELIGIÃO


Judas (Raul Seixas e Paulo Coelho)

“...Mas é que lá em cima
lá na beira da piscina
olhando os simples mortais
das alturas fazem escrituras
e não me perguntam se é pouco ou demais”
Oucça aqui

Questionam a Bíblia, a forma como as sagradas escrituras nos são impostas. Quase nenhuma religião cristã apresenta para os seus fiéis a história dos concílios que determinaram a composição do que hoje conhecemos como “Bíblia Sagrada”. O conteúdo é apresentado como o resultado final de algo que a maioria não sabe, com certeza, como começou.


Mão Católica (Marcelo Nova, Karl Humel e Gustavo Mullem)

Nascer com o mal na alma
Pro batismo libertar
Carregar a cruz de toda culpa
E colocá-la no altar
Domingo tem a missa obrigatória
Ajoelhar perante a santa inquisição
Pras bruxas temos a fogueira
Pros santos nós temos o perdão”
Oucça aqui 
 
A ironia na música do Camisa de Vênus é uma crítica ao “Pecado Original”, já nascemos pecadores. No final a crítica ao perdão dado aos santos e a condenação às bruxas.

Súplica Cearense (Gordurinha e Nelinho)

Oh! Deus, perdoe este pobre coitado
Que de joelhos rezou um bocado
Pedindo pra chuva cair sem parar

Oh! Deus, será que o Senhor se zangou
E só por isso o sol se arretirou
Fazendo cair toda chuva que há

Senhor, eu pedi para o sol se esconder um tiquinho
Pedi pra chover, mas chover de mansinho
Pra ver se nascia uma planta no chão

Meu Deus, se eu não rezei direito o Senhor me perdoe,
Eu acho que a culpa foi
Desse pobre que nem sabe fazer oração”
Oucça aqui 

O pedido de desculpas de Gordurinha e Nelinho, na verdade, está carregado de sarcasmo. Imagine a situação: a terra seca aí você faz uma oração pedindo para chover. Deus manda um diluvio, não é dádiva e sim castigo.


Cidadão (Zé Geraldo)

Tá vendo aquela igreja moço?
Onde o padre diz amém
Pus o sino e o badalo
Enchi minha mão de calo
Lá eu trabalhei também
Lá sim valeu a pena
Tem quermesse, tem novena
E o padre me deixa entrar
Foi lá que cristo me disse
Rapaz deixe de tolice
Não se deixe amedrontar”
Oucça aqui 

Esse trecho da bela canção de Zé Geraldo versa sobre fé, a fé do povo que crê de forma incondicional.


Partido Alto (Chico Buarque)

Deus é um cara gozador
Adora brincadeira
Pois pra me jogar no mundo
Tinha o mundo inteiro
Mas achou muito engraçado
Me botar cabreiro
Na barriga da miséria
Eu nasci brasileiro
Eu sou do Rio de Janeiro”.
Oucça aqui 

Humor, apenas humor. Mas é alguém se queixando com deus por ter nascido pobre. Penso cá comigo: poderia ter sido pior, cara, você poderia ter nascido na Etiópia, por exemplo.


Igreja (Nando Reis)

Eu não gosto de padre
Eu não gosto de madre
Eu não gosto de frei.
Eu não gosto de bispo
Eu não gosto de Cristo
Eu não digo amém.
Eu não monto presépio
Eu não gosto do vigário
Nem da missa das seis”
Oucça aqui 

Essa letra chocou muita gente por ser, abertamente, contra qualquer tipo de credo, sobretudo o cristianismo. Fez sucesso com a banda Titãs.

O Dono da Terra (Os Abelhudos)

Mãe me explica direitinho
O que gente grande entende muito bem
Como pode uma bomba explodir dentro de um trem?
...Vê qual é o nome do Dono da Terra
Inventor do céu e do mar
Pega o telefone, liga pra esse homem
Diz que é pra ele... reinventar”
Oucça aqui 

Criança tentando entender Deus.

OS ZIGURATES E O CHOQUE ENTRE RELIGIÃO E HISTÓRIA


A Mesopotâmia, devido a sua localização estratégica, uma espécie de encruzilhada do mundo, aglutinava um número incontável de etnias. Dentre tantos povos que habitaram aquela região, destacaram-se os “sumérios” que deixaram um legado cultural riquíssimo. Criaram complexos sistemas de irrigação, diques e grandes reservatórios de água. Outra grande contribuição foi a escrita “cuneiforme” um sistema de escrita baseado em ideogramas cunhados em placas de argila.

Costumeiramente, alguns fatos históricas são apresentados como explicação para desmistificar dogmas religiosos. Os sumérios, que realizaram grandes obras de engenharias no passado, foram os criadores do “Zigurate”, uma espécie de templo em formato de pirâmide usado para cultos religiosos, para armazenar grãos e outros alimentos. Os zigurates também tornaram-se comuns entre os babilônios e sumérios, onde eram tratados como a morada dos deuses, um centro de adoração. Os povos que sucederam os sumérios acreditavam que os zigurates os aproximavam dos deuses.

A Bíblia traz no livro Gênesis, o dogma da “Torre de Babel”, um imenso templo construído com a função de aproximar os seres humanos de Deus. Segundo a crença religiosa, Deus teria tomado tal ato como uma afronta, fez a torre ruir e castigou o povo impondo diversas línguas diferentes para que ninguém pudesse se comunicar.

A explicação histórica para esse episódio é que a “Torre de Babel” era, na verdade, um imenso zigurate que ruiu por um desentendimento entre as diversas etnias envolvidas em sua construção. Isso explicaria, inclusive, a multiplicidade de línguas faladas no local, fato muito comum na antiga Mesopotâmia por ser essa região uma imensa “colcha de retalhos” no que se refere a etnias.

Como professor e cético religioso, obviamente inclino-me para a vertente histórica, factual, não poderia ser de outra forma. Se a fé é algo que não se pode discutir, entendo que o fato histórico está no mesmo patamar de importância. A humanidade caminhou para frente a partir do momento em que dogmas religiosos ganharam explicações históricas. O porquê das coisas sempre foi ocultado como forma de opressão e dominação. Informação é poder!

“PEQUENAS IGREJAS, GRANDES NEGÓCIOS”


Por várias vezes fui questionado pelo fato de não ser seguidor de nenhum credo religioso. Seja na rua, no trabalho, ou mesmo numa roda de amigos, independente do credo do inquisidor, a conversa é a mesma: “Eu estou falando de Deus e não de religião”. Todos trazem esse discurso na ponta da língua, mas nenhum se satisfaz com o argumento de que frequentar uma igreja não é uma necessidade para todos.

Nos últimos dias, zapeando pela internet, dei de cara com um vídeo (confira abaixo) em que um pastor, estupidamente, dilapida uma criança. Tem também o pastor famoso que está recebendo dízimo no débito em conta e por aí vai. A fé está sendo tratada como se fosse um produto de mercado. Até mesmo as pessoas mais esclarecidas que frequentam esses empreendimentos religiosos, estupidamente, acabam colaborando com a enganação quando adotam a postura do “eu faço a minha parte, se eles são desonestos o problema é deles”. Errado, o problema é mais seu do que dos pobres coitados, ignaros, que estão sendo assaltados. Se você segue os preceitos elencados na Bíblia, sabe o quão errada é essa sua passividade.

CADÊ O ECUMENISMO?

Topei, por acaso, com um post do Yahoo que informava sobre os resultados (absolutamente previsíveis, para mim) de uma pesquisa da antropóloga Débora Diniz, da UNB, mostrando o caráter preconceituoso do ensino religioso no Brasil. De cara, antes de entrar no mérito da questão, vale lembrar que ensinar religião em instituições públicas, segundo a Constituição Brasileira, é inconcebível já que a Carta Magna sugere que o Estado deva ser laico. Mas isso é outra história.

Dois pontos explicitados na pesquisa conheço por experiência própria. Uma das escolas em que leciono ostenta, na sala dos professores, uma imagem religiosa. Um espaço público, como indica o adjetivo, deve servir e se adequar a todos. Fazer referência a uma religião apenas, é preconceito. O outro ponto é a questão do ateísmo. Na pesquisa, Débora Diniz verificou que os ateus são, constantemente, associados a pessoas violentas, com desvio de caráter e até nazistas. O mais grave é que a base da pesquisa foram os títulos utilizados nas escolas públicas federais. Ou seja, o preconceito está quase institucionalizado. Exatamente por isso, qualquer manifestação religiosa de origem não-cristã é tida como folclore ou tradição, na acepção mais pejorativa que esses termos carregam. Assim, como nos tempos mais remotos, essas “verdades” veiculadas por instituições públicas transformam qualquer coisa ou pessoa diferente, do que eles julgam normais, em aberrações.

Muitos desses cristãos só professam esse credo porque receberam (de forma impositiva) do colonizador português essa “verdade” que domina as escolas. Com certeza se o Brasil tivesse sido colonizado por um país muçulmano eles estariam defendendo agora o uso da burca e a obrigatoriedade da barba de eremita. Se querem contrariar a Constituição ensinando religião nas escolas, ao menos o façam com base no ecumenismo.

Além da Constituição,a forma como ensinam religião fere a LDB, que prevê no seu Art. 33º:

O ensino religioso, de matrícula facultativa, constitui disciplina dos horários

normais das escolas públicas de ensino fundamental, sendo oferecido, sem ônus para os

cofres públicos, de acordo com as preferências manifestadas pelos alunos ou por seus

responsáveis, em caráter:

I - confessional, de acordo com a opção religiosa do aluno ou do seu responsável,

ministrado por professores ou orientadores religiosos preparados e credenciados pelas

respectivas igrejas ou entidades religiosas; ou

II - interconfessional, resultante de acordo entre as diversas entidades religiosas, que se

responsabilizarão pela elaboração do respectivo programa”.

Traduzindo: o professor (ou quem quer que seja) que ministre aulas de religião, não pode receber por esse trabalho, já que a lei é categórica quando acentua que o ensino religioso deve ser oferecido “sem ônus para os cofres públicos”. Quem trabalha no ensino público sabe que é praxe professores da área de humanas completarem sua carga horária dando “aulas” de religião. Enquanto cada um impõe o seu credo como sendo a melhor religião para todos, o ecumenismo e o bom senso são jogados na lata do lixo.

BREVE HISTÓRIA SOBRE O RADICALISMO

Há poucos dias, por mero acaso, andei discutindo com dois amigos sobre Josef Stalin. Falava eu sobre os exageros do sanguinário ditador e citei o Massacre de Katin- tema de um post recente – promovido contra oficiais e civis poloneses na Segunda Guerra. O amigo Maro (assim mesmo, sem 'i'), um velho barbeiro, comunista até a alma, contestou a veracidade da história contada pelos poloneses ignorando, inclusive, as evidências levantadas no local do massacre. Vale lembrar que em 1989, Mikhail Gorbachev reconheceu a responsabilidade russa e em 1992 o então presidente Boris Yeltsin entregou a Lech Walesa provas materiais do crime. Nada disso importa, para o materialista radical, o que vale é preservar a memória de Stalin.

Tive a mesma conversa com o amigo Hugo, professor de Física de uma das escolas onde trabalho. A reação foi a mesma: incredulidade diante dos fatos. Mesmo reconhecendo que nunca ouviu falar dos acontecimentos de Katin, radicalmente, disse que era tudo mentira. Tudo inventado para manchar a imagem do “grande líder”. Costumeiramente, os marxistas criticam os fanáticos religiosos pelo radicalismo e pela forma cega como depositam sua fé em Deus. Noto que o comportamento dos marxistas, que descrevi acima, é exatamente igual, só muda o deus.

Crentes ou não, os radicais são iguais e morrerão fiéis às suas convicções. Afinal, reconhecer o erro, ou o defeito do seu objeto de admiração, seria reconhecer o erro de uma opção de vida. Poucas pessoas têm grandeza para tanto.

JUDAS ISCARIOTES, O PRIMEIRO BODE EXPIATÓRIO DA HUMANIDADE


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Quando era criança via meus amigos chamar de Judas aqueles que cometiam algum ato de traição ou covardia. A imagem desse controvertido apóstolo sempre gerou discussões. Hoje em dia a questão mais comum envolvendo a figura do Judas é: ele foi um mero traidor, ou executou à risca o papel que lhe coube na história de Jesus Cristo? A segunda hipótese, na visão dos estudiosos de religião (não confundir com religiosos), é a que ganha mais força hoje em dia.
Jesus precisava passar por todos os percalços que compuseram a chamada “Paixão de Cristo”. O crescimento como pastor (no sentido religioso), a reunião dos apóstolos, o choque com o poder de Roma, a traição – na qual Judas teve um papel importante – a condenação, o martírio e a ressurreição ao terceiro dia. Se Judas não cumprisse o papel que, supostamente , Jesus lhe reservou, a história seria outra. A marca (ou mácula) da traição, segundo a visão moderna da história do cristianismo, teria sido proposta a Judas Iscariotes como um sacrifício em nome do amor que ele nutria pelo seu mestre.
Sacrifício em nome do amor? Entenda: ele sabia que cumprindo esse papel entraria para história como um traidor, um homem que se vendeu. Mesmo assim cumpriu fielmente sua sina. Compare o ato de Judas com a célebre negação de Pedro: Judas traiu Jesus uma vez, Pedro três vezes. Cada vez que ele negou conhecer Jesus, podemos entender como uma traição. Por que Pedro foi perdoado e Judas não?
Judas Iscariotes foi escolhido para executar a tarefa mais difícil e mais inglória da história de Jesus Cristo. Por ter cumprido seu papel com fidelidade, Jesus foi crucificado e o cristianismo virou uma das maiores religiões do planeta. No sábado de aleluia, se você é um cristão, ao invés de “malhar o Judas”, faça uma reverência. Dentre todos os apóstolos, coube a ele o maior sacrifício.

REDE GLOBO VERSUS IGREJA UNIVERSAL: FÉ, DINHEIRO E LEMBRANÇAS DA DITADURA MILITAR

Estou acompanhando a guerra entre a Rede Globo e a Igreja Universal desde o começo e vejo pontos positivos nesse embate. Não tomo partido nessa briga de cachorro grande porque vejo defeitos nos dois lados. Obviamente, o lado do Bispo Macedo é o mais podre e inaceitável. A forma absurda como a fé dos ignaros seguidores dessa igreja vem sendo vilipendiada é um caso de polícia.

A Rede Globo não é a mocinha da história. Quem conhece a sua origem – já postei sobre o assunto – sabe que o acordo envolvendo o grupo Time-Life foi tão obscuro quanto as manobras praticadas por Edir Macedo. Mas falei que vejo pontos positivos. Vejamos: se você tem dois grupos poderosos se agredindo mutuamente, é certeza de que o lado negro dos dois grupos será exposto ao julgamento do público.

No documentário “Muito Além Do Cidadão Kane”, produzido em 1993 pela BBC de Londres, as formas de manipulação utilizadas pela emissora de Roberto Marinho foram esmiuçadas de uma forma tão aberta que o dono da Rede Globo usou todo o seu poder e conseguiu uma liminar (ainda em vigor) que proíbe a exibição desse documentário no Brasil. Obviamente, qualquer um pode assistir ao vídeo que está disponível para downloads na rede. Entre outras coisas, o vídeo faz duas graves acusações:

*A edição do debate Collor-Lula feito para prejudicar o candidato do PT. Os jornalistas que se negaram a participar dessa manobra foram demitidos ou pediram demissão, como fez o Armando Nogueira que declara isso no documentário.

*A tentativa de manipulação do resultado da eleição para governador do Rio de Janeiro. Uma manobra para prejudicar o candidato Leonel Brizola.

Fora isso, tem a proximidade que a Rede Globo tinha com a ditadura militar. Um exemplo era o programa “Amaral Neto, O Repórter”. Enquanto pessoas eram torturadas e assassinadas nas masmorras do DOPS, Amaral Neto mostrava as belezas do Brasil e sua “prosperidade”.

Sobre a Igreja Universal e Edir Macedo não preciso falar nada. Basta ir a qualquer templo da Universal para ver, na prática, como o dinheiro corre solto em direção aos cofres do Bispo. “Fé cega, faca amolada”, já dizia Milton Nascimento naquela canção. Os desesperados, ingênuos, ignorantes, cegos, sustentarão a boa vida desses aproveitadores até quando as autoridades quiserem. Enquanto a lei não se cumpre, Edir Macedo distribui aos seus “colaboradores” um “Diploma de Dizimista”, pasmem, assinado por um tal de “Sr. Jesus Cristo” (foto -clique na imagem para ampliar). Está configurada a falsidade ideológica. Polícia nele!!

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