O MENINO E OS LIVROS (HISTÓRIAS DA MINHA INFÂNCIA)
TOP 5 PERSONAGENS DE LIVROS
OS LIVROS DO OUTRO BRASIL E AS BRINCADEIRAS DE FERNANDO PESSOA
O LIVRO NÃO ESTÁ EM EXTINÇÃO, ELE CONTINUA MUDANDO
LISTAS DE ESPERA
O MONGE, O EXECUTIVO E A DECEPÇÃO

Reedição.
SAUDADES DA BIENAL

No dia 05 de outubro próximo passado, quando peguei os meus bônus para comprar livros ( os professores da rede estadual receberam R$ 200,00 e os do município de Olinda, R$ 50,00) um amigo me falou: "não vá a tarde, tem muita gente". Pensei: "muita gente numa feira de livros, esse cara tá louco!". Fui no dia seguinte, um sábado, á tarde. Tinha muita, muita gente! Do alto da minha incredulidade, voltei a pensar: "deve ter algum show, ou alguma estrela da tv desfilando por aqui". Nada disso, a multidão que lotava o Centro de Convenções estava a procura de livros. Bastou uma circulada na feira pra perceber que os livros de "auto-ajuda" eram a febre do evento. Augusto Cury, James C. Hunter, Lair Ribeiro, eram imbatíveis, as pessoas compravam coleções inteiras, não buscavam um título apenas. Mesmo não sendo apreciador desse tipo de literatura, confesso que fiquei feliz. Comprei 25 livros.
A felicidade não foi porque reabasteci minha prateleira, mas pela euforia em torno da literatura, a Bienal do livro de Recife foi um sucesso. No último dia da feira, quando já estava de saída, uma última surpresa: vi um livro abandonado numa cadeira da praça de alimentação, uma publicação de bolso reunindo "Um Artista da Fome" e a "Metamorfose", de Franz Kafka, peguei pra mim. Havia um selo colado na capa que dizia: "Este livro na lhe pertence, foi deixado aqui para que você leia. Pode levar.
Depois de ler, não guarde, deixe novamente em algum lugar público para que seja lido por outra pessoa. Caso queira dizer onde encontrou este exemplar pode enviar mensagem para: livroerrante@yahoo.com.br ou livrosemdono@hotmail.com - AGRADECEMOS E NÃO VAMOS PEDIR O LIVRO DE VOLTA, BOA LEITURA!". Sensacional essa ideia, e não conhecia, e eu ainda levei muita sorte, me deparei com o Kafka, que já foi "abandonado" num banco dos jardins da antiga (e belíssima) Faculdade de Direito do Recife. Coisas da Bienal!