Paul convidando a galera para o show no Arruda
OS BEATLES COMO MATÉRIA ACADÊMICA
HÁ 48 ANOS OS BEATLES CONQUISTAVAM A AMÉRICA
UM BEATLE EM RECIFE
Mais de trinta anos se passaram e o improvável aconteceu, eu vi um beatle. Passei a semana inteira pensando no grande evento. Nem mesmo a derrota do Santa Cruz, meu amado clube, conseguiu me deixar triste. Fui ao show ostentando uma flamula coral colocada no pescoço como um cachecol. No local, os amigos de sempre: Sid, Mané, Carlos e Rilton, roqueiros de alta estirpe. Só quando Ringo subiu ao palco é que a ficha caiu: o sonho estava se materializando.
Além da lenda viva do rock, fomos brindados por uma ótima apresentação da All Starr Band, sua banda de apoio composta por músicos veteranos que tiveram solos durante o show: Rick Derringer, um ótimo guitarrista que já tocou com Cindy Lauper e Alice Cooper, cantou e fez ótimas performances com suas guitarras. Richard Page, ex-baixista do Mr. Mister, cantou o baladão “Broken Wings” - foi o momento nada a ver do show – e manteve-se firme nos backings. Edgar Winter, que figuraça! O velho roqueiro albino, irmão do conhecido guitarrista Johnny Winter, deu um show a parte: cantou, arrasou nos teclados e no sax. A plateia delirou com ele. Gary Wright, cantor e tecladista de longa carreira, relembrou um velho sucesso dele de 1976, “Dream Weaver”. Foi um dos grandes momentos da All Starr Band. Já o baixinho guitarrista Wally Palmar, relembrou “Talking in Your Sleep”, o mega hit da sua ex-banda, “Romantics”. Nas baterias, além de Ringo, o veterano “Gregg Bissonete”, conhecidíssimo por trabalhos com Joe Satriani, David Lee Roth, Steve vai, entre outros.
Sonho realizado, nada mais há que se dizer.
EXERCÍCIO DE ANALOGIA – VIAJANDO NO UNIVERSO BEATLE

Penny Lane: A famosa alameda de Liverpool que serviu de inspiração para uma belíssima canção homônima. A “minha Penny Lane” foi a rua “Sete de Setembro”, no coração do Recife. Ali localizava-se a inesquecível “Livro 7”, enorme livraria (diziam ser a maior do Brasil) que era uma espécie de refúgio para mim, as lojas de disco “Mausoelum” e “Disco 7”, foco de resistência da boa música, sobretudo do rock, e as lendárias “Cascatinha” e “Hamburgão”, ícones da gastronomia pop.
Strawberry Fields – Um abrigo do Exercito da Salvação localizado em Liverpool. Quando criança, John Lennon brincava nos jardins dessa instituição. O local foi imortalizado com a canção “Strawberryry Fields Forever”. O “meu Strawberryry Fields” foi o pátio da oficina de carros da SUDENE, localizada no bairro da Mangueira, zona leste do Recife. Minha avó morava do lado e eu sempre ia brincar nesse local. Eu pulava o muro da enorme oficina, que tinha um cemitério de carros, junto com um grupo de amigos. Cada um ficava dentro de um automóvel e fingíamos guiar. Absolutamente inesquecível. A farra sempre era interrompida com os gritos do vigia que provocava uma correria dos infernos.
Cavern Club – Lendário bar localizado em Liverpool. Entrou para história como o local onde os Beatles começaram sua carreira. Sim, eu tive o “meu Cavern Club”, chamava-se “Espaço Cultural Arteviva”, um lendário foco de resistência do rock pernambucano da década de 80. Comandado pela tresloucada “Lourdes Rossiter”, o Arteviva fez história. Em 1988, o “Arte Final”, banda da qual eu fazia parte, fez um show memorável nesse importante espaço cultural. Meses depois eu e o baixista Elias entramos para equipe de produção do Arteviva e trabalhamos com Lourdes por quase um ano. Inesquecível.
A faixa de pedestres do Abbey Road – Imortalizada na capa do “Abbey Road”, tornou-se a faixa de pedestres mais famosa do mundo. Claaaaaaaaaaaro que eu e meus amigos imitamos a famosa foto. O local mais parecido que encontramos aqui em Recife foi a faixa da esquina da Rua do Imperador com com o Campo das Princesas. A foto foi tirada em 1986, algum dia eu publico aqui.
Esse exercício de analogia, claro, é muito pessoal. Tente fazer a sua lista e compartilhe aqui no meu humilde blog.
ALL YOU NEED IS LOVE , UMA MEMORÁVEL CELEBRAÇÃO AOS BEATLES

Com a casa lotada, a banda subiu ao palco e abriu o show com “I Want To Hold Your Hand” e mergulhamos todos no maravilhoso “Universo Beatle”. O show percorreu as várias fases dos Beatles com três figurinos específicos: os terninhos e cabelos com franjinhas do início da carreira, a coloridíssima (e clássica) roupa do Sgt. Pepper's e o look da fase final, com jeans, o famoso terno branco de Lennon e os coletes do Paul.
Não bastasse o capricho da roupa, eles imitam os trejeitos no palco, o timbre de voz, a forma de reverenciar o público, o posicionamento no palco e o mais importante: tocam bem e cantam bem. Para completar, o idioma oficial durante a apresentação é o inglês. Isso mesmo, eles falam com a plateia em inglês. Todo mundo entra na onda e escutamos gritos das “meninas” chamando Paul, John, George e Ringo.
Para o espetáculo não ter interrupções, durante as trocas de figurinos, o quinto Beatle Anselmo Ubiratan, com um incrível vozeirão, entra em cena fazendo solos (voz e violão, voz e piano) de clássicos dos Beatles que não foram incluídos no set-list da banda. Perfeito! Seu melhor momento foi “Michelle” com a plateia em peso cantando “I love you, i love you, i love you”. Além do Anselmo Ubiratan (George Martin), “All You Need Is Love” é composta por Sandro Peretto (John Lennon), César Kiles (Paul McCartney), Thomas Arques (George Harrison) e Renato Almeida (Ringo Starr).
Abaixo, um vídeo promo da banda que segue o set-list apresentado na noite de ontem aqui no Recife. Regozije-se:
EU, BEATLEMANÍACO

Efetivamente, o trágico episódio do assassinato de John Lennon, ocorrido no final de 1980, abriu as portas para que os Beatles passassem a fazer parte da minha vida. Fui descobrindo disco a disco. Já contei aqui a historinha sobre como descobri a belíssima “In My Life” que chegou à minha casa pelas mãos do meu grande amigo Lito. Minha paixão pelos Beatles determinou também o meu ciclo de amizades. Colecionávamos revistas, cifras de violão, fitas K7 e os adoráveis LP's. Era tudo muito difícil naquela época. Só pra se ter ideia, eu tinha uma fita que gravei encostando o gravador no alto-falante da tevê. Era um “Globo Repórter” especial, sobre os Beatles, que ouvíamos de vez em quando. Som abafado, mono e com interrupções no áudio: meu pai falando, minhas irmãs reclamando. Mas ouvíamos tudo com um prazer indescritível.
Esses momentos lúdicos de beatlemaníacos temporões eram vistos com desprezo pelos garotos da época. Éramos tratados como tolos porque dávamos muita importância ao simples ato de ouvir música. Anos depois constastaria que aqueles momentos, de celebração musical, tiveram uma considerável importância na minha formação. Sou o que sou (mesmo que não seja muito) porque ouvi (e ouço) Beatles. Devo muito a eles. Isso é fato!
Por duas vezes experimentei o prazer de celebrar os Beatles como se estivesse na década de 60 ou 70 na Inglaterra. Aqui mesmo no Recife, uma banda de baile chamada Alcano realizou dois espetáculos memoráveis, em praça pública, em homenagem a Lennon e aos Beatles. Os shows aconteceram em 1986 e 1987 no Parque 13 de Maio, coração da cidade. Inesquecível! Uma imensa área verde lotada de beatlemaníacos e bichos-grilo de toda espécie. Essas boas lembranças vieram à tona porque me preparo para reviver o universo Beatle num show – cover, é claro – que se realizará nos próximos dias aqui no Recife. É a magia de volta!
Dedico esse post ao amigo Sidclay, que teve o prazer de assistir a shows de dois Beatles. Ave Sid!
HOJE É DIA DE BRIAN

UMA BELA MÚSICA, UM VELHO AMIGO E AS AGRURAS DA VIDA

ACROSS THE UNIVERSE, UMA GRATA SURPRESA
Outro dia estava navegando na net quando dei de cara com a sinopse do “Across The Universe”, o musical do Julie Taymor só com músicas dos Beatles. Coloquei o filme na minha lista de prioridades. Enfim, assisti ao musical hoje, com um pé atrás. É que de tanto ouvir dos meus amigos (incluindo os beatlemaníacos): “Existe ainda alguma coisa a se falar sobre os Beatles?” Acabei absorvendo essa idéia. Depois de ver o filme, não encontro palavras para descrever a minha admiração por esse trabalho. O filme não é sobre os Beatles. Taymor construiu o seu roteiro baseado nas músicas dos Quatro Rapazes de Liverpool. O filme faz uma crítica contundente a máquina de guerra dos Estados Unidos usando como pano de fundo a guerra do Vietnã. Símbolos com o “Tio Sam” e a “Estátua da Liberdade” são diluídos no sarcasmo.