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Top 10 Autores de Telenovelas


10 – Lauro Cesar Muniz: nascido em Ribeirão Preto, em 1938, é autor de novelas, dramaturgo e roteirista de cinema. Estreou na tevê em 1966 com a novela “Ninguém Crê em Mim”, exibida pela Tv Excelsior. É considerada a primeira novela escrita por um homem. Suas principais novelas são: “As Pupilas do Senhor Reitor”, “O Bofe”, “Carinhoso”, “Escalada”, “O Casarão”, “Espelho Mágico”, “Os Gigantes”, “Sol de Verão”, “Roda de Fogo” e “O Salvador da Pátria”.

09 – Sílvio de Abreu: cenógrafo formado pela Escola de Artes Dramáticas de São Paulo, estreou na tevê em 1977 coma a adaptação de “Éramos Seis”, em parceria com Rubens Ewald Filho. Suas principais novelas são: “Belíssima”, “A Próxima Vítima”, “Éramos Seis”, “Rainha da Sucata”, “Saçaricando”, “Cambalacho”, “Vereda Tropical”, “Guerra dos Sexos”, Jogo da Vida” e “Plumas e Paetês”.

08 – Gilberto Braga: nascido no Rio de Janeiro em 1946, assinou a primeira novela em 1974, “A Corrida do Ouro”, em parceria com Lauro César Muniz. Teve uma indicação ao Emmy de 2008 por “Paraíso Tropical”. Suas principais novelas são: “Paraíso Tropical”, “Celebridade”, “O Dono do Mundo”, “Vale Tudo”, “Corpo a Corpo”, “Brilhante”, “Água Viva”, “Dancin' Days”, “Dona Xepa” e “Escrava Isaura”.

07 – Glória Perez: nascida em Rio Branco, Acre, em 1948. Começou na tevê colaborando emEu Prometo”, de Janete Clair e em “Malu Mulher”, de Daniel Filho. Assinou a primeira novela em 1984, “Partido Alto”, em parceria com Aguinaldo Silva. Suas principais novelas são: “Caminhos das Índias”, “América”, “O Clone”, “Pecado Capital (remake)”, “Explode Coração”, “De Corpo e Alma”, “Barriga de Aluguel”, “Carmem”, “Partido Alto” e “Eu Prometo”.

06 – Aguinaldo Silva: pernambucano de Carpina, nasceu em 1944. Começou a carreira como repórter policial e estreou na tevê com o seriado “Plantão de Polícia”. Sua primeira novela foi “Partido Alto”, em parceria com Glória Perez. Suas principais novelas são: “Duas Caras”, “Senhora do Destino”, “Porto dos Milagres”, “Suave Veneno”, “A Indomada”, “Fera Ferida”, “Pedra Sobre Pedra”, “Tieta”, “Vale Tudo”, “O Outro”, “Roque Santeiro” e “Partido Alto”.
05 - Manuel Carlos: nascido no Rio de janeiro em 1933, é um dos pioneiros da televisão brasileira tendo trabalhado como ator e diretor na extinta TV Tupi. Assinou a primeira novela em 1978, “Maria, Maria”. Suas principais novelas são: “A Sucessora”, “Água Viva”, “Baila Comigo”, “Sol de Verão”, “Brilho”, “Felicidade”, “Laços de Família”, “Mulheres Apaixonadas”, “Páginas da Vida” e “Viver a Vida”.

04 – Walter Negrão: nascido em Avaré, em 1941, esse autor de novelas foi aluno do curso de dramaturgia da atriz Vida Alves. Estreou na tevê em 1958, na extinta Tupi, escrevendo textos para “O Grande Teatro da Tupi”. Sua primeira novela foi “Renúncia”, em parceria com Roberto Freire. Suas principais novelas são: “Desejo Proibido”, “Top Model”, “Fera Radical”, “Direito de Amar”, “Roda de Fogo”, “Cavalo de Aço”, “Nino, O Italianinho”, “Antônio Maria” e “O Primeiro Amor”.

03 – Benedito Ruy Barbosa: nascido em Gália, São Paulo, em 1931, iniciou a carreira como jornalista e publicitário. Estreou na tevê em em 1966, na extinta Tupi, assinando “Somos Todos Irmãos”. Suas principais novelas são: “Esperança”, “Terra Nostra”, “O Rei do Gado”, “Renascer”, “Pantanal”, “Vida Nova”, “Sinhá Moça (Primeira versão)”, “Os Imigrantes”, “Cabocla (Primeira versão)” e “Jerônimo, o Herói do Sertão”.

O2 – Cassiano Gabus Mendes: nascido em São Paulo em 1927 e falecido na mesma cidade em 1993. É um dos maiores nomes da teledramaturgia brasileira. Pioneiro, nos tempos românticos da tevê no Brasil, desempenhou diversas funções: ator, roteirista, diretor, produtor , sonoplasta, contrarregra e autor de novelas. Com a implantação da tevê no Brasil, ele tornou-se o primeiro diretor artístico da televisão brasileira atuando na extinta TV Tupi. Suas principais novelas são: “Beto Rockfeller”, “Anjo Mau”, “Locomotivas”, “Te Contei”, “Marrom Glacê”, “Plumas e Paetês”, “Elas Por Elas”, “Champagne”, “Que rei Sou Eu?” e “Meu Bem, Meu Mal”.


01- Janete Clair: nascida em Conquista, Minas Gerais, em 1925, e falecida no Rio de Janeiro em 1983, Janete Clair fez história na teledramturgia brasileira. Versátil, escreveu para o teatro, rádio e televisão. Iniciou a carreira artística como radioatriz em São Paulo, com apenas 17 anos, na extinta Rádio Tupi. Em 1956 assinou a radionovela “Perdão, Meu Filho”. Escreveu sua primeira telenovela em 1960, “O Acusador”. Mesmo sendo adepta do gênero “folhetim”, Janete Clair é considerada a maior novelista brasileira de todos os tempos. Segundo os grandes autores, ela foi a principal responsável pela popularização do gênero no Brasil. Suas principais novelas são: "Pecado Capital", "Irmãos Coragem", "Direito de Amar", "Selva de Pedra", "Pai Herói", "O Astro", "Duas Vidas", "Pecado Capital", "Fogo Sobre Terra" e "O Semideus". 

A VOLTA DE SARAMANDAIA

Pois então, que felicidade quando li em vários sites da rede que  “Saramandaia” ganharia um remake. Coincidentemente, voltará quase no mesmo horário que foi exibida no passado, às 23 horas.   Esse folhetim assinado por Dias Gomes foi a primeira experiência da tevê brasileira abordando a realidade fantástica.

  Lembro-me bem do frisson que a novela provocava na década de 70. Uma coleção de personagens bizarros e uma trilha sonora espetacular fizeram da novela um dos maiores sucesso da teledramaturgia brasileira.  Eu tinha apenas nove anos em 1976, época da primeira exibição, era um garoto medroso da murrinha. No dia em que Dona Redonda explodiu tive pesadelos com a cena da mão dela caindo no birô do prefeito.

Dentre os personagens esquisitos criados por Dias Gomes, destacavam-se:

*João Gibão (Juca de Oliveira): Homem alado
*Professor Aristóbulo (Ary Fontoura): Transformava-se em lobisomem.
Marcina (Sônia Braga): Tinha uma febre que o corpo pegava fogo.
*Coronel Zico Rosado (Castro Gonzaga): Tinha um formigueiro no nariz
*Dona Redonda (Wilza Carla): Comia compulsivamente e engordou até explodir
*Seu Cazuza (Rafael de Carvalho): O coração saia pela boca
*Dom Pedro I (Tarcísio Meira)
*Tiradentes (Francisco Cuoco)

A cena clássica do voo de João Gibão deu sentido aos versos da bela canção de Ednardo, “Pavão Mysterioso”. Depois que Carlito Prata e seus jagunços cercaram João em frente a um penhasco, ele alçou voo com a bela canção ao fundo cujo verso final dizia: “Eles são muitos mas não podem voar”. Inesquecível! Confira, abaixo, os vídeos com a cena original do voo do João Gibão e o teaser do remake que será exibido em junho:

Para mais informações sobre o remake, clique aqui e aqui



60 ANOS DA TELENOVELA BRASILEIRA


No dia 21 de dezembro de 1951, na extinta TV Tupi, estreava a primeira telenovela brasileira, “Sua Vida Me Pertence”, escrita e dirigida pelo ator Walter Foster. Todos que participaram desse empreendimento, não sabiam, mas começava ali uma trajetória de sucesso. A telenovela tornar-se-ia, anos mais tarde, um produto genuinamente brasileiro. O Brasil, sobretudo a partir da inauguração da TV Globo, viraria uma referência mundial no gênero.

O formato da primeira telenovela, obviamente, era bem diferente de hoje. Naquela época, a tevê brasileira também estava engatinhando. Foram produzidos apenas vinte capítulos, com duração média de quinze minutos, que eram apresentados duas vezes por semana. O grande diferencial, entretanto, era o fato dos capítulos serem exibidos ao vivo. Não existia o videotape, tudo funcionava como um teleteatro. Faziam parte do elenco: Vida Alves, Lia de Aguiar, Dionísio de Azevedo, Lima Duarte, além do próprio autor, Walter Forster. “Minha Vida Te Pertence” também é lembrada porque foi nessa novela que aconteceu o primeiro beijo da tevê brasileira. Walter Foster e Vida Alves protagonizaram a histórica cena.

O formato de exibição diária estreou com a telenovela "2-5499 Ocupado", uma produção da TV Excelcior protagonizada por Tarcísio Meira e Glória Menezes. Mas foi com a TV Tupi que o gênero se popularizou e ganhou força. A telenovela foi incorporada a vida do brasileiro como o futebol. Esse, talvez, seja também o grande problema do gênero. De tanto ser explorado, o formato ficou saturado e acabou tornando-se alvo de críticas. Muitos classificam a telenovela como veículo de alienação do povo, que precisa de “pão e circo” para suportar as agruras da vida. Como esse post não propõe fazer nenhuma análise filosófica ou social do gênero, apenas celebrar os 60 anos de história, segue abaixo alguns dos principais momentos das telenovelas brasileiras.


1- Sua vida Me Pertence (1951 - Walter Foster): não existem imagens, a novela era ao vivo, numa época em que não existia o videotape. Clique aqui e assista a um trecho do “Globo Reporter Especial” que relembrou a primeira novela.

2 – Beto Rockfeller ( 1968 – Cassiano Gabus Mende): um marco na teledramaturgia brasileira porque apresentou várias inovações: linguagem coloquial, incluindo gírias, trilha sonora com música pop e não peças sinfônicas. Inovou na fotografia usando tomadas aéreas e apresentou personagens intrigantes cujas identidades nunca foram reveladas. Clique aqui e assista a um trecho da novela.

3 – Selva de Pedra (1972 - Janete Clair): foi a única telenovela, até hoje, a alcançar os cem pontos de audiência e popularizou o gênero folhetim. Clique aqui e assista ao final da novela.

4 – Irmãos Coragem (1970 - Janete Clair): mais um grande de Janete Clair, um western a brasileira. Essa novela misturava futebol (um dos irmãos coragem era jogador, Duda), psicologia (a personagem Maria de Lara apresentava três personalidades: Lara, Diana e Márcia) e faroeste. Clique aqui e assista a clássica cena em que João Coragem quebra o diamante.

5 – O Rebu (1974 – Bráulio Pedroso): essa intrigante novela inovou no formato. Os 112 capítulos narravam uma história que se passava em apenas um dia. O formato seria, mais tarde, copiado pela série americana “24 Horas”. A trama girava em torno de uma assassinato que aconteceu durante uma festa. Clique aqui e assista ao especial “Almanaque Globo” que fez um resumo dessa inovadora telenovela.

6 – Saramandaia (1976 – Dias Gomes): foi a primeira novela a usar e abusar da realidade fantástica. Dias Gomes criou um universo bizarro em que vários fenômenos paranormais aconteciam. Uma mulher queimava roupas com sua febre, um coronel botava formiga pelo nariz, uma comilona explodiu, tinha até um homem pássaro, o João Gibão. Clique aqui e aqui e veja duas cenas clássicas dessa telenovela. A explosão de Dona Redonda e o voo de João Gibão.

7 – Pecado Capital (1975 – Janete Clair): a melhor novela do questionado galã Francisco Cuoco. Em 1998 essa clássica novela foi desrespeitada com um remake de quinta categoria assinado por Glória Perez. Da versão original, a cena mais marcante foi a morte de Carlão gravada no canteiro de obras do metrô de São Paulo. Clique aqui e assista.

8 – O Casarão (1976 – Lauro César Muniz): uma das mais belas novelas de época da tevê brasileira. O Casarão narrava três histórias em três épocas distintas: 1900, de 1926 a 1936 . O eixo da trama era o eterno amor de João Maciel e Carolina Galvão. Relembre a abertura e a cena final em que o casal se reencontra após 40 anos clicando aqui.

9 – Escrava Isaura (1976 – Gilberto Braga): foi a novela brasileira mais vista em todo mundo. Lucélia Santos que interpretou a escrava branca, Isaura, tornou-se mundialmente conhecida por esse papel. A novela é contestada por movimentos de cultura negra alegando conteúdo racista. Seja como for, é um marco da teledramaturgia brasileira. Clique aqui e relembre a abertura e o capítulo inicial.

10 – Vale Tudo (1988 – Gilberto Braga): foi uma novela inovadora. A partir dela, o quesito “sonoplastia” ganhou papel de destaque. Fora isso, teve o grande mistério do assassinato de Odete Roitiman e a banana do Marco Aurélio no final que chocou muita gente. Clique aqui e aqui e relembre. 


*Clique aqui e leia outros posts sobre telenovelas

O ASTRO INAUGURA UM POSSÍVEL HORÁRIO DE REMAKES

Mais um clássico da teledramaturgia brasileira ganha uma releitura na Rede Globo. “O Astro”, um grande sucesso de Janete Clair exibida, originalmente, em 1977, retorna dia 12 de julho inaugurando um novo horário de exibição, as 23:00h. Alguns detalhes importantes diferenciam esse remake de tantos outros produzidos pela emissora. O primeiro ponto a se destacar é o respeito dispensado para a nova produção. A Rede Globo, ao que parece, aprendeu com os erros.

Em várias outras releituras feitas pela emissora, os resultados foram tão ruins que chegaram a macular a imagem da obra original. Três exemplos: Irmãos Coragem, Pecado Capital e Selva de Pedra , todas também escritas por Janete Clair. A primeira é um marco não só da teledramaturgia, mas da tevê brasileira. Em 1995 ganhou um remake protagonizado por Marcos Palmeira, Marcos Winter e Ilya São Paulo. O resultado foi bem inferior a produção original. A surpresa, nessa produção, foi o ótimo desempenho de Murilo Benício interpretando Juca Cipó, personagem imortalizado pelo grande Emiliano Queiroz.

Na releitura de “Pecado Capital” erraram do começo ao fim. A versão original, levada ao ar em 1975, também está entre os maiores sucessos da tevê brasileira. Em 1998, ganhou um obscuro remake escrito por Glória Perez e protagonizado Eduardo Moscovis e Carolina Ferraz. O resultado foi sofrível, macularam até o tema de abertura, trocaram Paulinho da Viola por, pasmem, Alexandre Pires.

O último exemplo é a releitura de “Selva de Perdas”, um folhetim daqueles ortodoxos, que marcou época nos primórdios da teledramaturgia da Rede Globo. A versão original foi ao ar e 1972. Uma década e meia depois, em 1986, a emissora exibiu um remake que tinha produção e elenco de peso. A novela tinha direção de Walter Avancini e Dênis Carvalho e contava no elenco, entre outros, com Tony Ramos, Christiane Torloni, Fernanda Torres e Miguel Falabela. Sobre essa releitura, certa vez, a atriz Fernanda Torres confessou: “A novela era tão ruim que eu contava os dias para que ela terminasse. Era difícil gravar com um sentimento desses”.

A releitura de “O Astro” está tendo um tratamento diferenciado. Criaram uma campanha bem interessante para divulgar a novela e o novo horário. Reverenciaram Francisco Cuoco que, na versão original, interpretou Herculano Quintanilha. Ele reaparece como o misterioso “Ferragus”, um velho ilusionista que ensina todos os seus segredos para o  jovem Herculano Quintanilha. Outra novidade é a quantidade de capítulos, aproximadamente 60, um terço da versão original. Por esse motivo, andam tratando a novela como minissérie. Mas, nas chamadas, a emissora convida os telespectadores a assistirem a “nova novela das onze”.

Dependendo da aceitação do público e dos índices de audiência, o horário das onze pode ser efetivado como “horário dos remakes”. Na fila, após “O Astro”, virá “Guerra dos Sexos”, um grande sucesso do horário das sete, eternizada com uma cena de pastelão protagonizada por Fernanda Montenegro de Paulo Altran.

Clique aqui e reveja cenas da produção original de 1977

AS TELENOVELAS "FORDISTAS"

Nos últimos meses vários nomes importantes da teledramaturgia brasileira têm soltado farpas na rede contra o atual modo de produção das telenovelas, sobretudo da Globo. Lauro César Muniz (Salvador da Pátria, Roda de Fogo, O Casarão, Escalada), 73 anos, afirmou em entrevista recente que a telenovela se “industrializou” e, por isso, perdeu em qualidade. Segundo Lauro, as novelas da Globo adotaram o sistema “fordista” de produção em série, abdicando, quase que totalmente, das tramas mais complexas.

As telenovelas atuais também são diretamente influenciadas pelos índices de audiência. Dependendo da reação do público, personagens são mortos, ressuscitam, trocam repentinamente de personalidade, tudo para agradar o grande público. Essa maleabilidade da trama, obviamente, influencia negativamente na qualidade do produto final.

Outra grande crítica refere-se a centralização quase que hegemônica das tramas no eixo Rio-São Paulo. Quem assisite as produções da Globo fora do Brasil deve imaginar que só existem duas cidade grandes no país. A Rede Globo ambientaliza, quase sempre, suas produçoes entre Rio de Janeiro e São Paulo. Quando alguma novela ou minissérie é rodada no Nordeste, só se mostra o meio rural, o sertão, quase sempre num formato bem caricato. As grandes cidades como Recife, Fortaleza, Salvador são completamente ignoradas.

As novelas de época, uma das marcas registradas da teledramaturgia da Rede Globo, foram praticamente banidas da grade por conta dos baixos índices de audiência. Clássicos como “O Casarão”, “Terrasdo Sem Fim”, “A Sucessora” e “A Moreninha” nãos teriam a menor chance na atual conjuntura. Talvez sinalizando que pretende mudar o rumo dessa história, a Rede Globo anunciou para o segundo semestre desse ano o remake de um grande sucesso da década de setenta, “O Astro”, de Janete Clair. A novidade é que a versão atual terá apenas 80 capítulos, 106 a menos do que o original.

Abaixo, relembre a cena final de um clássico da teledramaturgia brasileira, “O Casarão”.

A REALIDADE NÃO TEM GRAÇA

O cinema e a tevê sempre foram criticados por criarem uma realidade paralela, uma espécie de mundo em que situações absurdas acontecem como se corriqueiras fossem. Em uma cena do filme “Duro de Matar 4”, John McClane lança um carro que sobe numa rampa é alçado no ar acertando um helicóptero. “Exagero, isso jamais aconteceria na vida real”, muita gente repetiu essa frase.

Parte da magia da ficção reside, justamente, na incrível possibilidade de subverter a ordem real das coisas. Mas, contraditoriamente, quando o assunto é o “final” da história, tudo tem que dar certo. Como nas historinhas de criança, a máxima “e foram felizes para sempre”, tem que imperar. Pouquíssimos aceitam finais que se afastem dessa premissa.

Em um dos episódios da sexta temporada do seriado CSI, um jovem foi absolvido de uma acusação de assassinato. A irmã do réu, uma superdotada de apenas doze anos, criou uma história muito bem elaborada e conseguiu convencer os jurados. No final do episódio, ela própria revelou a farsa para a policial Sidle falando-lhe, em tom de ironia, ao pé do ouvido. No universo das séries americanas, o bandido escapar no final é comum, o público já aprendeu a lidar com isso.

Nas novelas brasileiras o vilão escapar e o mocinho morrer no final é algo quase que inaceitável. Dois exemplos clássicos:

A morte do mocinho: Na novela Pecado Capital (1975 – Rede Globo), o protagonista da história, Carlão (Francisco Cuoco), tombou sem vida no último capitulo causando uma comoção jamais vista no mundo da teledramaturgia. Tudo bem que Carlão era uma espécie de anti-herói, afinal, havia ficado com uma mala cheia de dinheiro que não lhe pertencia, mas era o galã da novela e o público não aceitou sua morte. A imagem dele caindo abraçado com a mala de dinheiro (clique no título desse bloco e assista) ao som de “Pecado Capital” (Paulinho da Viola) entrou para a história da tevê brasileira.

A fuga do bandido – Na ótima novela “Vale Tudo” (1988 – Rede Globo) o vilão Marco Aurélio (Reginaldo Faria), depois de aprontar com todo mundo, fugiu num jatinho com sua mulher, a assassina de Odete Roitiman, e ainda deu uma banana para o Brasil (Clique no título desse bloco e assista). A polêmica imagem revoltou os puritanos gerando até protestos na imprensa.

Essa discussão voltou à tona quando Sílvio de Abreu “matou” Diana na novela “Passione” (Rede Globo). A personagem fazia parte do grupo dos mocinhos e, segundo o julgamento do público, não deveria morrer. As críticas em torno da morte de Diana levou Sílvio de Abreu a brincar com a história: ele simulou a morte do protagonista Toto e experimentou uma avalanche de criticas. Como hoje em dia a mídia está presente até no set de gravação, a farsa foi revelada antes de ir ao ar. Ainda dentro da mesma discussão, os sites especializados em tevê anunciam que a dupla de vilões, Clara e Fred, escapará sem punição.

A dedução a que se chega após essa breve análise é que a realidade parece não ter muita graça para quem vai ao cinema ou liga a tevê. Mergulhar na ficção e esquecer os problemas da vida, ao que parece, é uma terapia para o telespectador. Viva o faz de conta!

RELICÁRIO VOL. 03 - ESTÚPIDO CUPIDO - 1976

Estúpido Cúpido foi uma deliciosa comédia romântica escrita por Mário Prata que se passava na fictícia cidade de Albuquerque. A história, ambientalizada nos anos 60, mostrou todos os ícones da chamada “década explosiva”. Dirigida por Regis Cardoso, a novela teve 160 capítulos, dos quais, 159 em preto e branco. Apenas o último foi exibido em cores para mostrar o paradeiro dos principais personagens da trama.

A trilha sonora foi um dos destaques dessa novela. A música tema, “Estúpido Cupido”, acabou voltando as paradas de sucesso. Os principais ícones da música da década de 60 – inclusive os internacionais - foram revisitados.

Sinopse

Na fictícia Albuquerque do início dos anos 60, vivem vários personagens: Maria Teresa (Françoise Forton), filha de Olga (Maria Della Costa), era uma jovem dividida entre o amor de João (Ricardo Blat) e o sonho de ser Miss Brasil; Mederiquis (Ney Latorraca), um jovem rebelde; a inquieta Glorinha (Djenane Machado) e a freira Angélica (Elizabeth Savala), que desperta para o amor ao conhecer Belchior.

Grande parte da trama enfocava a Igreja católica e o seu conflito com as mudanças que ocorriam na sociedade brasileira no inicio dos anos 60. Escolas católicas separadas para os sexos, a não aceitação do divorcio (a personagem de Maria Della Costa era uma mulher desquitada e não aceita na sociedade local).

Ficha Técnica

Nome: Estúpido Cupido

Emissora: Rede Globo

Ano de Produção: 1976/77

Autor: Mário Prata

Direção: Regis Cardoso

Tema de Abertura: Estúpido Cupido – Cely Campelo

Número de Capítulos: 160

Elenco:

O FINAL DA NOVELA E A REALIDADE BRASILEIRA


Raul Cadore: roubou dinheiro da família, forjou sua morte e acabou livre.
Gopal: ajudou Raul Cadore mesmo sabendo que ele era culpado. Tudo por dinheiro. Acabou livre.
Yvone: psicopata, ladra, uma golpista de primeira, procurada em vários países do mundo. Acabou livre.
Julinha: envolveu-se com uma quadrilha de assaltantes, ajudou num assalto, guardou em casa a arma do crime, planejou o sequestro do tio, pretendia matá-lo. Acabou livre.
Zeca: aprontou a novela inteira, fez todo o tipo de malandragem. Avançou sinal e envolveu-se num grave acidente de trânsito. Atropelou uma mulher grávida, que acabou perdendo o bebê. Teve uma pena branda: contar historinhas para crianças em uma ONG. Se ele fosse negro e pobre, será que o juiz daria (ou teria, usando a outra acepção da palavra) a mesma “pena”?
Radesh: Foi pego pela polícia depois de participar de um assalto onde uma vítima (Raul Cadore) saiu baleada. Durante toda a novela enganou as pessoas personificando a figura do 171. Enganou uma família indiana e roubou o dote. Acabou livre.
Ramiro Cadore: forjou o assalto no qual seu irmão foi baleado. Acabou livre posando de bom moço.
Namit (pai do Radesh) : fingiu ser marajá, participou da farsa do dote. Acabou livre no Brasil.
Talvez essa avalanche de impunidade seja um reflexo da indignação da Glória Perez. Os assassinos da sua filha, Guilherme de Pádua e esposa, mesmo tendo cometido um crime hediondo (assassinato por motivo fútil), tiveram direito a cumprir parte da pena em liberdade. Brasil, mostra a tua cara!”
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