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OS SUICÍDIOS NO CFCH E A FALTA DE INFORMAÇÃO


Recebi hoje, em uma das escolas em que leciono, um ex-aluno meu que está se formando em Geografia pela UFPE. Entre outras coisas, ele me contou que mais um suicídio havia ocorrido no sinistro Centro de Filosofia e Ciências Humanas, conhecido como CFCH. Ele me falou, em tom de normalidade, que nos últimos três anos, quatro pessoas se mataram no citado espigão.

Conheço o CFCH muito bem, também estudei e perambulei por lá entre 1995 e 1999. Fui aluno do departamento de Ciências Geográficas. Nos quatro anos que frequentei o departamento, três pessoas se mataram. Não presenciei nenhuma dessas mortes, felizmente, mas ouvi vários relatos tenebrosos sobre essas fatalidades. Meu amigo Márcio, presenciou o suicídio de uma engenheira que trabalhou numa das inúmeras reformas ocorridas no prédio. Ouvir as pessoas falando sobre essas mortes sempre me deu calafrios.

O que sempre me espantou foi o fato da UFPE sempre conseguir abafar os suicídios. A imprensa sempre ignora as mortes ou publica notas discretas. Vasculhei a internet a procura de informações sobre essas mortes e não achei quase nada. As poucas informações tratavam de relatos de blogueiros sobre os casos mais conhecidos, como o do estudante húngaro Zoltan Venekey, que teria se jogado do prédio em 2007. Por estar completamente nu, muitos suspeitaram que ele teria sido assassinado. Essa versão nunca foi confirmada.

Seja como for, as notícias sobre mais essa fatalidade, evaporaram da rede. Viciado em seriados de tevê, lembrei do Arquivo X. Minha inglória investigação sobre os suicídios, lembraram os mistérios investigados pelo agente Fox Mulder. Aquela certeza de que o fato existe mas nada se pode provar. Muitos argumentam que a universidade abafa os suicídios porque a propaganda poderia incentivar novas mortes. A regularidade com que os acontecimentos vêm se sucedendo, desacreditam essa tese.

O pior de tudo é que essa aura macabra do prédio virou uma espécie de lenda urbana. Contraditoriamente, os fatos alimentaram a lenda. No período próximo do Sábado de Aleluia, grupos de alunos sobem até os últimos andares do prédio e jogam um “judas” ensopado de ketchup para assustar os transeuntes. Vi um boneco desses cair do meu lado, quase tive uma síncope.

Outra curiosidade do prédio: certa vez, durante uma aula noturna, num dia de chuva torrencial, lá no sexto andar, vi um cara descendo por uma corda fazendo rapel. Fui até a janela e vi um monte de soldados descendo pela fachada do prédio. Era um treinamento do exército. Como ninguém foi avisado, todo mundo ficou assustado.

O prédio do CFCH, erguido em 1950, foi o ponto de partida da UFPE. No seu entorno a universidade cresceu e se tornou o terceiro maior campus de federais do Brasil. Sua expansão se deu a partir de desapropriações. O grande espigão de quinze adares tornou-se uma espécie de “edifício Dakota” do campus. Os suicídios vão se sucedendo e a reitoria vai abafando os casos. Em 2011 duas pessoas já se mataram no prédio: uma em junho e outra em agosoto. Algum dia alguém vai ter coragem de falar sobre o assunto!

EXERCÍCIO DE ANALOGIA: A UFPE E O FEUDALISMO


Faço parte de uma confraria  chamada “Templários”, de vez em quando nos reunimos no Mercado da Boa Vista para trocarmos ideias sobre cinema, música (antiga, claro), seriados de tevê, futebol e educação. Todos do grupo são ex-alunos do curso de Geografia da gloriosa UFPE. Sempre que o assunto “mestrado” vem à tona, todos são taxativos: “existe uma panelinha”.

Vários outros amigos de diferentes formações, também oriundos da Federal de Pernambuco, têm a mesma opinião. Os cursos de mestrado, de maneira geral, funcionam como feudos, sociedades fechadas onde só entra quem atende a determinados critérios. O primeiro é o da idade. Obviamente isso não é declarado abertamente, mas quase todos os departamentos usam o  PET (Programa de Educação Tutorial) como trampolim para o mestrado. Como existe uma idade limite para ingressar nesse programa, essa porta de entrada para o mestrado segrega os alunos fora de faixa.

Quem não participa do PET, normalmente, acaba adotando comportamentos que jogam a dignidade no lixo. Cansei de ver amigos meus rastejando aos pés de professores, praticando uma espécie de “vassalagem acadêmica” para terem um orientador ou uma carta de apresentação. Muitos se transformaram de tal maneira que, sequer, voltaram a frequentar os mesmos grupos de amigos. Triste!

Nos cursos de especialização, que são pagos e geram renda para os departamentos, esse tipo de problema quase não existe. Se você tem o dinheiro da mensalidade, estuda tranquilamente. Há muito tempo se discute o problema do nepotismo nas universidades publicas do Brasil. É muito comum a presença de parentes, amigos de professores e de funcionários ligados ao departamento nos cursos de mestrado e doutorado. Eles são aprovados nas “seleções” com extrema facilidade.

Enquanto isso, quem não tem um pistolão ou qualquer vínculo com o “senhor feudal” que comanda o departamento pena com o projeto debaixo do braço. O que fazer? Ora, se a universidade é pública, o ingresso nos cursos de pós-graduação tem que ser feito por meio de uma concorrência imparcial, aberta e sem julgamentos subjetivos. Sei que a análise dos pré-projetos é subjetiva, mas ela não precisa ser nominal. Assim como nas concorrências públicas, eles podem ser analisados, identificados por um número, por uma banca imparcial. Alguma coisa tem que ser feita para resgatar os cursos de pós-graduação das mãos dos senhores feudais.

É absolutamente surreal observar que pessoas oriundas das classes mais baixas pagam mensalidades altas em universidades particulares enquanto a elite abarrota as universidades públicas. Dirão os otimistas: “Mas os pobres estão entrando nas universidades públicas”. Sim, estão. Os cursos de licenciatura estão abarrotados de pobres porque ninguém mais quer ser professor. E mesmo nesses cursos o inalienável direito de concorrer em condições de igualdade com os "outros" na seleção de mestrado e doutorado é um sonho a ser alcançado. Lutemos!
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