Pois
então, o mundo não acabou e os bons ares das férias começam a soprar pras
bandas de Ca. Para quem, como eu, trabalha o dia inteiro, trinta dias longe dos
afazeres cotidianos (obrigatórios) é uma felicidade sem tamanho. O grande lance
desse período de ócio, para a grande maioria, é se desligar do mundo e
desestressar. Para mim não.
Tem
gente que nesse período viaja para um lugar paradisíaco, no meio do nada, e
passa o dia deitado numa rede tomando água de coco e olhando as ondas do mar.
Eu morreria de tédio em menos de uma semana, com certeza. A questão é a
seguinte: Por que tenho de deixar de fazer um monte de coisas que gosto durante
as férias? Adoro acessar a internet, escrever no blog, andar pelo centro da
cidade, ir ao cinema, garimpar nos sebos da cidade, tocar violão com os amigos.
Durante o ano todo tenho que me desdobrar para fazer as coisas que gosto porque
o tempo é exíguo. Quando chega o período de férias e tenho tempo de sobra, o “correto”
é viajar para o meio do nada e me privar das coisas que gosto.
Dirão
os críticos de plantão: “Mas você não gosta de viajar, conhecer lugares novos?”
Claro que gosto, mas só por uns dias, não mais que isso. O bom de viajar, para
mim, é o prazer de voltar para casa. Muitos pensam assim, poucos confessam. Tem
gente fica numa casa de praia, entediado, olhando as paredes o ou a
imensidão do mar, contando os dias para voltar para casa. Quando voltam, falam: “Passei uns dias num lugar maravilhoso”. Incompreensível. Bom, paro por aqui, vou dar uma volta no
centro!