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O VIOLÃO FALANTE DE RAPHAEL RABELLO

Descobri a arte de Raphael Rabello por acaso. Fanático que sou pelos instrumentais da Cor do Som, buscava numa loja um disco do Armandinho e descobri um duo que o grande mestre baiano gravou com Raphael: “Armandinho & Raphael Rabello – Música Viva”. Fiquei impressionado com o talento do violonista. A partir de então, passei a acompanhar a trajetória meteórica desse grande músico.

Raphael começou a estudar violão com seu irmão e, posteriormente, passou a ter aulas com o Jaime Florence, o Mestre Meyra, um dos professores do lendário Baden Powell. Mas, a grande influência de Raphael Rabello foi o violonista “Dino 7 Cordas” com quem teve aulas e herdou o instrumento. O garoto prodígio passou a chamar a atenção dos mestres do violão. Com apenas 14 anos gravou um choro com Turibio Santos e as portas do sucesso foram abertas. Raphael gravo com grandes nomes da emepebê: Tom Jobim, Elizeth Cardoso, Ney Mato Grosso, entre outros.

Raphael Rabello fazia o violão falar. Tinha uma técnica impressionante e sabia dosá-la sem incorrer nos exageros que vemos hoje em dia. Grandes nomes da música instrumental e da crítica especializada não pouparam elogios:

"O melhor violonista que eu já ouvi em anos. Ele ultrapassou as limitações técnicas do violão, e sua música vinha progressivamente de sua alma, diretamente para os corações de quem o admirava." (Pacco de Lucia).

" Esse é um dos melhores violonistas que eu já ouvi." (Lee Ritenour – Jazz Times Magazine).

"Raphael Rabello foi simplesmente um dos maiores violonistas que já existiu. Seu nível de introspecção no potencial do instrumento só foi alcançado, talvez, pelo grande Paco de Lucia. Ele foi ‘o’ Violonista Brasileiro de nosso tempo, na minha opinião. Sua morte, em uma idade ainda tão jovem e uma perda incrivelmente dolorosa, não apenas pelo que ele já tinha feito, e sim pelo que ele poderia vir a fazer." (Pat Metheny).

"Ele foi um incrível violonista. Eu nunca vi igual… ele foi único." (Francis Heime).

"Se o violão tem se estabelecido mais uma vez como a principal voz instrumental da música moderna brasileira, muito do crédito pode ser dado a Raphael Rabello…" (Mark Holston – Guitar Player Magazine).

No auge do sucesso, Raphael sofreu um acidente de carro e precisou fazer uma transfusão de sangue. O músico acabou contraindo o vírus HIV. Essa tragédia provocou uma mudança de comportamento nele que se entregou ao álcool e as drogas. Raphael mergulhou no submundo desesperado com sua condição de aidético. Acabou morrendo de infecção generalizada no dia 27 de abril de 1995, tinha apenas 33 anos.

Os dois discos do Raphael que eu mais gosto, ironicamente, são lançamentos póstumos: “Cry My Guitar”, de 1994 e “Mestre Capiba”, uma coletânea de frevos em que Raphael atuou como arranjador, produtor, músico e até cantou numa das faixas. Nesse raro registro, nomes como “Chico Buarque”, “Alceu Valença”, “Paulinho da Viola”, “Maria Bethania”, “Caetano Veloso”, “Gal Costa”, “Ney Mato Grosso”, "Claudionor Germano", "Milton Nascimento", “João Bosco” e “Maria Rita” desfilam clássicos frevos do Mestre Capiba. O próximo dia 31 de outubro é o dia do aniversário de Raphael Rabello. Sim, ele está vivo, os artistas são imortais.

VICTOR BIGLIONE E MARCELO POWELL, DOIS ESTILOS E UM MESMO INSTRUMENTO

Outro dia, assistindo ao ótimo “Conversa Afinada”, da Tv Brasil, dei de cara com uma dupla que fez jus ao nome do programa: Victor Biglione e Marcelo Powell. O som do argentino (naturalizado brasileiro) Victor Biglione, eu conheci há vinte e cinco anos, quando ele substituiu (com maestria) o Armandinho, na Cor do Som, a partir do disco “Magia Tropical”. Nesse álbum, os dois grandes destaques instrumentais têm a marca Biglione: o inesquecível solo que encerra “O Balão Vai Subir” (Mú) e a belíssima “Outras Praias”, composição do próprio Victor. Na minha cabeça Biglione sempre foi um grande guitarrista. Vê-lo tocando violão (com palheta, é claro) como se estivesse empunhando sua Fender Stratocaster, foi uma bela surpresa.

O segundo músico em questão, de sobrenome famoso, eu não conhecia. Sim, Marcelo Powell é filho do mestre Baden Powell. Pelo que vi, no programa, o sobrenome lhe cai muitíssimo bem. O rapaz é muito bom. Não dá pra definir um estilo, o violão do Marcelo passeia pelo flamenco, bossa nova e pela escola tradicional de violonistas brasileiros. Começou a tocar com apenas nove anos fazendo pequenas participações nos shows do pai. Tem apenas 24 anos, é um músico em formação, mas já conta com um leque bastante extenso de apresentações em festivais de jazz e participações em discos de algumas figurinhas carimbadas da emepebê.

No Conversa Afinada, Victor Biglione e Marcelo Powell revelaram que pretendem lançar em devedê o resultado desse encontro. Confira, a seguir, o vídeo com a dupla interpretando “Manhã de Carnaval” ,do Luiz Bonfá e do Antônio Maria. Note, Biglione é um guitarrista tocando violão, diferente do Marcelo:

CLÁSSICOS DA MÚSICA INSTRUMENTAL BRASILEIRA

Passo de Anjo – Spok Frevo Orquestra (2004): “Nós fazemos frevo pra se ouvir e tocar em teatros”, disse, certa vez, o maestro Spok. Quando ouvi essa frase pensei se tratar de uma blasfêmia. Bastou-me escutar o "Passo de Anjo" para me render ao fenomenal talento desse rapaz. Ele conseguiu a proeza de modernizar o frevo preservando a sua essência. Agradou a crítica e o público. É sucesso na Europa e nos Estados Unidos. Eu recomendo, ouça e se apaixone!

A Cor do Som Ao Vivo (Montreux – 1978): Outro grande disco da Cor, o famigerado disco do Festival de Montreux. Nesse show Armandinho se sobressaiu. Diferentemente do disco anterior, que era de estúdio, em que preponderaram os teclados do Mú, a guitarra baiana do mestre Armandinho deu o tom. Destaques para as faixas: "Cochabamba" (uma aula de guitarra baiana), "Festa Na Rua" e a versão memorável de "Eleanor Rigby", dos Beatles.

A Cor do Som (1977): Esse foi o primeiro disco da Cor, que no início da carreira tinha uma proposta diferente da que a consagrou. Um disco primoroso, mistura ritmos brasileiros como baião, forró e choro com uma linguagem jazzística. Três faixas se destacam: as releituras de "Tigresa" (Caetano Veloso) e "Odeon" (Ernesto Nazaré) e o choro "Conversando É Que A Gente Se Entende", do Armandinho.

Maria Fumaça – Banda Black Rio (1977): Um dos melhores discos brasileiros de música instrumental. O Maria Fumaça é uma unanimidade. O funk (de verdade) e o soul puros, com naipes de sopro inesquecíveis. A Banda Black Rio conseguiu a proeza de colocar uma música instrumental (Maria Fumaça) como tema de novela (Locomotivas) na Globo. Eles deram um tratamento sofisticado à velha música de gafieira. Esse é um dos meus discos de cabeceira.
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