EU MINHA MONOGRAFIA

Há alguns meses estou preso à tortuosa  tarefa de elaborar um trabalho científico, uma monografia. Como sou viciado em escrever, antes de iniciar as primeiras linhas do dito trabalho, ingenuamente, pensei: “É comigo mesmo, vai ser fácil”. Não é, ao menos para mim que sou um “escrevedor”, um reles propagador de textos  sem grandes pretensões. Mas o cerne da questão é a normatização do discurso escrito. Antes de mais nada, deixo bem claro, não sou contrário a isso. Obviamente a linguagem científica tem seus “porquês” e "poréns”, entendo. O que discorro aqui é sobre o fato de não me adaptar, de forma alguma, a esse tipo de escrita.

Tenho um monte de amigos pesquisadores – se lerem esse texto vão querer comer o meu fígado – e escuto relatos apaixonados de trabalhos realizados, publicados, tudo com muita paixão, com um tesão incontido que eu, sinceramente, não consigo sentir. Até mesmo na linguagem jornalística existe aquele grupo de xiitas que abomina narrativas na primeira pessoa como se a qualidade do texto – ou a credibilidade – diminuísse com um detalhe tão insignificante. O texto científico, do jeito que me dizem que tenho que escrever, tem a beleza de uma bula de remédio. Mas sempre existirá alguém para me lembrar: “Texto científico não tem que ter beleza, tem que ter credibilidade”.

Escrever sem prazer, normalmente, resulta em prolixidade. Esse é o drama de quem não pode falar como sabe e sim  como querem. Você tem que encontrar palavras que não fazem parte do vocabulário que você domina, que gosta, que acredita. Escrever por obrigação chega a ser um castigo. O pior é que no começo você tem a ilusão que vai conseguir aí o tempo vai passando, passando e um enorme hiato se forma entre a folha de rosto e as referências. Quando as palavras não se encaixam e as ideias não fluem é um sinal de que você está transitando na praia errada. Tédio!

Comments

2 Responses to “EU MINHA MONOGRAFIA”

10 de novembro de 2012 às 22:09

hehehehe, cada um com sua cruz, amigo!
A Mónica Aresta, colega do 4º ano do doutoramento disse outro dia sabiamenteque é tão mais fácil escrever posts!Pensava nisso hoje mesmo, ao perceber que estou enganchada numa sessão do referencial teórico que mais me parece um engarrafamento: nem pra frente, nem pra trás! Deus nos guie nesse trânsito lento que é científico! pior é que eu já estou chegando na hora do rush!
Abracinho e força na produção. Conseguiremos!

Silvana Galvão Aguiar disse...
12 de novembro de 2012 às 18:59

Verdade Ed, quando escrevi a minha com as normas da ABNT e as exigências linguísticas de forma científica se torna algum impessoal e no contraponto, querem que seja você o escritor mas com a sua linguagem científica, pois o que valorizam é o vocabulário científico que reproduzimos da fala dos antigos autores, apenas colocando nossa considerações finais acerca do que foi pesquisado, nada de inédito, nem de uma nova e simples linguagem. A cultura academicista produz "ilusões" que são aceitas como verdades. Na sua defesa, nas entrelinhas, você sutilmente pode se colocar quanto a essas exigências. Co

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